Publicado em 12/06/2014 às 08:49:45
Samba, festa, torcida... Tente pensar um programa em que você possa conferir isso tudo. O “Cidade Alerta” certamente aparecerá bem no final da sua lista. Mas a Copa do Mundo conseguiu contagiar até mesmo Marcelo Rezende e seus convocados.
Como uma boa atração popular, o jornalístico da Record se rendeu ao clamor das ruas. Se há um ano era defensor incansável das manifestações, agora entrou na corrente de torcida pela Seleção Brasileira.
Ontem, a única aglomeração exibida pela “lente nervosa” do helicóptero do comandante Hamilton foi a de torcedores acenando para o ônibus que levava a delegação brasileira a Arena Corinthians, onde fez o reconhecimento do gramado.
De contrato recém-renovado até 2020, Marcelo Rezende chamou não só reportagens sobre crimes nessa quarta-feira (11), mas também matérias sobre as musas da Copa, a trajetória do craque Neymar. Além disso, ouviu ao vivo no estúdio a jornalista Fabíola Reipert. Por telefone, o apresentador Rodrigo Faro também comentou a sua torcida preparatória.
Além de Fabíola, Percival de Souza e diversos repórteres do “Cidade” pelo país estavam trajados de verde e amarelo.
Em alguns instantes, o “Brasil Urgente”, de José Luiz Datena, que narra hoje a abertura do Mundial no BandSports e amanhã surge direto de Natal com México x Camarões no canal aberto, não falava sobre o Mundial, mas seu concorrente na Record seguia com a pauta.
Por causa do futebol, o “JN” da quarta-feira muitas vezes não chega em 30 minutos de duração (incluindo conteúdo e intervalos comerciais).
A sequência teoricamente será cortada somente por “Geração Brasil”, que tem o horário excepcionalmente invertido com a segunda edição do telejornal local, hoje programado para estar colado ao “JN”. Mas não é de se duvidar que qualquer fato mais atípico nos arredores do estádio derrube a exibição da novela.
No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.
Ele também edita o http://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix) Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Em baixa Análise Opinião Coluna Especial Exclusivo Exclusivo Opinião Opinião Exclusivo Briga boa Opinião Opinião Coluna do Sandro Opinião Aos fatos Coluna do Sandro Opinião Opinião Exclusivo Opinião
E Rezende até mesmo contextualizou sobre a realização da cobertura mesmo sem os direitos de transmissão do evento. Citando nominalmente Globo e Band, ele falou que há regras, mas não é por isso que o evento deve ser ignorado. Marcelo aproveitou ainda para cutucar o “Jornal Nacional” por não ter feito menção sobre a morte do narrador Maurício Torres, mesmo com ele tendo trabalhado por anos na emissora.
O apresentador comentou ainda que começou sua carreira no esporte e já acumula diversas Copas no currículo.
A postura é compartilhada por todo o jornalismo da casa. O “Jornal da Record” e, em maior escala, o “Fala Brasil” vem fazendo coberturas intensivas sobre as chegadas das equipes estrangeiras ao país com links espalhados em diversas cidades.
Pode se dizer que a normalidade com que uma Copa do Mundo no Brasil vem sendo levada pela Record é surpreendente. Edir Macedo, proprietário do canal, promove convenientemente um “jejum de mídia” entre seus fiéis na Igreja Universal do Reino de Deus justamente durante o período do torneio. Ou seja, mostra-se certo distanciamento entre o lado religioso e o jornalístico, que em um passado não tão recente se cansou de produzir matérias sobre os livros de Edir.
O canal ainda prova maturidade em separar as boas denúncias encabeçadas pela equipe e que ajudaram a derrubar o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira do lado futebolístico da Copa. De quebra, evita uma saia-justa ao garantir que não será contraditório em 2016 quando vibrar com a realização da Olimpíada do Rio, da qual aí sim tem os direitos de exibição.
1 hora de "Jornal Nacional"
Só são recordáveis duas oportunidades em que dobrou esse período e fechou em 60 minutos: 11 de setembro de 2001, data que dispensa maiores aprofundamentos e 20 de junho de 2013, quando Patrícia Poeta já estava em boletim ao vivo desde antes das 20h30 com a cobertura do auge das manifestações de rua pelo Brasil.
Dessa vez, Patrícia saiu da bancada, como faz desde a segunda-feira passada e foi para São Paulo, onde ficou ao lado de Galvão Bueno em um estúdio de vidro montado em frente ao estádio de abertura da Copa.
De lá que chamou a maior parte das reportagens que dominaram essa hora de telejornal, enquanto Heraldo Pereira, que substituiu o gripado William Bonner, ficou nos estúdios do Rio de Janeiro.
De 27 conteúdos diferentes exibidos, 16 foram sobre a Copa, desde a previsão do tempo específica para hora de Brasil x Croácia até a mensagem enviada pelo papa Francisco aos atletas e torcedores. Até o encerramento foi especial, com imagens da iluminação do Cristo Redentor para o Mundial.
Para hoje, é claro, a expectativa é ainda maior. A grade da Globo aponta programação ao vivo desde 6h15 com o “Bom Dia Praça”, seguido pelos também exibidos em tempo real “Bom Dia Brasil”, “Mais Você”, “Bem Estar”, “Encontro”, “Praça TV”, “Globo Esporte” e “Jornal Hoje”, que em edição especial já entregará a faixa para Galvão Bueno, que deve ficar por 5 horas no ar com as festividades de abertura e os 90 minutos de bola rolando.
Na Band, a previsão é ainda maior. Desde 6h com o “Café com Jornal”, o canal só corta para conteúdo gravado (e em horário comprado) às 20h30, quando entra o “Show da Fé”. Mas já tem agendada até mesmo uma reprise do duelo brasileiro contra os croatas.
E isso tudo pode ser somente uma prévia de um gigantismo muito maior da cobertura de ambas em 13 de julho. É aguardar (e torcer) para ver.