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Pantanal: História, elenco e tudo sobre a nova novela da Globo

Novela estreia nesta segunda-feira (28)


Montagem com os personagens Juma e Jove da novela Pantanal
Pantanal estreia nesta segunda-feira (28) na Globo
Por Daniel César

Publicado em 27/03/2022 às 07:00,
atualizado em 28/03/2022 às 09:39

Nesta segunda-feira (28), a Globo estreia sua nova novela das 21h, Pantanal, baseada na obra original de Benedito Ruy Barbosa, que foi ao ar em 1990 na TV Manchete, e escrita por Bruno Luperi com direção artística de Rogério Gomes. Protagonizada por Alanis Guillen e com nomes de peso, como Murilo Benício, Jesuíta Barbosa e Juliana Paes

A nova novela possui a expectativa de ser a primeira obra idealizada na gestão de Ricardo Waddington e José Luiz Villamarim, que assumiram cargos de liderança na dramaturgia da Globo em 2020. A produção acompanha a história de Joventino (Irandhir Santos) e seu filho, José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira).

Muito trabalhador, Joventino foi parar no Pantanal e aprendeu algo importante: que a natureza pode mais do que o homem. Ao confiar o seu destino nas mãos da natureza, o peão compreende que nada se conquista através da força, ou no laço, como ele acreditava. Neste momento surgiu a lenda do maior peão de toda aquela região. O velho Joventino ficou afamado por trazer os bois selvagens, os ditos marruás, no feitiço. Porém, foi logo após essa compreensão que Joventino desapareceu sem deixar rastros, deixando o filho, José Leôncio, sozinho à espera de seu pai.

"Foi uma surpresa, uma virada da minha carreira, 30 anos depois ser convidado para viver o José Leôncio. A gente está fazendo uma nova novela, dando novas camadas para Pantanal. A novela foi muito marcante, era outra época; temos que contar essa história da maneira mais leve. Custei muito a me desapegar do Tadeu. É uma releitura de um clássico. Acho que o Benedito traz isso, ele vai fundo na alma do brasileiro".

Marcos Palmeira (José Leôncio)

José Leôncio segue segue a vida até que conhece Madeleine (Bruna Linzmeyer/Karine Teles), com quem se casa. O casal passa a viver no Pantanal e tem seu primeiro filho, Jove (Jesuíta Barbosa). Mas ela não se acostuma com o lugar e deixa claro que sente saudade da vida urbana e da mordomia da mansão de seus pais no Rio de Janeiro, por isso ela passa a sofrer. Com o marido sempre em comitivas, ela se vê obrigada a conviver com Filó (Leticia Salles/Dira Paes), funcionária da casa a quem pouco conhece e nada confia. Madeleine tem dúvidas quanto a relação de Filó com José Leôncio, assim como Tadeu (Lucas de Oliveira Santos/Gustavo Corasini/ José Loreto), filho de Filó e afilhado do patrão. O que Madeleine não sabe é que José Leôncio e Filó tiveram um envolvimento, no passado, durante as viagens do peão.

"O Marquinhos (Marcos Palmeira, que interpretou o personagem na primeira versão) tem sido tão sensível, tão generoso, ele foi um capitão, desde antes da preparação, fiquei muito emocionado, era lindo ver a chegada nele nesse trabalho de 30 anos atrás. Ele me dava dicas sem saber. Ele me apontava o caminho sem me dizer que estava me dando. Isso tudo fazia registrar esse Tadeu. Temos muitos diretores nas cenas, às vezes falta um feedback, o Marquinhos sempre vem com uma palavra de carinho. Ele deixa o ambiente na gravação com leveza, parece que ele sabe que não quero ficar pensando que ele fez aquele Tadeu, ele dá leveza, me faz ter crise de risos. Tinha muito medo de contracenar com esse cara que gosto e admiro, me apaixonei, ele é um paizão, o nosso capitão".

José Loreto (Tadeu)

Madeleine foge do Pantanal levando Jove, ainda bebê, de volta para a mansão da família Novaes. O menino cresce longe do pai. O pai jamais deixou de cumprir suas obrigações legais, enviando fielmente uma quantia de pensão mensal, sem se dar conta que onde sobra dinheiro, falta o afeto. Jove cresce acreditando que seu pai havia morrido, enquanto o pai, sem saber da mentira criada pela ex-mulher, não procurava o filho, acreditando ter feito o melhor ao se afastar de vez de Madeleine.

