Santos vai ganhar Museu Ferroviário e ampliará acervo com mais oito bondes

Buscando valorizar a história e o turismo cultural, a cidade de Santos vai implantar um Museu Ferroviário, com previsão de ocupar as áreas ao redor da tradicional Estação do Valongo.

Além disso, receberá oito novos bondes para integrar seu acervo, seis vindos da Alemanha e dois do Japão. A novidade foi anunciada no sábado (12) pelo prefeito Rogério Santos, durante apresentação oficial do projeto do Museu Ferroviário.

A chegada dos novos veículos faz parte das comemorações pelos 25 anos da Linha Turística do Bonde e visa fortalecer ainda mais o turismo histórico da região central. Com a aquisição, Santos ampliará o acervo, que atualmente conta com 13 veículos, além de três carros ferroviários vindos de países como Estados Unidos, Portugal, Itália, Escócia e Japão — alguns, inclusive, fabricados na própria cidade.

"Já temos a garantia de recursos para o Museu Ferroviário, um atrativo que se integrará à área turística do Valongo, especialmente com o futuro terminal de passageiros. O nosso acervo de bondes já é o maior da América Latina, e agora será ampliado. Essas condições reforçam a revitalização de toda a área central.”, destacou o prefeito Rogério Santos.

O futuro museu contará com recursos de R$ 9 milhões, anunciados em 2023 pelo Governo do Estado de São Paulo, dentro de um pacote de investimentos voltados ao turismo regional e à criação do Distrito Turístico de Santos. A estrutura ocupará áreas como o pátio nos fundos da estação e o antigo armazém de bagagens.

Os novos bondes chegarão por meio de doação de municípios onde estão localizados e da aquisição por meio de empresas parceiras da cidade. A próxima etapa será o planejamento logístico para importação e a expectativa é que os veículos desembarquem até o final deste ano.

Enquanto isso, o público pode visitar o atual acervo de bondes e carros ferroviários na garagem ao lado da Estação do Valongo. O local funciona aos fins de semana, das 11h às 16h. A entrada é gratuita e é preciso retirar senha no balcão do Museu Pelé, localizado do outro lado da praça. Durante a visita, há guias especializados que apresentam detalhes sobre cada modelo.

A experiência atrai moradores da região e turistas interessados em história, como o estudante Erick Cirillo Soares, de 15 anos, morador de Praia Grande, que se empolgou ao conhecer os veículos históricos pela primeira vez.

"Achei interessante, porque para quem gosta de história é legal. Eles são bonitos por dentro, principalmente o vagão buffet", disse, referindo-se a um dos carros de luxo do acervo, que já transportaram presidentes como Getúlio Vargas e Afonso Pena.

Marcus Vinicius, também de 15 anos, já havia andado de bonde, mas não esconde a admiração pelos veículos: "Acho muito legal saber mais sobre a história dos bondes, de onde eles vieram. Têm alguns muito históricos e que contam como era no passado".

Referência no assunto, o engenheiro elétrico Marcos Rogério Gonçalves Nascimento foi homenageado durante o evento pelos seus 25 anos de dedicação à Linha Turística do Bonde. Servidor municipal há 35 anos, ele acompanhou toda a evolução do projeto.

“É muito bom ser reconhecido, ainda mais quando é pela Prefeitura. Tenho certeza que essa homenagem é fruto da dedicação que tenho em manter os bondes vivos, funcionando e com a oficina de restauração atuando", afirmou.

Visitação

Os passeios de bonde continuam funcionando regularmente pela Linha Turística do Centro Histórico. De terça a sexta, as saídas são das 11h às 17h, a cada hora. Aos sábados, das 10h30 às 17h, com saídas a cada 40 minutos. Já aos domingos, os horários vão das 10h30 às 13h com intervalos de 40 minutos, e, das 13h às 17h, com saídas a cada hora.

Os ingressos custam R$ 7 e podem ser comprados na bilheteria do Museu Pelé, com opções de pagamento em dinheiro ou Pix. Crianças até cinco anos, no colo, não pagam. Estudantes, professores e maiores de 60 anos têm direito à meia-entrada.