Memória

Única novela de Sandra Annenberg na Globo estreava há 36 anos

Há exatamente 36 anos, Globo colocava no ar uma novela das seis que estava totalmente gravada e contava com a atual apresentadora do Globo Repórter no elenco


Sandra Annenberg em Pacto de Sangue
Sandra Annenberg em Pacto de Sangue

Há exatamente 36 anos, no dia 8 de maio de 1989, uma esquecida novela das seis estreava na tela da Globo. Apesar de ter passado despercebida pelo público, a produção ficou marcada por dois fatos: foi a primeira trama da emissora totalmente gravada antes de ser exibida e contava com uma jovem atriz que viria a se tornar uma das estrelas do canal, mas em outra área.

Estamos falando de Pacto de Sangue, escrita por Regina Braga e Sérgio Marques, com direção de Herval Rossano, que teve 119 capítulos e ficou no ar até 23 de setembro daquele ano.

Presença

A história de Pacto de Sangue se passava em Campos dos Goytacazes, no ano de 1870, ao final da Guerra do Paraguai, seguindo até a promulgação da Lei do Ventre Livre.

No elenco, nomes como Carlos Vereza, Carla Camurati, Rubens de Falco, Edwin Luisi, Sandra Bréa e a jovem atriz que citamos mais acima.

Sandra Annenberg já havia participado de produções na Band e na Manchete e estreou na Globo no ano anterior, na série Tarcísio e Glória. Pacto de Sangue foi a única novela dela no canal - ela ainda esteve nas minisséries República e A, E, I, O... Urca e na fracassada Cortina de Vidro, do SBT.

A partir de 1991, Sandra ingressou no jornalismo da Globo, inicialmente como apresentadora da previsão do tempo no São Paulo Já e no Jornal Nacional, e depois comandou programas como Fantástico, SPTV, Jornal da Globo, Jornal Hoje e, atualmente, Globo Repórter.

Na trama, ela viveu a personagem Celeste Mendonça, filha de Abílio (Rubens de Falco) e Clara (Maria Isabel de Lizandra) e irmã de Miguel (Jayme Périard).

Educada sob forte regime moralista e conservador, era uma moça tímida e controvertida, que não dava muita importância à sua aparência até conhecer Carlos Albuquerque (Fábio Junqueira), namorado de Aimée (Carla Camurati), sua melhor amiga. Apaixona-se por ele e, por isso, é levada a conhecer a luta abolicionista. Apesar de corajosa, era uma moça recatada, que aceitava um noivado imposto pelo pai. Para conquistar o seu verdadeiro amor, decidiu correr todos os riscos.

Experiência

Única novela de Sandra Annenberg na Globo estreava há 36 anos

A Globo usou Pacto de Sangue para testar um novo modelo de produção. A novela estreou com todos os 119 capítulos gravados.

A iniciativa parou por aí, já que, como a trama não chamou a atenção do público, o canal não pode usar suas tradicionais pesquisas de opinião para corrigir erros.

"Trata-se de uma obra fechada. Um vôo cego, onde você junta a imaginação e muita intuição para escrever a trama", comentou Regina Braga no jornal O Dia de 29 de janeiro de 1989. "Tem um lado bom que impede de se esticar a novela e acabar perdendo a consistência dos personagens", completou Carlos Vereza na mesma reportagem.

De acordo com notícias da época, Pacto de Sangue era uma experiência da Globo, que queria implantar essa estratégia para o maior número de novelas possível. A emissora planejava se mudar para o Projac (atual Estúdios Globo) em 1991, o que acabou acontecendo apenas alguns anos depois, em 1995.

"Todas as novelas que dirigi, com exceção de As Três Marias, foram obras fechadas. Acho muito mais fácil, pois você planeja melhor as cenas e tem uma margem de erro menor", enfatizou o diretor Herval Rossano.

A novela não teve grande repercussão e cedeu sua faixa para O Sexo dos Anjos, de Ivani Ribeiro, nunca sendo reapresentada pelo canal e nem estando disponível no Globoplay.

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