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Nova direção da Globo quer cortar vícios e implantar novo modelo de dramaturgia

Ricardo Waddington quer histórias mais aprofundadas


Adriana Esteves e Chay Suede atuando em Amor de Mãe
Globo quer mudanças na dramaturgia - Foto: Reprodução/Globo
Por Naian Lucas

Publicado em 17/05/2021 às 06:03,
atualizado em 17/05/2021 às 11:24

Ricardo Waddington segue promovendo as mudanças no setor de dramaturgia da Globo. A saída de Edna Palatnik da emissora foi um claro recado de que ele seguirá firme com seu plano inicial: apostar em tramas mais aprofundadas e que dialogue com um Brasil mais diversificado. A intenção do diretor de Entretenimento é que os responsáveis por avaliar sinopses de novelas, séries e minisséries não tenham os vícios da gestão passada, quando era chefiada por Silvio de Abreu.

Segundo apurou o NaTelinha, quando aceitou ser o principal executivo de Entretenimento do canal, um dos objetivos que Waddington deixou claro era que ele seguiria um caminho diferente na dramaturgia. Silvio teve como objetivo promover uma renovação e apostou, em sua grande maioria, em histórias mais leves e palatáveis ao público.

Isso acabou criando certos vícios no setor. No horário das sete, por exemplo, a comédia romântica, com pitadas de pastelão, ganhava a preferência da direção. Poucas exceções ocorreram nos últimos anos, como Deus Salve o Rei (2018) e Rock Story (2016-2017). Na faixa das seis, enredos de época e com muito romance vieram em sequência.

Promovida, Edna tinha como função avaliar novas produções, mas acabou não conseguindo compreender o desejo de Waddington e também de José Luiz Villamarim. Sinopses aprovadas costumam sofrer alterações, assim como os dois primeiros blocos de capítulos. Só que enquanto a nova direção queria um caminho, Edna acabava seguindo outro.

Por conta disso, a ex-executiva do canal optou por seguir outro caminho e anunciou seu desligamento da Globo. Se ela não pedisse, Ricardo determinaria a sua demissão nos dias seguintes. Não houve qualquer tipo de briga, apenas desavenças no estilo que a emissora quer adotar na dramaturgia.

Ricardo Waddington quer mais ousadia

Nova direção da Globo quer cortar vícios e implantar novo modelo de dramaturgia

Ricardo Waddington sempre foi conhecido por buscar direções diferentes, tanto que era tratado na Globo como o diretor que melhor lia os roteiros dos autores, já que seguia um jeito de trabalhar com Manoel Carlos e outro bem diferente com João Emanuel Carneiro. Seu objetivo é que a sua equipe consiga ter a mesma leitura ao avaliar novos projetos.

E a palavra de ordem é que novos autores e diretores que estejam ao redor do Brasil tenham as portas abertas para apresentar seus projetos, principalmente para séries e minisséries. A escolha de Villamarim ocorreu justamente por isso, pois os últimos trabalhos dele foram experimentais, como Onde Nascem os Fortes (2018) e Amor de Mãe (2019-2021).

O diretor de Entretenimento compreende que o momento ainda é de transição e alguns profissionais estão se adaptando, mas ele tem deixado claro que quer mais ousadia nas histórias e direções, principalmente nas novelas. A intenção dele é que a maioria dos enredos voltem a cair na boca do povo, algo que se tornou mais raro nos últimos anos.

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