Publicado em 18/08/2016 às 10:26:20
Quando anunciou a transmissão exclusiva dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a Record iniciou o que parecia uma real ameaça ao domínio da Globo nas exibições esportivas no Brasil.
A emissora prometeu grandes investimentos, comprou outros eventos e até insinuou entrar na disputa pelos principais torneios de futebol do país. Não entrou e, desde então, viu o espaço dedicado ao esporte em sua grade de programação despencar.
Em 2010, quando transmitiu de forma exclusiva o primeiro grande evento da série, a Record fez um investimento grandioso e conseguiu resultados expressivos com os Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, no Canadá.
Os resultados foram tão impressionantes que levaram o canal a investir pesado nas Olimpíadas de Londres, em 2012, mas se esqueceu de um detalhe: entre 2010 e 2012, seriam dois anos sem grande atividade da equipe esportiva, já que a contava apenas com os Jogos Panamericanos, tradicionalmente menores e que produzem resultados menos expressivos e têm duração limitada. Como manter uma audiência de um público fã de esportes (extremamente segmentado) sem eventos constantes na grade por dois anos?
A falta de competições, aliada ao boicote promovido pela Globo aos Jogos, acabou tornando a cobertura da Olimpíada de Londres bem menor do que poderia e deveria, frustando as expectativas da Record e colocando em risco as transmissões esportivas do canal.
Logo após os Jogos, a Record trocou de comando e enxugou sua já diminuta equipe esportiva. Ainda assim, a emissora detinha, juntamente com Globo e Band, os direitos da Olimpíada de Inverno de 2014 e da Olimpíada do Rio 2016.
Com a presença da Globo nas transmissões, a Record sentiu os efeitos da falta de cultura esportiva na grade e obteve resultados pífios nas transmissões dos Jogos de Sochi 2014, quando já havia reduzido o efetivo enviado para a cobertura.
Na Rio 2016, a Record atingiu seu ponto baixo, com audiências pífias, chegando a empatar com a Band em alguns momentos, com uma cobertura ainda menor que a dos Jogos de Inverno. Parece ter aceitado apenas cumprir tabela.
Os resultados estão tão ruins que a emissora já confirmou que não investirá nos Jogos Olímpicos de 2018 e 2020, que acontecerão na Coreia do Sul e Japão, respectivamente, restando apenas a transmissão exclusiva do Panamericanos do Chile, em 2019, que deve encerrar a investida esportiva do canal.
O curioso é que, como disse o colunista do NaTelinha, Lucas Félix, em março deste ano, a Record conseguiu mostrar aos brasileiros os Jogos Olímpicos de Inverno, mas não conseguiu se aproveitar dessa situação e construir uma tradição esportiva, permitindo que a Globo se sobressaísse também nesse filão.
Globo que, por sinal, mantém-se constante nos investimentos no esporte. A emissora tem em sua grade, dentre outros programas, o "Esporte Espetacular", com direitos de transmissão de eventos esportivos variados, que passam por surfe, x-games, vôlei, basquete, futebol de salão, dentre outros.
O "EE" não costuma apresentar grandes índices de audiência, mas possui uma audiência qualificada, que encorpa o público da emissora na transmissão de grandes eventos.
Além disso, a Globo mantém o maior canal esportivo da TV paga brasileira, o Sportv, com um cardápio esportivo bastante variado e divide expertise e sinergias com a coirmã da TV aberta, ampliando a qualidade das transmissões.
Não bastasse o investimento constante, a Globo, ao contrário da Record, investiu pesado nas transmissões dos Jogos do Rio de Janeiro. Tanto na TV aberta quanto na fechada, a emissora não poupou gastos, montando um grandioso estúdio panorâmico no Parque Olímpico, que atende aos dois canais, além de contratar narradores e comentaristas para fazer as transmissões.
O Sportv ainda abriu 13 canais extras (sendo que um, o SporTV 4, aparenta virar definitivo, até por sua posição no line-up das operadoras, na sequência dos outros três canais SporTV) para a exibição de quase todos os jogos de todas as modalidades disputadas.
O Sportv 4, inclusive, é o canal que concentra o resumo das atividades esportivas exibidas pela marca, dando mais um indício de que pode ser efetivado no line-up das operadoras.
Outros canais esportivos da TV paga também fazem coberturas extensivas (embora nem tanto quanto o canal da Globo) dos Jogos, conforme série de reportagens trazida pelo NaTelinha.
Chegamos à Band, que parece também começar a se desmontar, esportivamente falando, abandonando as transmissões do Campeonato Brasileiro. A cobertura dos Jogos Olímpicos pelo canal segue um ritmo protocolar. Não diminuiu o efetivo, mas também não realizou grandes investimentos.
A diferença no tratamento dado aos eventos esportivos pelos canais está, ao menos nesta Olimpíada, diretamente relacionado aos resultados de audiência obtidos por meio da transmissão dos Jogos.
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