Quaest

Internet supera TV e é a principal fonte de informação de brasileiros, diz pesquisa

Levantamento mostra que brasileiros agora se informam muito pelas redes sociais


William Bonner, da TV Globo, em foto
TV perdeu espaço para internet na disputa da informação - Foto: Reprodução/Globo

A TV perdeu espaço e foi superada pela internet quando o assunto é busca de informações sobre política. Os brasileiros estão se informando cada vez mais pelas redes sociais e o movimento fez com que a TV perca espaço na disputa pela informação sobre política no país. É o que diz a pesquisa Quaest divulgada nesta semana e que fez um levantamento em 8 estados.

Segundo os dados a que o NaTelinha teve acesso, em dois estados, as redes sociais já são a principal fonte de informação. Em Goiás, 39% dos entrevistadores revelaram que sua principal fonte de informação sobre política são as redes sociais, enquanto 30% responderam que é a TV. Já outros 8% buscam informações em blogs e sites e outros 21% por outros locais.

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Em Minas Gerais, a diferença é menor. Enquanto 36% preferem as redes sociais, 34% ainda mantém fidelidade na busca por informação na TV e 7% escolheram sites e blogs. Já no Paraná há um empate entre as redes e a TV em 35%, logo depois vem sites e blogs com 8%. Também há empate no Pernambuco, 39% para os dois e apenas 3% para sites ou blogs.

Nos outros estados, embora haja uma aproximação, a TV segue na liderança. No Rio Grande do Sul, a TV lidera com 36%, enquanto as redes estão em 34%, um empate técnico, seguida de sites ou blogs com 7%. Na Bahia, a liderança da televisão é de 39% a 36%, com os blogs e sites também tendo apenas 3%.

As maiores diferenças em favor da TV estão em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em SP, 36% se informam sobre política na TV, enquanto 29% responderam que são as redes sociais e outros 9% preferem sites ou blogs. Já no RJ é onde está a maior diferença. A TV lidera com 39%, enquanto as redes só aparecem com 28% e sites e blogs estão com 7%.

A importância de se colocar sites e blogs na pesquisa é porque eles, assim como as redes sociais estão na internet. No levantamento da Quaest, portanto, de oito estados, somente no Rio de Janeiro a TV ainda é a principal fonte de informação no Brasil. Nos outros sete, a internet virou o maior local onde os brasileiros procuram informações sobre política.

Regulamentação das redes sociais e luta contra fake news

Os números da Quaest chamam a atenção porque foram divulgados num momento em que o governo federal vem travando uma luta mundial contra as big techs na regulamentação das redes sociais. O presidente Lula (PT) já se reuniu mais de uma vez com líderes de outros países para tentar encontrar um modelo universal.

Para a gestão Lula, as empresas de redes sociais precisam ser responsabilizadas pelas ondas de desinformações que surgem em suas plataformas. O caso ganhou protagonismo durante a eleição e depois da vitória do petista foi parar na Justiça.

No Brasil, o STF (Supremo Tribunal Federal) tem um processo aberto chamado Inquérito das Fake News, que tem como relator o ministro Alexandre de Moraes. Neste período, o magistrado já determinou o bloqueio e suspensão de diversos perfis em plataformas e chegou a tirar o X/Twitter do ar no Brasil.

Por outro lado, políticos de direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamam a regulamentação de tentativa de censura e defendem o que classificam como "liberdade de expressão", sem que haja nenhum tipo de regulamentação sobre o tema.

TV perde espaço na guerra de informações

A queda da TV como principal fonte de informação no Brasil coincidiu com uma recente entrevista de William Bonner, para o Alta Horas. No último sábado (22), o apresentador do Jornal Nacional fez um desabafo sobre a onda de fake news e de ódio que marcam a internet.

"Quem pensa diferente de você, passa a ser seu inimigo --essa é a lógica das redes sociais. Se o mundo não acabar, em algum momento a humanidade perceberá que isso está acontecendo. É só examinar o que acontece, as pessoas ficaram muito intolerantes", afirmou

Eu era hostilizado naquela época muito pela esquerda, porque o noticiário desagradava a esquerda. Aí teve um momento em que a direita começou a crescer no Brasil, também fazendo um discurso contra a imprensa, porque a direita tem esse discurso anti-imprensa. Não apenas no Brasil, no exterior também, para descreditar a mídia e fazer você acreditar na tia do WhatsApp", completou.

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