Entrevista

Flávio Canto se emociona ao falar sobre o "Criança Esperança" e pede: "Faça alguma coisa"

Judoca, Flávio Canto se orgulha do trabalho com jovens carentes e grupo de refugiados olímpicos


Flávio Canto no Criança Esperança
Divulgação/TV Globo

Participando do "Criança Esperança" pelo quinto ano consecutivo, Flávio Canto sempre esteve envolvido em projetos sociais e chama a atenção para que as doações se estendam a outras campanhas.

"Temos a intensão de não ser um movimento só de arrecadar doações de dinheiro, mas também um lugar, um espaço onde a gente consiga provocar algum tipo de reflexão", alega.

"Não quer doar para o 'Criança Esperança', tudo bem. Mas faça alguma coisa! Não dá mais para ninguém achar que tem muita demanda. A gente pode fazer muito mais. Você fazer a criança se sentir importante não é pouca coisa", lacra.

O atleta de 44 anos é fundador e presidente no Instituto Reação, ONG sem fins lucrativos que atua há 19 anos em três comunidades carentes do Rio de Janeiro. O programa atende crianças e jovens, de 4 a 25 anos, e já revelou nomes como o da judoca Rafaela Silva, Campeã Olímpica na Rio 2016 e medalha de ouro no Panamericano de Lima, este ano.

Como um dos apresentadores do 'Criança Esperança', Flávio explica que este ano ele está indo levar notícias de alguns projetos pelo Brasil. "Eu sei exatamente o impacto que tem como projeto social e como ONG. Então, eu levo essa notícia sabendo que aquilo ali vai ter uma mudança como teve conosco. Eu fico muito feliz", vibra.

Flávio Canto se emociona ao falar sobre o \"Criança Esperança\" e pede: \"Faça alguma coisa\"

De acordo com o judoca, o show que vai ao ar na próxima segunda-feira (19) é o ápice desse movimento que dura o ano todo com ênfase nesse mês de doações por telefone. "A gente se preocupou muito em fazer do 'Criança Esperança' mais do que um show, um movimento, tanto que até virou slogan ano passado", recorda.

Como mobilizador, Flávio conta um pouco da sua experiência ao rodar o país visitando alguns dos projetos apoiados pelo programa e sorri ao lembrar que já leva o quimono na mala porque onde tem judô ele acaba treinando com as crianças. "Eu fui para o Espírito Santo, Recife, Parintins, Vitória...", lista.

Inclusive, foi durante sua passagem por Recife que ele descobriu duas jovens que fazem parte da seleção. Para o judoca, poder presenciar resultados é o que mais anima os incentivadores. "Essa pegada eu gosto muito, porque você tem exemplos de sucesso dentro, tornando tudo mais fácil", opina.

O esportista até cita como exemplo para crianças que duvidam quando escutam que podem ser o que quiser vindo de alguém que não tenha tido a mesma vida sofrida que ele. "Esse teu amiguinho aqui já está viajando, está no Japão agora, competindo, e aí, o que você vai falar dele?", indaga.

Flávio Canto se emociona ao falar sobre o \"Criança Esperança\" e pede: \"Faça alguma coisa\"

Questionado sobre como se sente ao mudar a vida dessas pessoas através do esporte, Flávio vê como uma ferramenta poderosíssima e reforça que independe do meio utilizado, já que esse resgate pode ser tanto pelo esporte, como pela cultura ou educação, por exemplo.

"São metáforas para você, dentro delas, contar histórias de caminhos bem-sucedidos que envolvem a coragem para sonhar o que nunca lhe foi permitido", aponta. "Muitas destas crianças poderiam ter ido para o outro lado [crime] se naquele momento de buscar um lugar no mundo, se sentir seguro, ganhar dignidade, não tivessem esses espaços", afirma.

Segundo o atleta, dentro desse universo de metáforas no Judô ensina-se a cair e levantar sempre mais forte. "Aprender com cada tombo, entender que faz parte de toda caminhada você cair e o mais difícil é se levantar. No 'Reação' a gente ensina a garotada a 'lutar' e todos os projetos do 'Criança Esperança' tem a mesma pegada", avalia.

Para finalizar, Flávio se diz orgulhoso com as histórias de sucesso de quem já fez parte do seu Instituto, histórias essas que viraram um livro a ser lançado no próximo mês, e cita, emocionado, a satisfação em ter um grupo de refugiados olímpicos.

"Temos os refugiados, que é uma história também notória e muito poderosa. Eles foram para as Olimpíadas em 2016 e vão, agora para a de 2020. Na próxima semana, teremos cinco jovens, dois deles refugiados, indo para Mundial do Japão", finaliza.

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