Internet supera TV e é a principal fonte de informação de brasileiros, diz pesquisa
Levantamento mostra que brasileiros agora se informam muito pelas redes sociais

Publicado em 28/02/2025 às 18:10
A TV perdeu espaço e foi superada pela internet quando o assunto é busca de informações sobre política. Os brasileiros estão se informando cada vez mais pelas redes sociais e o movimento fez com que a TV perca espaço na disputa pela informação sobre política no país. É o que diz a pesquisa Quaest divulgada nesta semana e que fez um levantamento em 8 estados.
Segundo os dados a que o NaTelinha teve acesso, em dois estados, as redes sociais já são a principal fonte de informação. Em Goiás, 39% dos entrevistadores revelaram que sua principal fonte de informação sobre política são as redes sociais, enquanto 30% responderam que é a TV. Já outros 8% buscam informações em blogs e sites e outros 21% por outros locais.
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Em Minas Gerais, a diferença é menor. Enquanto 36% preferem as redes sociais, 34% ainda mantém fidelidade na busca por informação na TV e 7% escolheram sites e blogs. Já no Paraná há um empate entre as redes e a TV em 35%, logo depois vem sites e blogs com 8%. Também há empate no Pernambuco, 39% para os dois e apenas 3% para sites ou blogs.
Nos outros estados, embora haja uma aproximação, a TV segue na liderança. No Rio Grande do Sul, a TV lidera com 36%, enquanto as redes estão em 34%, um empate técnico, seguida de sites ou blogs com 7%. Na Bahia, a liderança da televisão é de 39% a 36%, com os blogs e sites também tendo apenas 3%.
As maiores diferenças em favor da TV estão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em SP, 36% se informam sobre política na TV, enquanto 29% responderam que são as redes sociais e outros 9% preferem sites ou blogs. Já no RJ é onde está a maior diferença. A TV lidera com 39%, enquanto as redes só aparecem com 28% e sites e blogs estão com 7%.
A importância de se colocar sites e blogs na pesquisa é porque eles, assim como as redes sociais estão na internet. No levantamento da Quaest, portanto, de oito estados, somente no Rio de Janeiro a TV ainda é a principal fonte de informação no Brasil. Nos outros sete, a internet virou o maior local onde os brasileiros procuram informações sobre política.
Regulamentação das redes sociais e luta contra fake news
Os números da Quaest chamam a atenção porque foram divulgados num momento em que o governo federal vem travando uma luta mundial contra as big techs na regulamentação das redes sociais. O presidente Lula (PT) já se reuniu mais de uma vez com líderes de outros países para tentar encontrar um modelo universal.
Para a gestão Lula, as empresas de redes sociais precisam ser responsabilizadas pelas ondas de desinformações que surgem em suas plataformas. O caso ganhou protagonismo durante a eleição e depois da vitória do petista foi parar na Justiça.
No Brasil, o STF (Supremo Tribunal Federal) tem um processo aberto chamado Inquérito das Fake News, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes. Neste período, o magistrado já determinou o bloqueio e suspensão de diversos perfis em plataformas e chegou a tirar o X/Twitter do ar no Brasil.
Por outro lado, políticos de direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamam a regulamentação de tentativa de censura e defendem o que classificam como "liberdade de expressão", sem que haja nenhum tipo de regulamentação sobre o tema.
TV perde espaço na guerra de informações
A queda da TV como principal fonte de informação no Brasil coincidiu com uma recente entrevista de William Bonner, para o Alta Horas. No último sábado (22), o apresentador do Jornal Nacional fez um desabafo sobre a onda de fake news e de ódio que marcam a internet.
"Quem pensa diferente de você, passa a ser seu inimigo --essa é a lógica das redes sociais. Se o mundo não acabar, em algum momento a humanidade perceberá que isso está acontecendo. É só examinar o que acontece, as pessoas ficaram muito intolerantes", afirmou
Eu era hostilizado naquela época muito pela esquerda, porque o noticiário desagradava a esquerda. Aí teve um momento em que a direita começou a crescer no Brasil, também fazendo um discurso contra a imprensa, porque a direita tem esse discurso anti-imprensa. Não apenas no Brasil, no exterior também, para descreditar a mídia e fazer você acreditar na tia do WhatsApp", completou.