A solução encontrada pelo fazendeiro é fazer de Tadeu uma espécie de herdeiro, mais do que para as suas terras, para os valores e tradições de sua família. Com a partida de Madeleine, Filó revela a José Leôncio que Tadeu é seu filho. Apesar da alegria dos três - em especial de Tadeu -, a informação é guardada por eles à sete chaves. De forma que, da porta para fora, Tadeu segue apenas como afilhado do patrão, o que lhe dói profundamente.

Passagem de tempo em Pantanal

Vinte anos depois, Jove descobre que seu pai está vivo e vai à sua procura. É desse encontro e de sua enorme expectativa, embalados por uma festança para todo o povo da região da fazenda, que começam os grandes conflitos entre os Leôncio. Embora desejem profundamente viver a relação entre pai e filho, José Leôncio e Jove são confrontados por um abismo de diferenças comportamentais e culturais, inaceitáveis aos olhos um do outro. Não bastasse isso, o rapaz ainda precisa lidar com o ciúme de Tadeu, que carrega no peito o vazio de não se sentir um "legítimo Leôncio". Amado, mas não reconhecido. Para completar a confusão familiar, em determinado momento todos são surpreendidos com a chegada de um terceiro filho para disputar o amor e a admiração deste pai: José Lucas de Nada (Irandhir Santos) chega à fazenda por obra do destino e descobre ali os laços familiares que nunca teve.

"É uma pessoa que vem de uma realidade muito dura, um sobrevivente. Mas se tornou uma pessoa bruta, com valores questionáveis. Não pensa em mais nada além de sobreviver. E as coisas que ele faz para alcançar seus objetivos são irreais. Diria que ele é um cara com valores completamente deturpados, de um caráter que muda conforme a situação. Um cara muito bronco, que não teve um pai ou uma mãe".

Murilo Benício (Tenório)

É no Pantanal o primeiro encontro entre Jove e Juma Marruá (Alanis Guillen). Filha de Maria Marruá (Juliana Paes) e Gil (Enrique Diaz), a jovem não abre a guarda para ninguém. Apesar da pouca idade, Juma é uma mulher forte, que aprendeu com a mãe a se defender do "bicho homem", a espécie mais perigosa que pode vir a rondar a tapera onde mora. Também pudera. Foi o bicho homem que levou seu pai, sua mãe e cada um de seus irmãos. Forjada pela desconfiança, Juma se torna uma mulher selvagem e arredia. "Não existe quem consiga domar aquela onça", dizem. Porém, as mesmas razões que afastam Jove de José Leôncio, o aproximam de Juma. Entre eles, uma linda paixão se inicia. Um amor puro, fruto desse encontro improvável e natural, que marca para sempre o destino de todos. Contudo, não demora para que as diferenças culturais e sociais do casal tornem a relação em muitos níveis complicada e bastante improvável. Para a alegria de uns e lamento de outros.

"Quando soube que a novela ia acontecer, entrei em contato com a direção da casa, está sendo uma honra, divertidíssimo, tenho feitas cenas muito legais e feito amigos. A preparação passou muito pela palavra, pelo jeito de falar, está sendo muito gostoso pegar o texto e ver se encontro alguma expressão do Brasil. A ideia é tentar mostrar a magia, a força, honra e fé que esse homem do campo tem, essa coisa lúdica".

Juliano Cazarré (Alcides)

 

O grande porta-voz da importância de cuidar da natureza é o Velho do Rio (Osmar Prado). Um encantado – uma entidade sobrenatural –, que na maior parte do tempo assume a forma de uma sucuri, mas que também se apresenta na forma humana. O Velho do Rio é responsável por cuidar não só daquelas terras e dos animais que ali habitam, mas por zelar pelas relações interpessoais que se desenrolam por lá. Para ele, o homem é o único ser que "queima as árvores que lhe dão o ar e envenena a água que bebe". Essa e outras lições vão moldando os caminhos dos personagens, ao passo em que vão apresentando soluções e mais mistérios àquele universo. E ele não é o único. Os moradores da região acreditam fielmente que Maria Marruá (Juliana Paes) vira onça, principalmente, quando precisa defender os seus, ou "quando fica com réiva". E não se espantariam se descobrissem que o "dom" teria sido passado à Juma.

