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Cara e Coragem: Rebeca pode se traumatizar ainda mais visitando o passado, diz especialista

A personagem de Mariana Santos vai tentar encontrar sua família biológica


Mariana Santos de perfil, chorando e com expressão de tristeza
Mariana Santos como Rebeca em cena de Cara e Coragem - Reprodução/TV Globo

Nos próximos capítulos de Cara e Coragem, Rebeca (Mariana Santos) vai voltar ao orfanato em que foi criada para tentar entender melhor sua história e descobrir alguma pista que a leve a sua família biológica, que a abandonou quando ela era criança. Segundo o psicólogo Alexander Bez, compreender o passado é essencial, mas a psicoterapia ajuda a fazer isso sem gerar novos traumas.

"O passado sempre deve ser compreendido e revisitado para que não se repita os mesmos erros. Mas condutas de ruminação neuróticas do passado e saudosismo tóxico e em excesso não fazem bem. Ter algumas compreensões, encerando o ciclo conflituoso e traumático, já é suficiente", completa o especialista, em entrevista ao NaTelinha.

Na novela de Claudia Souto, o abandono que Rebeca sofreu na infância influenciou na relação dela com Chiquinho (Guilherme Tavares). A loira teve depressão pós-parto, deixou o filho com Moa (Marcelo Serrado) quando ele ainda era pequeno e agora, anos depois, tenta melhorar seu relacionamento com o menino. Segundo o psicólogo, tanto a gestação quanto dar à luz um filho provocam grandes mudanças nas estruturas física e psicológica de uma mulher.

Bez explica que a depressão pós-parto é uma variante do Transtorno Depressivo Maior e que pode se desenvolver tanto por questões psicológicas e sentimentais, quanto por questões físicas e hormonais. Ele ressalta que cada caso é diferente do outro, mas que ter sido abandonada quando criança pode deixar a mulher mais sujeita a um quadro desse tipo se ela já tiver predisposição à depressão.

Além do transtorno depressivo, o abandono familiar pode ter outras consequências. "Crises profundas de ansiedade, transtornos alimentares e sexuais, inclinação ao vício, sensação de rejeição, transtorno do sono, dificuldades de se relacionar e de adquirir confiança no outro", enumera o psicólogo.

Cara e Coragem: História de Rebeca poderia ter influenciado vida de Chiquinho

Chiquinho sorrindo e olhando para a câmera
Guilherme Tavares interpreta Chiquinho - João Miguel Júnior/TV Globo

Em Cara e Coragem, Chiquinho e Moa têm uma relação de cumplicidade e parceria, construída, principalmente, pelos anos em que o dublê criou o menino sozinho, sem a ajuda de Rebeca, mãe da criança. De acordo com o psicólogo Alexander Bez, não se pode dizer que é comum que mulheres que foram abandonadas na infância façam o mesmo com os filhos, mas algumas têm a necessidade de "repetir a história", como uma espécie de projeção, o que vai além de seu estado psicológico.

Ainda segundo o especialista, crianças com mães que tiveram depressão pós-parto têm mais probabilidades de apresentar autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), que também podem ter seus quadros agravados com um episódio de abandono.

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