José Padilha exigiu liberdade em série de Marielle para fechar com o Globoplay
Produtor não aceitou ingerência da dramaturgia da Globo
Publicado em 16/03/2020 às 05:51
José Padilha não quer saber de interferência do departamento de dramaturgia da Globo em sua série sobre a ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, morta em março de 2018 e que ganhará uma produção fictícia ainda neste ano no Globoplay.
Segundo apurou o NaTelinha, o produtor-executivo exigiu que constasse em contrato que toda decisão artística seria dele e de sua equipe, sem nenhuma interferência do setor comandado por Silvio de Abreu. A exigência se deu, de acordo com pessoas próximas ao diretor, após ele acompanhar o noticiário sobre as mudanças que o executivo da Globo vem impondo às novelas nos últimos anos.
Uma fonte que pediu para ter seu nome mantido sob sigilo explicou que Padilha é muito exigente quando o assunto é liberdade artística e ele também jamais permitiu que a Netflix interferisse em seus trabalhos na plataforma. Ele foi o showrunner de duas produções na gigante da internet, Narcos e O Mecanismo.
Na Globo, no entanto, o produtor teria solicitado que se incluísse a liberdade nos termos do contrato. Isso porque ele não acreditou que o peso de seu nome seria suficiente para evitar ingerência e também por temer que houvesse solicitações específicas sobre algum assunto mais ardiloso na vida de Marielle e que houvesse pedido para não se tratar ou para “pegar mais leve”.
Nas reuniões que teve com Erick Brêtas, diretor do Globoplay, Padilha teria afirmado que não levaria o projeto para a plataforma se fosse necessário sujeitar os episódios à aprovação do Fórum de Dramaturgia. O pedido foi prontamente atendido porque a cúpula da Globo entendeu que ter o selo José Padilha é mais importante que a submissão de roteiros.
O NaTelinha tentou contato com José Padilha, mas não obteve retorno.
José Padilha no Globoplay
Anunciado com pompas pelo Globoplay, José Padilha será responsável pás duas temporadas que contará a história de Marielle, assassinada há dois e que até o momento não houve conclusão das investigações de quem foi o mandante, embora já tenham sido feitas duas prisões.
Para a história, Padilha optou por Antônia Pellegrino, roteirista experiente e que faz parte da equipe de novelas como Cobras e Lagartos e Negócio da China e que era amiga da ex-vereadora e é esposa do Deputado Federal Marcelo Freixo. Ainda não há data prevista para a estreia da produção e também não há elenco escolhido.