Pantanal: O passado de Juma e Jove

Embora ninguém se dê conta, o destino vem marcando a vida da família Leôncio, mas também dos Marruá, ainda que eles sequer se conheçam. Gil (Enrique Diaz) e Maria Marruá (Juliana Paes) chegam ao Pantanal praticamente por um acaso da vida. Depois de fugirem do Paraná para deixar toda a tragédia de vida que para trás, encontram em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o chalaneiro Eugênio. Cumprindo seu papel, o homem os leva "para mais perto de Deus", como ele mesmo diz ao casal. Os dois são deixados por ele nas terras de José Leôncio (Renato Góes) e logo encontram uma tapera, uma residência abandonada em ruínas. Um lugar onde acreditam que podem reconstruir suas vidas. Nesta mesma época, José Leôncio volta do Rio de Janeiro casado com a carioca Madeleine (Bruna Linzmeyer), para a surpresa e angústia de Filó (Letícia Salles), que é apaixonada pelo patrão e amigo.

"O Pantanal é vivo, tem que ser bicho para estar ali, cheguei muito perto da cobra e de outros animais, mas com muito respeito e parcimônia, consciente de que não é qualquer bicho que pode chegar com intimidade".

Alanis Guillen (Juma)

"A Filó faz aquela ponte, que talvez seja os dois lados de uma mulher, que vai de uma prostituta a grande mãe, como se fossem opostos, mas são complementares. É uma mulher que começa uma vida muito cedo, não tem chances, se entrega à prostituição, só que ela é resgatada pelo encantamento de um jovem por uma mulher. Só que a Filó vive outra paixão pelo Zé Leôncio, e ela é muito realista e faz que ela traga uma carga no meu olhar muito contemporâneo".

Dira Paes (Filó)

Paula Barbosa (Zefa) faz um tour no cenário de Pantanal

Quem é quem em Pantanal

Pantanal: História, elenco e tudo sobre a nova novela da Globo

Joventino Leôncio (Irandhir Santos)

Peão e ponteiro de uma comitiva que toca com rara maestria, Joventino (Irandhir Santos) faz seu nome tangendo boiadas pelos sertões deste país. Por onde quer que passe, é tido como o maior entre todos os peões. Com o filho José Leôncio (Drico Alves/ Renato Góes/ Marcos Palmeira), se estabelece no Pantanal. É um pai amoroso, um homem justo e honesto.

Quer começar uma criação de gado à sua maneira. Joventino quer ver a vida caminhar no passo da natureza, não dos homens. E, como bom peão que é, não tem pressa. Sabe que, mais importante que o destino, é a jornada.

José Leôncio (Drico Alves/ Renato Góes/ Marcos Palmeira)

Criado no lombo do cavalo de seu pai, Joventino (Irandhir Santos), cortando em comitiva os interiores deste país, conhece a vida e é talhado por ela em meio à peonada, simples e bronca, apartado de uma figura feminina desde a morte muito precoce da mãe. O que a vida furta a ele em carinhos, o pai compensa em valores. Após o desaparecimento de Joventino, José Leôncio carrega essa dor em ferida aberta a vida inteira. Foi casado com Madeleine (Bruna Linzmeyer/ Karine Teles), com quem teve Jove (Jesuíta Barbosa).

E também é pai de Tadeu (José Loreto), fruto de seu relacionamento com Filó (Letícia Salles/ Dira Paes). E será surpreendido com a chegada de um filho desconhecido, José Lucas de Nada (Irandhir Santos). José Leôncio carrega, além de suas amarguras, a frustração de nunca ter sido para nenhum dos três filhos o que o velho Joventino foi para ele.

Filó (Leticia Salles/ Dira Paes)

Filó (Leticia Salles) surge grávida de Tadeu (José Loreto) na fazenda de José Leôncio (Renato Goes/ Marcos Palmeira), onde passa a viver e trabalhar como empregada. Sempre foi, na verdade, muito mais que isso. Filó é a alma e o coração daquela casa. O esteio. É uma mulher religiosa, apegada à sua fé.

Após ser expulsa de casa pela mãe aos 12 anos, encontra abrigo em uma currutela, local onde conhece José Leôncio meses antes de procurar por ele na fazenda. Recebe dele emprego, carinho, abrigo e, acima de tudo, proteção. Vira fera para proteger seu "Zé" contra tudo e contra todos, disposta a trair até mesmo os seus sentimentos pelo bem dele.

Antero Novaes (Leopoldo Pacheco)

Eloquente, educado e sagaz, Antero (Leopoldo Pacheco) é um bon-vivant, um tipo tão polido quanto dissimulado. Embora não seja um sujeito íntegro, no sentindo literal da palavra, é absolutamente honesto.

É herdeiro de uma família tradicional da alta sociedade, casado com Mariana (Selma Egrei), com quem tem duas filhas, Madeleine (Bruna Linzmeyer/ Karine Teles) e Irma (Malu Rodrigues/ Camila Morgado).

Mariana Braga Novaes (Selma Egrei)

Intuitiva, observadora e perspicaz, Mariana (Selma Egrei) é uma verdadeira raposa, capaz de antever onde cada passo irá terminar. Afeita à vida em meio à alta roda, assimila uma personalidade controladora e moralista, sem se tornar hipócrita.

Casada com Antero Novaes (Leopoldo Pacheco), tem duas filhas, Madeleine (Bruna Linzmeyer/ Karine Teles) e Irma (Malu Rodrigues/ Camila Morgado).

Irma Novaes (Malu Rodrigues/Camila Morgado)

Irma (Malu Rodrigues/ Camila Morgado) vive uma vida sem grandes emoções. Primogênita da família Novaes, nasce sob os firmes cabrestos impostos pela mãe, Mariana (Selma Egrei), sem liberdade para muita coisa além de obedecer. Na juventude, tem um pudor extremo, sempre muito cordata, obediente. Esse recato autoimposto a faz sofrer, sem que as pessoas imaginem o quanto lhe custa toda essa repressão.

O que ninguém percebe também é o fardo que Mariana impõe a Irma sempre que a usa de sarrafo para a caçula Madeleine (Bruna Linzmeyer/ Karine Teles). Forjadas sobre esse paralelo constante, e injusto, cada uma reage à sua maneira. Enquanto Madeleine responde com rebeldia, Irma se embrenha cada vez mais no jogo da mãe, sem notar que a vida escorre por entre os dedos sem que ela tenha sentido sequer o seu sabor.

Madeleine Novaes (Bruna Linzmeyer/ Karine Teles)

Provocante, subversiva por natureza e sensual, Madeleine arrebata corações por onde passa, e, mesmo com a marcação acirrada da mãe, Mariana (Selma Egrei), vive rodeada de amigos e pretendentes. Madeleine não dá a mínima para normas ou qualquer convenção social que a mãe tenta ditar. É capaz de sair com o primeiro que cruzar seu caminho só para deixar dona Mariana de cabelo em pé.

Enquanto sua irmã Irma (Malu Rodrigues/ Camila Morgado) reza pela cartilha da mãe, Madeleine reza pela do pai, blefando, aqui e acolá, para conseguir o que quer. Não tem medo de nada, muito menos de jogar alto.

Gil (Enrique Diaz)

Gil é um sujeito simples, sem muita de cultura nem modos e com um jeito brando de ser. É um tipo correto, honesto e muito decente, tendo se tornado um ótimo marido, dedicado e atento à sua Maria Marruá (Juliana Paes).

É um homem bom que nasceu em um mundo ruim e perverso. É enganado no Sarandi, no Paraná, onde comete um crime que o leva fugido ao Pantanal ao lado de Maria, onde tenta reconstruir sua vida e onde nasce sua filha, Juma (Alanis Guillen) .

Maria Marruá (Juliana Paes)

Era Maria antes de se tornar Marruá. Esposa dócil e dedicada, levava uma vida feliz até enterrar cada um dos três filhos que tinha. Maria "morreu" com eles, de forma que quando chega ao Pantanal ao lado do marido Gil (Enrique Diaz), é um retalho de gente, sem vida, sem alma, sem esperança.

Ao engravidar de Juma (Alanis Guillen), recebe a filha com ar de maldição, em um parto na beira do rio com o intuito de colocá-la na canoa e empurrá-la para as águas. Não por falta de amor, mas por não suportar a ideia de perder outro filho. O destino, contudo, as quis juntas. E a natureza encontrou uma maneira de fazer isso acontecer.

Todas as fases

Velho do Rio (Osmar Prado)

Ponto de contato entre o mundo físico e espiritual e a síntese de uma consciência ecológica coletiva, o Velho do Rio (Osmar Prado) é um encantado. Uma espécie de guardião deste paraíso em terra que se chama Pantanal.

Apresenta-se vezes em forma de gente, vezes em forma de sucuri, a maior de todas que já se viu pelo Pantanal.

Eugênio (Almir Sater)

Condutor de chalana desde que se compreende por gente, Eugênio (Almir Sater) é, como Trindade (Gabriel Sater) e o Velho do Rio (Osmar Prado), uma figura encantada, mítica, uma entidade que abriga aquela planície alagada.

