Ficou diferente

Tela Quente ganha nova trilha após processo de mais de 20 anos na Justiça; entenda a questão

Desde a última segunda-feira (22), a clássica sessão de filmes passou a contar com um novo arranjo


Tela Quente
Globo alterou trilha da Tela Quente, irritando internautas - Foto: Divulgação/Globo
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 24/04/2024 às 16:59,
atualizado em 24/04/2024 às 17:46

Desde quarta-feira (17), com o fim do BBB 24, a Globo tem  feito lançamentos em sua linha de shows. Na última segunda (22), por exemplo, a Tela Quente voltou a exibir longas estrangeiros, após apostar em telefilmes nacionais, e contou com uma novidade em sua trilha sonora.

Um novo arranjo musical passou a ser apresentado na vinheta da clássica sessão, modificando por completo a trilha que marcou época e foi usada entre 1988 e o início deste ano. Agora, a nova versão tem uma introdução levemente alterada em relação à anterior e outra mixagem do meio para o fim.  

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Nas redes sociais, a nova trilha da Tela Quente causou estranheza nos internautas. "Que tristeza, acabaram com a trilha clássica do Tela Quente", lamentou um rapaz. "Nossa... Tô dizendo que venderam a Globo, só pode. Até a trilha tão tradicional da Tela Quente foi pro espaço. Ruim demais essa nova", reclamou outro. "Pra quê mexerem na trilha??? Agora cada dia mais torcendo pra Tela Quente acabar de uma vez", detonou mais um. "Parece trilha da Record. Mas também, ultimamente só passa filme frio nessa Tela Quente", queixou-se uma moça.

Mudanças em trilhas sonoras são comuns na Globo, principalmente quando há alguma data especial por trás. A do Jornal Nacional, por exemplo, foi ajustada em 2017, na ocasião dos 50 anos do noticiário. O mesmo aconteceu recentemente com as do Mais Você, Globo Repórter, Esporte Espetacular, Globo Rural e Fantástico, que ganharam novas releituras, mas mantendo a característica principal intacta, o que não foi o caso da Tela Quente. 

Confira a alteração:

Trilha sonora da Tela Quente rendeu processo contra a Globo

A mudança na trilha sonora da Tela Quente, após 36 anos, pode ser justificada pelo processo que corre há mais de duas décadas na 45ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Na ocasião, o autor do arranjo, Evaldo Santos, afirmou na petição que ficou sem receber pelos direitos autorais da obra por 16 anos, de 1988 a 2003.

Apenas em janeiro de 2004, o compositor recebeu o primeiro pagamento pela criação: cerca de R$ 7,5 mil, referentes ao período de setembro a novembro de 2003. Em julho de 2005, a Globo foi condenada a voltar a remunerar Evaldo, mas descumpriu a decisão. 

O NaTelinha apurou que, de 2006 para cá, no entanto, a emissora tem horado com o compromisso, mas o processo não foi arquivado. O compositor ainda pleiteia o pagamento pelos anos anteriores, quando recebeu a encomenda por parte de Boni, ex-chefão do canal. A mudança na trilha, portanto, deu-se por uma decisão artística da direção da Globo. Em sua defesa, a emissora alegou que paga os valores regularmente ao Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). 

Além da trilha da Tela Quente, Evaldo Santos colaborou com arranjos para o especial de 25 anos da Globo, Os Trapalhões, Domingão do Faustão, Fantástico e algumas novelas. O profissional também exerceu a mesma função na extinta TV Manchete e na Record. 

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