Publicado em 18/03/2018 às 06:00:36
No próximo dia 29 de março, completa um ano da alardeada saída dos canais abertos que formam a Simba Content, joint-venture formada pela Record TV, SBT e RedeTV!, das operadoras de televisão por assinatura.
O switch-off durou em torno de seis meses e provocou prejuízos financeiros, queda de audiência e se tornou um dos maiores fracassos na história dos negócios da TV brasileira.
A saída das operadoras tinha como intuito pressioná-las para remunerar a Simba em R$ 15 por cada assinante, e em contrapartida, a nova empresa prometia a criação de canais exclusivos para inclusão no line-up da TV paga.
Porém, desconfiados (hoje conclui-se que estavam com a razão), os executivos das operadoras endureceram as negociações. Após meses, SBT, Record TV e RedeTV! tiveram que se contentar, embora frustradas, com valores abaixo de 1 real, e estancar rapidamente os diversos prejuízos que enfrentaram com a ausência dos seus sinais fora dos televisores dos assinantes de Net, Claro, Sky, Vivo e Oi TV.
Outro golpe na joint-venture foi o recente contrato que a Globosat assinou com a mexicana Televisa adquirindo os direitos de todos episódios de Chaves e Chapolin para exibição no Multishow e na sua plataforma on demand. Justamente um dos principais projetos da Simba para a TV paga.
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O tempo passou e até hoje a Simba Content não saiu do papel, e portanto, da intenção. Não existe sede, não possui funcionários, não existe nada. Agoniza.
Mas como esperar investimentos num novo target pela Record TV, SBT e RedeTV!, justamente num ano que enfrentaram dificuldades no negócio principal, resultado de uma severa escassez de dinheiro no mercado publicitário? Será que fomos ingênuos?
Veja bem, o SBT busca dinheiro em casa, através da Jequiti e Telesena, meninas de ouro do Grupo Silvio Santos, e a RedeTV! necessita cada vez mais leiloar a programação para os mais diversos segmentos religiosos. A exceção é a Record TV que, cá entre nós, não existe problema de caixa.
A coluna procurou a assessoria da joint-venture, buscando informações e questionando sobre novidades prometidas há um ano pela empresa ao mercado. A resposta foi o silêncio.
Neste caso, recorro ao velho ditado do historiador português Camilo Castelo Branco: "O silêncio é uma confissão".
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