Tal qual as águas, Eugênio e sua chalana têm um propósito espiritual muito forte, o de carregar as almas, eliminar o mal, purificar e trazer vida nova, preservando o equilíbrio daquele paraíso.

2ª Fase

Tadeu (José Loreto)

Tadeu (José Loreto) é um sujeito muito simples, de poucas palavras e sem grandes ambições na vida, além de aproveitar a jornada. Na infância, troca os estudos pela garupa do padrinho, José Leôncio (Renato Goes/ Marcos Palmeira), e se torna homem tangendo a boiada junto dele por essas estradas da vida. Recebe de José Leôncio a mesma educação que ele próprio havia recebido do velho Joventino.

Mesmo depois que Filó (Leticia Salles/ Dira Paes) diz a José Leôncio que Tadeu é seu filho, a pedido dela, o menino não tem um tratamento diferenciado. É peão e pronto. Tadeu se apaixona por Guta (Julia Dalavia), enquanto ela está interessada em Jove (Jesuita Barbosa).

Tibério (Guito)

Homem maduro, Tibério (Guito) é do tempo em que a palavra valia mais que qualquer pedaço de papel. Não à toa, logo que José Leôncio (Renato Goes/ Marcos Palmeira) o conhece faz dele capataz da sua fazenda mais preciosa: a do Pantanal. Peão de carreira e de rara competência, não fosse Tibério, José Leôncio não teria construído o império que construiu.

Isso porque ele é o guardião do paraíso sagrado de José Leôncio e, de certa forma, o lastro que permite o patrão se afastar do Pantanal pelo tempo que for necessário, sem medo do que irá encontrar ao retornar. Ele é a ordem e a justiça e, na ausência do patrão, sua palavra é a lei. Tibério se impõe aos demais através da conduta irreparável e da competência, e não pela força.

José Lucas de Nada (Irandhir Santos)

Fruto de uma relação fortuita de José Leôncio (Renato Góes/ Marcos Palmeira) com uma prostituta, não é batizado "De Nada" por ódio ou rancor, mas por ser, de fato, filho de pai desconhecido. José Lucas nunca ganhou nada de mão beijada. Orgulhoso, mesmo que tivesse tido a chance de ganhar, não teria aceitado. Fora educado pela mãe, pela avó, e pelos muitos peões que pousavam pela currutela onde elas trabalhavam.

Foi com aqueles homens, simples e rudimentares, que José Lucas aprendeu o ofício de peão e saiu, em companhia deles, para ganhar o mundo como caminhoneiro. Quando chega à fazenda e à vida de José Leôncio, além da surpresa pela semelhança com o velho Joventino, vive ainda a tensão de se interessar por Juma (Alanis Guillen), que tem um relacionamento com seu irmão Jove (Jesuíta Barbosa).

Jove (Jesuita Barbosa)

Inteligente e irreverente, Jove (Jesuíta Barbosa) é um jovem que, embora tenha nascido no Pantanal, pode-se dizer um autêntico carioca. Filho de Madeleine (Karine Teles) e José Leôncio (Marcos Palmeira), é levado ainda bebê para o Rio de Janeiro. E é criado achando que o pai morreu. Quando jovem, vai para o Pantanal conhecer o pai e descobre que é a antítese dele.

Não que seu caráter seja menor, mas Jove é produto de seu meio. Lá, conhece e se apaixona por Juma (Alanis Guillen), com quem descobre que suas raízes estão plantadas naquelas terras.

Nayara (Victoria Rossetti)

Jovem, cheia de vida e sem juízo nenhum, Nayara (Victoria Rossetti) está habituada a arrebatar corações por onde passa, quando Jove (Jesuíta Barbosa) cruza o seu caminho. Ela se apaixona por Jove à medida em que ele perde o interesse por ela.

A jovem revela uma imagem incongruente, oca, vazia e superficial. Acredita que sua vida vai mudar quando descobre que Jove é filho de Madeleine (Karine Teles), a quem segue nas redes sociais.

Juma Marruá (Alanis Guillen)

Filha de Gil (Enrique Diaz) e Maria Marruá (Juliana Paes), Juma cresce sob os cuidados da mãe, que a ensina a se defender de tudo e todos. Nasceu e viveu limitada ao pedacinho de terra que era de José Leôncio (Renato Góes/ Marcos Palmeira), mas que seus pais tomaram posse ao desembarcarem no Pantanal. Tal qual a mãe, Juma incorpora Marruá. Mais do que o nome, a forma selvagem e visceral de viver.

