Protestos antirracistas

Entrevistada detona Waack ao vivo na CNN: "Foi mandado embora por racismo"

Ex-consulesa da França no Brasil criticou cobertura de atos contra a morte de George Floyd


Alexandra Loras, ex-consulesa da França no Brasil, critica William Waack na CNN
Alexandra Loras, ex-consulesa da França no Brasil, critica William Waack na CNN Brasil

William Waack foi criticado ao vivo na emissora onde trabalha, CNN Brasil. Nesta terça-feira (2), a ex-consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras, reclamou que o canal pago escalou para cobrir os protestos antirracistas nos Estados Unidos um jornalista demitido da Globo por racismo.

"Quando eu vejo o William Waack, que foi mandado embora por um episódio de racismo, debater tanto tempo sobre racismo, acho que deveríamos também convidar negros no lugar de fala deles para debater sobre essas questões, porque é essencial dar essa pauta para as pessoas que sentem na pele, que têm estudado esse assunto, que são ativistas militantes dessa causa", desabafou a entrevistada no telejornal CNN 360.

Alexandra Loras continuou: "Porque, realmente, #BlackLivesMatter, #VidasNegrasImportam, e hoje queimar prédios ou delegacias ao redor do mundo é um protesto de dizer: ’Estamos cansados de ver nossos irmãos sendo mortos de forma tão brutal  sem consequências’".

Evandro Cini, substituto de Reinaldo Gottino no telejornal, e Daniela Lima agradeceram à participação da ex-consulesa, mas não contestaram a fala da entrevistada sobre a participação de Waack na transmissão dos atos antirracistas.

Em novembro de 2017, William Waack foi acusado de racismo por conta de um comentário feito nos bastidores do Jornal da Globo, que vazaram na web. Em um vídeo, ele apareceu prestes a entrar no ar, quando se irritou com um barulho que vinha da rua. Na ocasião, ele estava ao lado de Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, do Wilson Center, em Washington, que se manteve calado.

"Tá buzinando por quê, seu merda? Eu não vou nem falar porque eu sei quem é, né? É preto, é preto. É coisa de preto", disse Waack. O episódio ocorreu em 2016, durante a cobertura das eleições presidenciais nos EUA, mas só chegou ao público no ano seguinte. A repercussão motivou o afastamento do âncora do telejornal da Globo. Meses depois, ele foi desligado da emissora onde prestou serviços por 21 anos.

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