Publicado em 11/03/2014 às 08:36:35
Cercada de expectativa, a grande aposta da programação diária do SBT em anos correspondeu ao que se esperava dela. E até superou boa parte das previsões.
O "The Noite" já é logo de cara uma grata surpresa da emissora. Não que alguém ainda subestimasse o talento de Danilo Gentili, que passou de repórter inexperiente para apresentador da sensação do início de madrugada na TV brasileira e inaugurou uma bem sucedida experiência de talk-shows na Band, tanto que o canal resolveu manter no ar o “Agora é Tarde” mesmo após a saída de boa parte da equipe que o criou.
Aliás, é pelo menos covardia comparar o novo programa de Gentili com o anterior, agora comandado por Rafinha Bastos. A nova estrela do SBT não apenas se supera com folga, mas também deixa para trás seu sócio em um bar em São Paulo, porém agora concorrente direto pela audiência. Enquanto o programa que está há dois anos no ar praticamente retornou até a estaca zero na busca de uma linha editorial, a estreia deu a impressão de ser uma atração veterana em nosso convívio, tendo em vista seu excelente ritmo.
Absolutamente tudo funcionou nesse primeiro programa. De detalhes técnicos ao belo e grandioso cenário, que realmente poderia ser aproveitado por qualquer entrevistador estadunidense. Nível altíssimo para o padrão que nos acostumamos a conferir no conteúdo oriundo do centro de televisão da Anhanguera.
Os acertos que vinham desde a chamadas se acumularam desde o primeiro instante da atração, que mostrou o elenco interagindo a partir do "Máquina da Fama" com diversas outras atrações do SBT. O comecinho do "The Noite" conseguiu boas sacadas ao mostrar Gentili resgatando seu elenco por programas consagrados da casa. De Murilo Couto caracterizado como uma chiquitita até a busca também no banco da praça do Carlos Alberto de Nóbrega, os primeiros instantes já foram suficientes para ganhar o telespectador mais desconfiado, que ainda foi brindado com o sempre afiado monólogo de Gentili. Ou seja, destaque para o talk-show do SBT justamente em um dos pontos mais fracos do similar da Band.
E o melhor: Danilo se apresentou para o novo público, mas sem se limitar ao enrolar muito girando em torno de si mesmo ou do formato. O apresentador mostrou sua habilidade na prática. E até mesmo os quadros que brincaram com o fato desse ser o primeiro dia demonstraram isso. Ao admitir que enganou jornalistas ao “deixar vazar” a possibilidade do programa se chamar “Jô Soares Onze e Meia com Danilo Gentili”, o apresentador convocou uma lista de outros nomes que teriam sido pensados para batizar o programa. Ao acertar dois alvos numa tacada só, “Agora é Jequitarde” certamente seria o melhor deles. E se a Jequiti ganhou essa menção, a Tele Sena recheou o único break do dia. Nada mais SBT, certo? Afinal, até as novelas mexicanas ganharam espaço com a divertida alfinetada do método de atuação de Fábio Porchat, o convidado do dia. Em retaliação, Léo Lins e Murilo Couto também riram de repetições cometidas por Danilo, principalmente ao “ofender” membros da equipe.
Outro ícone do SBT apareceu justamente em outro momento em que Jô, o maior expoente do estilo de programa no Brasil, também foi citado. Ao chegar e dar de cara com um empoeirado cenário que foi do agora global, Ivo Holanda revelou que aquilo não passava de uma pegadinha.
Ao se deparar com o verdadeiro espaço novo, também vieram novas indiretas. Ele exaltou que o estúdio não era “reciclado”, diferentemente do seu na Band, que apenas foi renovado com toques de madeira na troca de temporada e ainda hoje segue quase idêntico.
No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.
Ele também edita o http://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix) Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Em baixa Análise Opinião Coluna Especial Exclusivo Exclusivo Opinião Opinião Exclusivo Briga boa Opinião Opinião Coluna do Sandro Opinião Aos fatos Coluna do Sandro Opinião Opinião Exclusivo Opinião
Para justificar a ausência de Marcelo Mansfield, o bom humor entrou em cena novamente. Numa esquete, Marcos Oliver foi insinuado como amante do humorista no Retiro dos Artistas. E o substituto de Mansfield, Diguinho Coruja, talvez único ponto do programa que ainda possa levantar dúvidas, foi apresentado ao público já com relativo destaque.
O show já estava armado, mas o “talk” que justifica o formato também não ficou devendo. Talvez por ser uma figura global, Fábio Porchat acabou ganhando o estigma de que seria cheio de limitações na conversa. Bobeira. Ele brincou, adiantou novidades inéditas da carreira e riu de seu próprio passado, que apesar de não ser coisa de cinema, o condena. Uma boa entrevista em que ambos ficaram livres e também deixaram o público confortável diante da telinha.
Mas apesar de somente um nome ter estreado o novo sofá, várias celebridades deixaram a sua marca nesse começo de “The Noite”. E sem aquelas mensagens óbvias de boas vindas ou com espaço simplesmente por serem relevantes. Os famosos também entraram na brincadeira. Eliana dançou no palco, Gominho serviu de apoio e Palmirinha se tornou uma instrutora de artes marciais, por exemplo.
E se começamos a coluna elogiando o esquete de abertura com a caçada pelos bastidores, o musical de encerramento não foi menos divertido. Estreia completa do começo ao fim. Na dosagem entre ser jovem e família, arrojado e confiável, novato e consagrado, hit na internet (emplacou diversos trends mundiais) e bem na audiência televisiva (vice-líder isolado), que muitas vezes podem soar como contradição, o “The Noite” começou sabendo que caminho deve trilhar. Os insones agradecem! E o SBT, que vê um investimento em conteúdo nacional renovado e inédito ser exitoso, certamente também.