De Maria, Juma herda os hábitos, as artes da caça e a capacidade de não depender de ninguém para nada. Acredita, como a mãe, que nesta vida está melhor quem está só. Até conhecer Jove (Jesuíta Barbosa), por intermédio do Velho do Rio (Osmar Prado), que traz o rapaz ferido para sua tapera. Deste momento em diante, Juma, que vivera sempre tão atenta e alerta aos ardis do "bicho homem", se torna cativa de um novo sentimento. A mãe não a preparou para se defender do amor.

Muda (Bella Campos)

Ela vai ao Pantanal em busca do que considera justiça pela morte de seu pai, assassinado por Gil (Enrique Diaz) quando ela era ainda um bebê. Quando Maria Marruá (Juliana Paes) a surpreende espreitando a tapera, ela finge não falar.

E engana Maria e Juma, que a abrigam com compaixão, sem saber que um dos seus capatazes matou Gil. Seus planos de vingança começam a mudar quando Juma apresenta um sentimento novo a ela. Maior que o perdão, o amor. Amor de irmã.

Tenório (Murilo Benício)

Assim como Muda (Bella Campos) e Maria Marruá (Juliana Paes), Tenório (Murilo Benício) vem do Paraná para o Pantanal com um passado que prefere esconder. Fazendeiro, marido de Maria Bruaca (Isabel Teixeira) e pai de Guta (Julia Dalavia), é um sujeito prático, frio e extremamente racional. Perspicaz, logo percebe que a vida é um jogo de cartas marcadas.

Para ele, não há justiça, não há mérito, não há nada. Lição que aprende a duras penas. Muito antes de começar a ganhar, Tenório aprende a perder, até se tornar um verdadeiro mestre no jogo da vida. Para a família, é um homem moralista, retrógrado, conservador e preconceituoso. Por isso a surpresa quando Guta descobre que o pai tem outra família em São Paulo.

Maria Bruaca (Isabel Teixeira)

Maria é mulher feita, madura e maltratada, tanto pela vida quanto pelo marido, Tenório (Murilo Benício), que a chama de Bruaca, marcando a falta de apreço e respeito que tem pela esposa. Sua relação com a filha, Guta (Julia Dalavia), é seu esteio. Por isso sofre quando ela parte para São Paulo para estudar, e seu retorno é motivo de alegria.

Maria casou grávida com Tenório e, embora fosse filha de um cafeicultor muito próspero, vê suas terras ficarem devastadas após uma grande geada. Quando seu pai morre, Tenório vende as terras e Maria se torna um fardo para o marido. Quanto mais ele viaja sozinho por esse país, mais culpada ela se sente. Por isso se submete a tudo sem imaginar que Tenório tem uma outra família em São Paulo.

Guta (Julia Dalavia)

Guta é filha de Tenório (Murilo Benício) e Maria (Isabel Teixeira). Volta de São Paulo, onde formou-se Engenheira Civil, mais livre, forte e independente. É uma mulher à frente do seu tempo, senhora de si. Livre para escolher, volta ao Pantanal para a alegria da mãe e desconfiança do pai.

O que este não sabe é que ela descobriu da pior maneira possível que Tenório tem uma segunda família em São Paulo: apaixonando-se pelo irmão, Marcelo (Lucas Leto). Seu retorno ao Pantanal é mais que um acerto de contas com o pai, mas uma fuga desta situação estranha na qual a mentira de Tenório a colocou.

Alcides (Juliano Cazarré)

Por baixo da sua casca grossa e maltratada pela vida, o capataz de Tenório (Murilo Benício) guarda um bom coração. Por isso, luta contra seus instintos para tentar ser um homem decente. Misterioso, não bate na fazenda de Tenório por acaso, também não vai até o Pantanal em busca de emprego: quer justiça. O que não pode imaginar é que a esposa do patrão, Maria (Isabel Teixeira), vai projetar nele todo o seu desejo sexual reprimido. Bem como não está nos seus planos que Guta (Julia Dalavia), a filha dos patrões, pinte por ali para bagunçar de uma vez por todas com o seu juízo.

Alcides entrega o seu coração para Guta de imediato e, por isso, fica tão valente sempre que alguém se engraça com ela. Acontece que Guta, para o mal de todos seus pecados, o acha um pobre coitado, um tipo tosco, bronco e machista, muito diferente de Jove (Jesuíta Barbosa), o filho progressista e estudado de José Leôncio (Marcos Palmeira).

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