Silvio Cerceau

Homofobia, preconceito e romance: os personagens LGBTQIA+ das novelas

Silvio Cerceau lista novelas brasileiras com seus personagens LGBT


Felix, personagem LGBTQIA+
Felix é um dos personagens LGBTQIA+ mais lembrado
Por Silvio Cerceau

Publicado em 28/06/2024 às 07:39,
atualizado em 28/06/2024 às 09:33

Em décadas passadas, personagens LGBTQIA+ eram retratados nas novelas com cuidado ou de forma estereotipados, principalmente até a década de 1990. Você sabia que em 1963, na TV Tupi, as atrizes Vida Alves e Geórgia Gomide protagonizaram o primeiro beijo homoafetivo da TV brasileira, na novela Calúnia?

De lá para cá foram muitas figuras dramáticas que invadiram as telas e contribuíram de alguma forma contra o preconceito e a homofobia. Muitas dessas histórias deram voz a uma comunidade reprimida e violentada de alguma forma por grande parte da sociedade.

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Homofobia, preconceito e romance: os personagens LGBTQIA+ das novelas

Em 1979, o romance entre as personagens Paloma e Renata, vividas por Dina Sfat e Lídia Brondi, foi banido da trama Os Gigantes. Em Partido Alto (1984), Guilherme Karan deu vida a Políbio, personagem peculiar na forma de se vestir. Em Roda de Fogo (1986), Cecil Thiré viveu Mário Liberato. O icônico Argemiro foi emprestado por Carlos Augusto Strazzer em Mandala (1987).

Em Vale Tudo (1988), a personagem Cecília (Lala Deheinzelin) foi tirada de cena em um acidente trágico, tudo por causa da rejeição do público, já que ela vivia um romance com Lais (Cristina Proschaska), que no final encontrou um novo amor. Em Tieta (1989), quem brilhou foi Rogéria, como a travesti Ninete.

Em Pantanal (1990), Zaqueu amargou a vida em um núcleo machista e cheio de preconceitos e apelidos, dando destaque ao ator João Alberto Pinheiro. Em Renascer de 1993, foi a vez de ineditamente Buba (Maria Luísa Mendonça) surgir nas telas com uma personagem classificada na época como hermafrodita.

Romance LGBTQI+ cativou o público em 2013

Homofobia, preconceito e romance: os personagens LGBTQIA+ das novelas

O romance de Sandrinho e Jefferson ganhou o público em A Próxima Vítima (1995), casal interpretado por André Gonçalves e Lui Mendes. Explode Coração (1995) também inovou trazendo a personagem Sarita (Floriano Peixoto), que era uma drag queen. Em A Indomada (1997), Renata Sorrah vivia Zenilda, uma bissexual.

Com a sutileza e delicadeza de sempre, Manoel Carlos abordou em Por Amor (1997) o romance de Rafael e Alex. Essa trama também retratou o amor entre um homem gay mais velho e um jovem, vividos por Odilon Wagner e Beto Nasci. Ramona de As Filhas da Mãe (2001) era uma mulher trans na pele de Cláudia Raia.

O romance LGBTQI+ que mexeu com todo o país foi em Amor à Vida (2013), Felix e Niko, cujo vilão se regenerou e caiu de amores pelo seu Carneirinho, para delírio do público. A Globo exibiu pela primeira vez em horário nobre, sem ressalvas e sem reservas, o beijo entre eles. Mateus Solano e Thiago Fragoso entraram para a história da dramaturgia, nessa audácia escrita por Walcyr Carrasco.

A lista é enorme porque esses personagens desfilaram e desfilam, hoje com mais espaço e veracidade, pelas telas em novelas, séries, seriados, programas de humor e filmes. Eles inspiraram pessoas, se impuseram e mostraram para sociedade que a orientação sexual e identidade de gênero têm que ser respeitada sempre e para sempre.

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