Publicado em 10/11/2019 às 07:30:29
Substituindo A Dona do Pedaço no próximo dia 25, a autora Manuela Dias, 42, estreia sua primeira novela com Amor de Mãe. Tendo Regina Casé, Adriana Esteves e Taís Araújo nos papéis principais, Manu quebra uma hegemonia no principal horário de dramaturgia da Globo, que por muitos anos é destinada aos autores veteranos.
Em entrevista exclusiva a esta coluna do NaTelinha, a escritora se mostra eufórica com a oportunidade na carreira e destaca que Amor de Mãe não terá os clichês que permeiam os tradicionais folhetins. Porém, apostará no sentimento afetivo da maternidade para emplacar sua novela na Globo.
"A figura da mãe, no Brasil e na América Latina, é muito central e civilizatória. Eu acho que vai bater muito profundo é o amor de mãe mesmo. O amor que fez a gente sobreviver. Porque no final das contar é isso. Todo mundo nasce em risco e vem essa mulher, na maioria das vezes sua mãe, que vai te manter vivo e te apresentar ao mundo. Eu sinto que as vezes a gente é um pouco leviano com nosso agradecimento com essa figura", conta Manuela Dias, que tem uma filha de três anos.
E completa: "Apesar de todo mundo amar tanto a própria mãe, a gente sabe que ela nunca vai parar de amar, então, eu acho que gente gasta pouco tempo com nossas mães. Eu queria muito que no final de cada capítulo da novela alguém tivesse vontade de ligar pra sua mãe".
Com aulas de roteiro com o Prêmio Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, em Cuba, Manuela Dias começou sua carreira na Globo como pesquisadora do programa Sandy e Junior (1999 - 2003). Depois disso, foi roteirista do humorístico A Grande Família (2001-2014) e do reality Fama (2002), além de ter sido colaboradora das novelas Cordel Encantado (2011) e Joia Rara (2014). Em 2016, foi indicada ao Emmy Internacional pela minissérie Justiça.
"É um momento super importante e de grande expectativa. Eu estou escrevendo a novela já tem três anos. Desde o primeiro momento que eu entrei na Globo, há 22 anos, queria fazer uma novela minha. Então, muita energia desembocando nesse momento", explica a autora de Amor de Mãe, que optou em fugir do tradicional núcleo de humor e de uma super vilã para contar sua história.
Questionada sobre telenovela ser clichês, Dias alerta: "Olha, a nossa não (risos). Eu acho que novela é essa experimentação. É um olhar para esse herói do dia-dia. Para essas pessoas que conseguem alimentar seus filhos. Essas mulheres guerreiras. Isso pra mim é muito forte. E é maior que tudo. Eu quero tocar nos corações das pessoas. Eu acho que a gente já muda pelo afeto. Ninguém muda porque acha que está fazendo alguma coisa errada, você muda porque doeu. Vamos tentar".
Amor de Mãe estreia no horário substituindo o sucesso A Dona do Pedaço, de Walcyr Carrasco, que vem atingindo uma média de 36 pontos na Grande São Paulo e marcando o maior Ibope da faixa dos últimos dois anos.
"Graças a Deus! São Walcyr (audiência da faixa em alta). Eu tento manter meu pensamento dentro do avião. Então eu tento não pensar no avião voando sobre o céu e oceano. Realmente é muita responsabilidade (substituir A Dona do Pedaço), muito dinheiro, muita responsabilidade comigo e com o público, com minha filha, minha mãe, com toda minha vida . É uma oportunidade consistente que eu quero aproveitar. Óbvio, dar Ibope é fundamental, mas também quero tentar alimentar as conversas de bar e fazer com que as pessoas repensem um pouco. Dá uma pirada total ficar pensando. Tem que fica no pequenininho. É acordar e escrever, acordar e escrever (risos)", justifica Manuela Dias, que estreará com cerca de 70 capítulos escritos.
Em Amor de Mãe, mesmo com todas as diferenças que separam Lurdes (Regina Casé), Thelma (Adriana Esteves) e Vitória (Taís Araujo), que vivem plenamente a maternidade, durante a história, elas terão suas vidas cruzadas. No elenco, ainda tem Nanda Costa, Murilo Benício, Isis Valverde, Thiago Martins, Chay Suede, Erika Januza, Juliano Cazarré, dentre outros nomes.
Amor de Mãe conta a colaboração de Roberto Vitorino, Mariana Mesquita e Walter Daguerre, e supervisão de Ricardo Linhares. A direção artística é de José Luiz Villamarim, com direção de Walter Carvalho, Noa Bressane, Philippe Barcinski, Isabella Teixeira, Fellipe Barbosa e Kiko Marques.
”Eu sou eufórica, graças a Deus. Eu acordo todos os dias com muita energia, muito bom humor e querendo mudar o mundo. E escrever é o meu jeito de fazer isso. E de contar essa história, valorizar esses personagens que são heróis do dia-dia. Instituir esse relevo humano da paisagem. Temos que voltar a ver as pessoas", conta Dias.
E conclui: "Pra mim é emocionante ter todo esse esforço pra contar a história. Se você parar para pensar a gente não está fazendo tudo isso para montar uma casa, ou inventar a penicilina, ou a cura da AIDS, a gente está contando histórias. Por que é tão importante contar histórias? Porque é o nosso jeito de experimentar coisas de uma forma indireta e ao mesmo tempo de questionar os nossos valores. Contar história é uma atitude muito civilizatória para entender nossos padrões éticos. Me emociona que tudo foi feito pra contar história".
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