Por onde anda Everton, vencedor do Ídolos há 10 anos?
Cantor, cuja audição viralizou no YouTube e fez Fafá de Belém ter crise de choro, relata dificuldades financeiras: "O cachê não passa de R$ 300"
Publicado em 14/09/2022 às 05:33,
atualizado em 26/09/2024 às 15:00
Há 10 anos, Everton da Silva Maciel emocionou os jurados em sua audição no Ídolos, meses antes de se consagrar vencedor daquela que foi a última temporada do talent show da Record. As duas versões do vídeo em que ele canta Naquela Mesa e A Flor e o Espinho – e faz Fafá de Belém chorar com sua interpretação – somam, atualmente, mais de 12 milhões de visualizações no YouTube.
Em entrevista ao NaTelinha, Everton conta que sua audição no Ídolos repercute até hoje. “Com muita frequência, o pessoal me para nas ruas, em todo lugar, para comentar sobre esse vídeo. As pessoas ainda assistem e compartilham nas redes sociais. Isso me dá uma força, uma certa permanência na memória do público. Rola muito afeto. Até hoje, é um impulso muito positivo na minha trajetória de cantor.”
Naquela ocasião, Everton recebeu um “não” do jurado Marco Camargo, mas até este fez questão de elogiar sua performance. Já Fafá de Belém e Supla aprovaram o então calouro e garantiram sua ida para a fase seguinte da competição. A veterana não conteve a emoção e ainda comparou o novato a nomes como Cartola, Nelson Cavaquinho e Zeca Pagodinho.
“Estava muito emocionado e sensível, de uma maneira particular, porque fazia pouco tempo da morte do meu irmão”, recorda o cantor, hoje aos 32 anos. “Não imaginava ser aprovado pelo gênero musical que eu me proponho a cantar. Fiquei pasmado com a aprovação, porque todos os participantes, de todos os estados, propunham músicas atuais e modernas.”
“Eu cheguei com um samba de raiz, de música popular. Fui aprovado com um repertório bastante sentimental, tanto que mexeu com o público.”
Everton da Silva Maciel
“Estou procurando emprego, porque só cantando não dá para viver”, lamenta Everton
Com a vitória no Ídolos em 2012, Everton da Silva Maciel passou a acreditar que poderia seguir na carreira artística. Na época, ele trabalhava como ascensorista. “Entendi que eu podia ser um cantor, o que eu não sabia na época. Embora eu já cantasse há 10 anos quando cheguei no programa, eu mesmo não me considerava um cantor de samba de raiz, de MPB.”
Ele guarda boas lembranças da convivência com os colegas de competição. “A gente vibrava muito um pelo outro. Era uma situação delicada, em que normalmente a gente torceria para que o colega fosse eliminado. Só que foi um grupo muito especial. Todos nós nos falamos até hoje e temos carinho como irmãos.”
“Minha participação no Ídolos ainda me traz uma popularidade. Em qualquer lugar do Brasil, eu ainda sou bem reconhecido. As pessoas se lembram de mim, o que me deixa surpreso até hoje. Foi uma experiência que me abriu portas. Até hoje me contratam, me chamam para cantar por causa do programa.”
Everton da Silva Maciel
Com o prêmio de R$ 500 mil, ele comprou uma casa para a mãe, outra para os irmãos, ajudou familiares e se sustentou. Por mais que a repercussão do programa o ajude até hoje, ele não esconde que gostaria de estar em outro patamar de visibilidade.
“O Ídolos representou uma consagração, embora a minha carreira não esteja como eu gostaria que estivesse. Hoje, canto em bares e estabelecimentos onde rola música ao vivo aqui no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre”, revela.
“Minha carreira hoje está bastante difícil. O cachê não passa de R$ 300. Não tem como viver com um cachê desse... Não tenho muito boas propostas de shows. A situação financeira está péssima. Às vezes, dá até uma tristeza e uma vontade de desistir, mas sigo em frente pelo amor à música. Estou procurando emprego, porque só cantando não dá para viver aqui em Porto Alegre.”
Everton da Silva Maciel
Relembre a audição que consagrou Everton no Ídolos, há 10 anos:
Veja uma apresentação mais recente do cantor, publicada em seu perfil no Instagram: