Benjamin Back conta bastidores de sua saída do SBT e sonho de ser o Silvio Santos do futebol
Apresentador concedeu entrevista exclusiva ao NaTelinha
Publicado em 04/05/2023 às 11:49,
atualizado em 04/05/2023 às 11:51
Benjamin Back deixou o SBT em abril após quase três anos à frente do Arena SBT. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o apresentador conta que sua demissão foi algo impactante porque não era esperada, mas afirma que não guarda mágoas da emissora. Back também revela que já foi sondado por três emissoras e que vai continuar investindo nas plataformas digitais e no propósito de realizar seu sonho de ser o "Silvio Santos do futebol".
“Não tenho mágoa. Se você falar para mim ‘você ficou feliz?’, óbvio que não. Eu acho que a forma como foi feito comigo, não acho que foi uma forma legal. Não acho que foi”, explica Benjamin Back. Antes de sair do SBT, ele gravou um piloto para uma nova atração de entretenimento na emissora. Segundo o apresentador, seria a realização de um sonho.
“Não estou aqui chorando e não vou ficar dentro do meu quarto com depressão. Era um sonho fazer um programa de auditório? Era. Não deu, vida que segue. Vou atrás de outros sonhos. Porque nunca fui um cara de jogar toalha e me entregar. Então, vida que segue e vamos para cima”, desabafou.
E completou: “E eu vou ser o Silvio Santos do futebol mesmo fora do SBT. Fazendo as pessoas se divertirem com o futebol, dando prêmios, brincando e fazendo do futebol do que ele sempre foi: a alegria do povo".
Confira a entrevista completa de Benjamin Back ao NaTelinha
Ninguém esperava sua saída do SBT. O Arena estava consolidado e existia a expectativa de você assumir uma nova atração. Como você digeriu essa mudança repentina?
Benjamin Back - Eu digeri isso de forma natural, normal. Eu sou um cara que venho há mais de um ano investindo muito no meio digital. Eu tenho um programa, o Papo Reto, na hora do almoço que é futebol raiz. Com o Kleber Gladiador, com Mano e com o Véio que é uma grande figura. Continuo fazendo o futebol para o povo, o futebol para as pessoas se divertirem.
Tem também meu podcast, que lançou agora, no final de dezembro, o Benja Me Mucho, que está indo super bem. Nesses quatro meses de podcast mais de 20 milhões de visualizações. E agora estreia o B3 que era meu podcast de música. Voltando de uma forma super bem produzida com André Barcinski e João Marcello Bôscoli e agora com um novo componente, o Ice Blue dos Racionais.
Quer dizer, a forma que eu saí, lógico, foi uma coisa impactante porque eu não esperava. A gente estava preparando o programa para segunda-feira. Eu acabei de sair do SBT e tinha recebido mensagem do departamento comercial combinando ações de merchandising para o programa de segunda. As pessoas da minha produção, gerentes de programa, câmeras... quer dizer, todo mundo me ligando e ninguém estava entendendo o que estava acontecendo.
Benjamin Back
Agora, de novo, sou funcionário, é uma norma da empresa, eu tenho que aceitar e tenho que digerir isso de forma mais natural do mundo por mais que tenha sido uma coisa abrupta e, para mim, do nada.
Quando você foi avisado pela direção do SBT sobre sua saída da emissora, qual foi a sua reação?
Benjamin Back - Quando eu fui avisado da demissão a minha reação foi de perplexidade pela forma como foi. Em março, eu gravei um piloto de um programa que não era o Programa Livre, como muita gente confunde, mas era um programa para o público jovem, super legal e super bem feito.
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Todas as pessoas que assistiram achavam muito legal. Lógico, ter um programa de auditório no SBT sempre foi um sonho que eu tinha. Sempre tive esse sonho, nunca neguei e estava bem próximo de realizar. Eu achava. De novo, sou funcionário do SBT e a empresa achou, por algum motivo, que era melhor me mandar embora e não tenho o que fazer.
Estou tocando minha vida normal e depois da minha saída do SBT meus projetos digitais alavancaram mais ainda. Talvez, pela repercussão que teve na mídia a minha saída que foi uma coisa muito grande, mas não tem o que fazer. Vida que segue.
Não estou aqui chorando e não vou ficar dentro do meu quarto com depressão. Era um sonho fazer um programa de auditório? Era. Não deu, vida que segue. Vou atrás de outros sonhos. Porque nunca fui um cara de jogar toalha e me entregar. Então, vida que segue e vamos para cima.
Benjamin Back
Nas redes sociais repercutiu muito seu desligamento. Chegou a acompanhar? Como foi o feedback?
Benjamin Back - Eu acompanhei e recebo mensagens do Brasil inteiro. Isso mostra a força do SBT também. Muita gente que não me conhecia, de outras jornadas minhas, muita gente começou a conhecer graças ao SBT. Afinal, estamos falando da segunda maior emissora do Brasil. E para mim o SBT é a emissora mais popular do Brasil.
Estou recebendo mensagens e elas não param. Achei até que iria diminuir. ‘Benja eu não acredito ficava ali até meia-noite uma da manhã esperando para ver o Arena’, ‘a gente adorava os musicais e as brincadeiras’, ‘as polêmicas do sheik com Cicinho e o Mano’, ‘ aquelas entradas do programa tudo muito louco’... Estou recebendo.
Recebi centenas de ligações de gente do futebol. Gente até que eu nem sequer imaginava, para falar a verdade, que assistia ao Arena: ‘É o programa mais legal criaram uma coisa diferente no meio dessa mesmice’.
O que eu falo para as pessoas é o seguinte: ‘vocês querem se divertir? Assista ao Papo Reto do canal do Benja no YouTube que é divertidão. Eu vou continuar fazendo futebol para o povo. E o que eu falei um ano antes de entrar no SBT, quando nem imaginava de entrar no SBT: eu continuo no meu propósito, que foi até uma ironia do destino, mas um ano antes de entrar no SBT, numa entrevista, me perguntaram qual era o meu sonho eu falei: ‘Eu quero ser o Silvio Santos do futebol’.
Então, eu continuo firme nisso de ser o Silvio Santos do futebol. Não vai ser mais no SBT, mas hoje esse mundo digital me permite que eu possa continuar fazendo. A minha audiência no Papo Reto subindo cada vez mais. A gente recebe feedback de pessoas mundo e do Brasil inteiro. Aquele pessoal, povão, que ainda gosta de ser divertir e de dar risada com o futebol.
E eu vou ser o Silvio Santos do futebol mesmo fora do SBT. Fazendo as pessoas se divertirem com o futebol, dando prêmios, brincando e fazendo do futebol do que ele sempre foi: a alegria do povo.
Qual seu balanço de quase três anos no SBT?
Benjamin Back - Eu nunca neguei que tinha um sonho de trabalhar no SBT. Então, eu realizei meu sonho. Lógico, eu não imaginei que iria ficar pouco tempo. Fiquei quase três anos. Para mim é pouco porque em comparação a todos os outros lugares que eu trabalhei, mas o balanço foi ótimo. O SBT tinha aquele histórico de ‘Ah! Programa de futebol não dá certo’, mas conseguimos criar uma fórmula nova para o Arena.
Entramos num horário difícil. Quando eu fui para o SBT todo mundo me chamou de louco e eu fiquei quieto. Eu falei: ‘Não tem problema. Sou louco? Sou louco. Eu me viro’. Construímos uma marca que foi o Arena SBT.
Criamos um conceito de um programa de futebol divertido e para o povo. Sempre faço questão de falar que eu faço futebol para o povo. O Arena SBT era um programa para o povo. Para o cara que estava lá meia-noite, na cama ou no sofá, dando risada, se divertindo, vendo um programa leve, agradável e com a cara do SBT.
Tive o prazer de trabalhar com uma equipe de produção incrível, os grandes responsáveis pelo Arena SBT ter sido o sucesso que foi. Uma equipe criativa, com um tesão incrível e que comemorava o sucesso de forma igual para todos. Então, trabalhar em equipe não é fácil. O balanço é o melhor do mundo.
Criei um ambiente muito legal no SBT. Tinha uma relação fantástica com o departamento comercial. Sou um cara que entrava no SBT e ficava ali com meus câmeras e com o pessoal da técnica trocando ideias e zoando.
