Denúncia

RedeTV! é denunciada por casos de assédio moral que assombram redação de jornalismo

Casos já estão na Justiça e ex-funcionários também cobram direitos trabalhistas


redetv-logo_5d7322325c861cbf9ae013c7d2d9701d1ca75199_40b940b57e0a439690d375bc1c30285d0b254e83.jpeg
Divulgação

Desde 2014 como superintendente de jornalismo e esportes da RedeTV!, a gestão de Franz Vacek está enfrentando denúncias motivadas a partir do seu braço direito no departamento.

Segundo fontes do NaTelinha, a chefe de redação de jornalismo, Lídice Leão, seria uma pessoa intransigente, tendo o hábito de discutir e desrespeitar os colegas na frente de todos, com humilhações e imposição de cargo. Casos que seriam considerados como assédio moral.

Relatos apontam que, em quase três anos da gestão Franz Vacek, três apresentadores já deixaram a emissora por conta de problemas do tipo. Um deles denunciou o caso internamente e acabou demitido. Entrou com processo trabalhista, exigindo seus direitos após ser contratado como PJ (pessoa jurídica), e também por danos morais relatando os momentos que passou com a chefe de redação. Ganhou em primeira instância, conforme documento obtido pela reportagem.

RedeTV! é denunciada por casos de assédio moral que assombram redação de jornalismo

Outros seis casos de assédio moral estão correndo na Justiça contra a RedeTV! envolvendo ainda repórteres e editores, que também buscam seus direitos trabalhistas, como recolhimentos de FGTS, 13º salário, férias e horas extras.

Segundo depoimentos ouvidos pelo NaTelinha sob promessa de anonimato - por medo de ter suas carreiras prejudicadas -, Lídice Leão perseguiria a todos que questionassem as suas ordens, agindo de forma humilhante demostrando que ela era a superior hierárquica, ameaçava a equipe de demissão, rebaixava as funções dos jornalistas e minimizava os contratados como PJ.

Um áudio que chegou ao site mostra um caso ocorrido em 2015, quando faltando duas horas para o fim da jornada de um repórter, a chefe exigiu que ele continuasse seu trabalho além do tempo pois entraria num link do "RedeTV! News".

Como tinha outro compromisso já marcado com seu filho, disse que não poderia ficar e explicou a situação. "PJ trabalha no horário que a gente quiser", bradou em dado momento uma voz que seria de Lídice Leão, surpreendendo o repórter. "Você tem um salário maior do que os outros e se a gente quiser e precisar você vai trabalhar 15, 16 horas sim!", emendou.

Chateado, o profissional questionou tal forma de tratamento, e ela repondeu: "Eu sou a chefe de redação!".

Outro relato de abuso de poder mostra que isso poderia ocorrer até mesmo em momentos de descontração, como em plantões de fim de semana, quando a equipe pedia pizza e ela exigia o primeiro pedaço, "pois sou a chefe".

Essas práticas seriam recorrentes e envolveriam até mesmo uma grávida. Há cerca de três meses, uma jornalista que espera bebê pediu demissão após não aguentar mais ser destratada pela superior.

RedeTV! é denunciada por casos de assédio moral que assombram redação de jornalismo

Fontes ouvidas também revelaram que Lídice Leão foi denunciada ao setor de recursos humanos (RH) da RedeTV! e voltou com afastamento médico por estresse, ficando a sensação na empresa de que teria levado uma advertência disfarçada de problema de saúde. Comenta-se que Franz Vacek protegeria seu braço direito para que nada saia da redação, gerando assim uma bolha insustentável aos funcionários.

O NaTelinha conversou com o advogado que representa vários profissionais envolvidos no caso, o Dr. Marcos Piva. "Quando existe um caso único, você pode até falar que é interpretativo. Mas quando existem vários casos rotineiramente ocorridos, já denunciados e a empresa não toma uma postura... Isso tudo é contrário às leis, aos princípios minimamente éticos, trabalhistas e principalmente contrário às normas e regras de qualquer empresa que se considera certa", disse ele, mencionando as denúncias.

O advogado ainda antecipou que pretende levar essas acusações de assédio moral ao Ministério Público Federal, para que elas sejam apuradas como crime.

"Considerando-se que o assédio moral já fora denunciado dentro dos processos trabalhistas, e expostos aos diretores, que não tomam qualquer providência, tornam tais atos como práticas habituais e regulares aplicadas pela reclamada, chegando ao ponto de se caracterizar o dolo, e daí advém a notória possibilidade de se denunciar tudo isso ao Ministério Público Federal, a qual deve apurar a quantidade de processos com fatos similares, bem assim, outros denunciados pelo sindicato, a fim de abrirem investigações e punirem os culpados", afirmou.

A reportagem também obteve cópias de outros processos, áudios e vídeos, protegidos neste momento.

O NaTelinha procurou o outro lado através da assessoria de imprensa da RedeTV!, que até o fechamento da matéria não se pronunciou.

O espaço está aberto e, caso o façam, será atualizado.

TAGS:
Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado