Publicado em 23/03/2014 às 18:26:04
Algumas principais novidades da Record para o ano são baseadas em formatos internacionais. Dos quadros novos de Rodrigo Faro ao programa de namoro de Rafael Cortez, a emissora comprou muito nas famosas feiras mundiais de televisão. Até mesmo a nova contratada, Sabrina Sato, verá sua atração dar um grande espaço ao “My Name Is”.
Dentre as poucas exceções, está justamente o “Domingo Show”, totalmente desenvolvido pelo próprio canal. E dificilmente alguma das outras novidades com o selo de importação começará tão bem na audiência quanto o programa de Geraldo Luís, que liderou na média prévia (11 contra 10 da Globo) e chegou a alcançar picos 17 pontos.
O “Domingo Show” começou com um giro de links pelo Brasil que em muito lembra os realizados no “Fala Brasil” e no “Jornal da Record”. Ou seja, explorou bem o trunfo de estar ao vivo. Mas se confundiu ao dizer que era o único na situação. “Domingo Legal” e “Esporte Espetacular” também são transmitidos ao vivo, o que não os impediu de serem neutralizados por Geraldo.
No caso do programa global, a emissora carioca parece ter menosprezado o potencial do concorrente. Talvez já habituada em ver investidas da Record no horário fracassarem, a Globo não escalou nenhuma pauta tão forte para o “EE” ou mesmo algum filme inédito para “Temperatura Máxima”. O “Domingo Legal” até que se movimentou para ser mais factual, homenageando o humorista Canarinho, falecido nesta última semana, mas o elevado número de intervalos e merchandisings já tornou a briga desleal.
Por sua vez, o “Domingo Show” deixou a informação de lado no começo e apostou no que já consagrava seu apresentador no comando do “Balanço Geral”. De todos os jeitos. O irritante mistério com horas de chamada para determinado assunto permaneceu. Dessa vez, para que Sabrina fosse questionada sobre a “homenagem” do Pânico ao batizar uma cadela com seu nome. Ela mais uma vez preferiu manter a elegância e não alfinetar os ex-colegas de trabalho.
A irreverência de Geraldo também prosseguiu, é claro. E de forma bem imprevisível. Ou alguém adivinharia que uma das pautas seria um beijo na verruga de Sabrina? Aliás, as brincadeiras podem continuar as mesmas do “Balanço”, mas o clima é completamente diferente. Se era incômodo ver o clima circense misturado ao noticiário, agora com o setor de entretenimento sendo o responsável pelo programa, o sem sentido passa a ter alguma lógica.
A diferença é que o “Programa da Tarde” entrou no ar com o status de salvador da pátria do canal na faixa após anos. O “Domingo Show” soava como apenas mais um. Até mesmo seu cenário é praticamente uma reciclagem do “Domingo da Gente”. E talvez essa falta de pretensão, com um programa popular sem medo de assumir isso, pese para que ele oxigene seu fôlego por um período maior.
No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.
Ele também edita o http://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix) Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Exclusivo Exclusivo Opinião Opinião Exclusivo Briga boa Opinião Opinião Coluna do Sandro Opinião Aos fatos Coluna do Sandro Opinião Opinião Exclusivo Opinião Spin-off Opinião Exclusivo Bom começo
Na visível prolongação da conversa com Sabrina para que o Ibope se mantivesse elevado, houve espaço ainda para um tipo de “Arquivo Confidencial” que tentou ser novo ao homenagear a avó da apresentadora, mas dedicou boa parte do tempo mesmo para falar sobre a mais famosa da família Sato, que ainda recebeu sua mãe e suas tias no palco.
Geraldo, como a grande maioria dos jornalistas da Record, foi mestre na arte de divagar por horas no palco sem deixar certas repetições evidentes, porém o grande destaque da estreia foi uma externa, guardada para o desfecho, após insistente divulgação na grade da emissora ao longo da semana e no próprio programa inicial.
A entrevista com Gil Gomes realmente cumpriu sua missão de quebrar o silêncio do lendário radialista. A questão é se haverá fôlego para se encontrar uma pauta de peso em todas as semanas. Em escala diferente, o “Programa da Tarde” também baseou sua primeira edição na expectativa por uma reportagem marcante sobre uma figura querida do público (no caso, o humorista Shaolin). E igualmente abriu certa vantagem sobre a Globo. Depois, deu no que deu.
Beirar os 20 pontos toda semana somente se São Pedro colaborar ainda mais para o aumento da porcentagem de televisores ligados, mas a vice-liderança tão desejada pela Record parece simples enquanto o “Domingo Legal” não sair de seus telegramas dos anos 1990.
Para o SBT, a zona de conforto acabou. Para a Record, há um cenário animador, mas não conclusivo. Assim como fortalecido hoje por Sabrina e Gil Gomes, seu programa pode ser enfraquecido por eventuais convidados futuros. E aí sim conheceremos o limite do seu potencial.