Sempre fiz questão de criar um ambiente saudável, com uma energia positiva e que todo mundo tivesse o maior tesão para trabalhar. E isso aconteceu. Tive a ideia de inventar Emerson Sheik e Cicinho como comentaristas. Os caras são um sucesso. O Mano arrebentando como sempre. O meu balanço nos quase três de SBT é que foram incríveis.
Na primeira final da Libertadores entre Palmeiras e Santos , eu coloquei sem ninguém saber o Ronaldo Fenômeno, ao vivo, no dia que o Luciano Huck foi colocar o Big Fone no Caldeirão do Huck. Tem história. Fiquei pouco tempo no SBT? Fiquei. Isso é triste para mim.
É triste por ter ficado pouco tempo. É triste porque eu fazia um programa legal para cacete, trabalhava com gente legal para cacete, numa emissora que tem um astral, uma vibe e energia legal para caramba, nesse sentido é triste.
Você tem mágoa do SBT?
Benjamin Back - Não tenho mágoa. Se você falar para mim ‘você ficou feliz?’, óbvio que não. Eu acho que a forma como foi feito comigo, não acho que foi uma forma legal. Não acho que foi. Um cara que foi quase três anos lá, que comprou a ideia, que teve coragem de enfrentar um desafio grande: o horário, o SBT sem perfil de futebol e de criar uma fórmula diferente do que tem.
Porque todo mundo queria que fizesse um Fox Sports Rádio, e eu cansei de falar que não era refém de um formato de programa. Quis criar algo novo e criamos. Nossa equipe e eu. Vesti a camisa da empresa e me dediquei ao máximo.
Fiz tudo que podia fazer. Participei de dois Teletons, fiz duas finais de Libertadores, fiz uma final de Champions League. Realizei um sonho de participar do Qual é a Música com Silvio Santos. Tive um sonho realizado de ir ao Raul Gil, no quadro do Chapéu, e também sentei no banquinho. Ícones da televisão brasileira. Realizei meu sonho.
Acho que tinha muito mais coisa para fazer, principalmente com esse novo programa de auditório, mas, de novo, mágoa? Não tenho. Sabe por que eu não tenho? Porque tudo o que eu podia fazer, eu fiz. Tudo que me foi pedido para fazer eu fiz. As coisas que não me foram pedidas para fazer eu fui atrás para fazer.
Nunca dei qualquer tipo de problema e não tinha nenhum tipo de atrito com ninguém, muito pelo contrário. Então, eu só tenho a agradecer ao SBT. Eu não tenho mágoa e vida que segue.
Quais serão seus próximos passos? Já foi sondado por alguma emissora?
Benjamin Back - Há um ano eu venho investindo no meu mundo digital. O Papo Reto, que é meu programa ao meio-dia no canal do Benja oficial do YouTube está subindo absurdamente de audiência a cada semana. É uma coisa incrível. É um programa popular, divertido, futebol raiz, com muita interação do público e muitas brincadeiras com prêmios.
O Benja Me Mucho, meu podcast, que nem eu falei antes, com quatro meses tem quase 20 milhões de visualizações, o programa crescendo e crescendo, cada vez mais. Agora com o B3, que é meu podcast de música com uma superprodução legal, incrível, que vai para todas as plataformas, além do YouTube. Com João Marcello Bôscoli, André Barcinski e agora com Ice Blue dos Racionais.
E mais outras coisas que eu estou criando porque não paro. Eu também virei um canal, que é o Benja TV. Montando minhas grades, horários e criando novos formatos. Sempre focado no entretenimento, no povão e no popular. Minha função é fazer o povo se divertir. Seja no futebol, seja com a música, eu quero ser o Silvio Santos do futebol. Eu quero que as pessoas entrem para assistir tudo que eu faço e se divirtam. Não que elas fiquem com aquela energia pesada e tal.
Sondado por emissora eu fui. Eu tive três emissoras de TV fechada que me procuraram, mas por enquanto estou só ouvindo porque neste exato momento estou cuidando dos meu projeto digital que está indo super bem, com procura bacana de anunciantes e com audiência crescendo. Está tudo certo.