Território da TV: Record não aprende nem mesmo com os seus acertos

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Por Redação NT

Publicado em 25/01/2014 às 11:44:04

Marcelo Rezende já costuma anunciar que o exclusivo dá trabalho para fazer. Mas também dá mais retorno. Por isso que todas as grandes emissoras buscam furos ou eventos que possam chamar somente de seus. Foi o caso da Record com o ciclo olímpico de Londres, que lhe deu de bônus a Olimpíada de Inverno de Vancouver e os Jogos da Juventude em Cingapura.

No caso da gelada competição canadense, a emissora realmente fez história. Com uma cobertura nunca antes vista em TV aberta nos tempos em que o evento era escondido pela Globo em notas cobertas em seus telejornais, os 85 profissionais, incluindo nomes como Ana Paula Padrão, Paulo Henrique Amorim e Mylena Ciribelli, mostraram competições quase desconhecidas dos brasileiros, como o curling. Mesclando transmissões ao vivo e VTs, foram horas na vice-liderança.

Mas qualquer sinal de identidade que a Record poderia criar com esse nicho esportivo parece descongelar agora. Após a crise que se abateu na emissora, o número de profissionais enviados para Rússia não deve ser nem de 25% da quantidade presente no Canadá. Para as reportagens, apenas André Tal, que já estava ali pertinho como correspondente em Londres.

A onda de demissões recentes pode explicar parte do pé no freio, mas a divisão dos direitos com Globo e Band também é outro fator que deve ter feito a diferença. Sem poder bradar que é a única, a Record nunca deu muita bola para o esporte. No Pan 2007, disputou ponto a ponto com a Band em boa parte do tempo. Prevendo feitos similares, ao invés de investir para se diferenciar, o canal opta simplesmente por jogar a toalha na Olimpíada que antecede a edição carioca (mesmo com a estação diferente). Será que repetirá isso quando o mundo voltar os olhos ao Rio?

Por sorte, se a Record não soube explorar o interesse que despertou, as Organizações Globo finalmente se deram conta de que modalidades na neve e no gelo não podem ser tratadas como meras curiosidades. Globo, SporTV e seus respectivos sites enviarão 72 profissionais para Sochi. Renato Ribeiro, Carlos Gil, Kiko Menezes e Andrei Kampff fazem parte do time de repórteres que ajudarão até mesmo em inéditas transmissões ao vivo (ainda que poucas e concentradas somente nos finais de semana). Entre as modalidades escolhidas, esqui alpino e snowboard terão suas finais no ar tanto no masculino quanto no feminino.


O colunista Lucas Félix estreia no NaTelinha, onde irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o http://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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