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Autor de "Milagres de Jesus", Renato Modesto fala sobre a nova minissérie

Em entrevista exclusiva, roteirista também fala da Globo, carreira e perspectivas


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Caio Junqueira está no elenco de "Milagres de Jesus", nova minissérie bíblica da Record - Divulgação/Record
Contratado da Record há dois anos e meio e com passagens pelo SBT, pela Globo e pelos teatros, Renato Modesto está diante de um grande desafio. Ele é o autor de 15 dos 18 episódios de "Milagres de Jesus", a nova série bíblica do canal.
 

Renato Modesto assina 15 dos 18 episódios de "Milagres de Jesus"
Divulgação
 
Renato tem uma carreira extensa. Já subiu aos palcos como ator em peças com elenco renomado, como Bárbara Bruno, Raul Cortez, Christiane Torloni e Antonio Petrin. Também atuou em novelas, como em "Pérola Negra", do SBT e emplacou alguns livros.
 
No entanto, no campo da dramaturgia, Renato Modesto leva grande destaque pelos 13 anos de Rede Globo, onde colaborou em três novelas de Walther Negrão ("Como uma Onda", "Desejo Proibido" e "Araguaia"), além ter assinado o especial de Natal "Papai Noel Existe" em 2006.
 
Contratado da Record em outubro de 2011 para ser co-autor de "Máscaras" ao lado de Lauro César Muniz, o roteirista se animou com o convite por ver possibilidades de novos voos. "Depois de treze anos de Globo, eu já estava com vontade de desenvolver meus próprios projetos", disse em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
 

Renato, de camiseta branca, ao lado de Mariana Vielmond, Mário Viana e Lauro César Muniz (à esquerda):
equipe de "Máscaras" em foto tirada às vésperas do desfecho da novela
Reprodução
 
Logo após "Máscaras", Renato Modesto foi convocado para escrever "Milagres de Jesus". O projeto está em desenvolvimento desde o fim de 2012. O roteirista, que prefere se manter distante de comentários mais profundos em relação à suposta crise que estaria ocorrendo na parceria entre a Record e a Academia de Filmes, está bastante otimista e contente com o momento que está atravessando: "Estou bastante feliz e otimista nesta nova fase da minha carreira".
 
Confira a entrevista na íntegra:
 
NaTelinha - "Milagres de Jesus" é a mais nova aposta da Record no campo da dramaturgia. Quais são suas expectativas quanto à aceitação e a audiência?
 
Renato Modesto - As séries bíblicas da Record já conquistaram, por sua alta qualidade,  o respeito do público.  Espero que "Milagres de Jesus" emocione e seja mais um sucesso.

 
NaTelinha - Diferente dos outros investimentos, que eram de narrativa contínua, desta vez a produção tem tratamento de série, com episódios que começam e se encerram no mesmo dia. Esta opção foi sua ou da casa? Como avalia as duas possibilidades e a sua atual rotina de trabalhos?
 
RM - A ideia veio da direção da Record. Cada milagre de Jesus é abordado em um telefilme completo, sem deixar de existir a ligação temática entre todos os episódios. Acho esse formato perfeito para uma série que será apresentada semanalmente. Quanto a minha rotina, estou trabalhando nos roteiros desde dezembro de 2012 e, no momento, estou fazendo os ajustes finais.

 
NaTelinha - "Milagres de Jesus" é a primeira produção bíblica após a reestruturação da dramaturgia, que implicou em grandes cortes nos orçamentos se comparado ao que foi investido em "José do Egito" e em outros projetos. Até qual ponto "Milagres" foi afetada por isso?
 

Chay Suede é protagonista do episódio "A Cura da Mão Ressequida" de "Milagres de Jesus"
Divulgação/Record

RM - Não tenho informações sobre valores investidos ou detalhes de produção. Minha participação no projeto foi escrever os roteiros e, nesta área, tive bastante liberdade de criação. Não me foi imposta nenhuma limitação, além das que são observadas de praxe, seja na Record ou em qualquer outra emissora.

 
NaTelinha - Alguns episódios de "Milagres de Jesus" são escritos por outros autores, como Camilo Pelegrini e Maria Claudia Oliveira, porém a maioria dos episódios são seus. Esta também foi uma opção da casa? Como encara esta responsabilidade?
 
RM - Quando fui chamado para participar do projeto, já havia três roteiros aprovados de outros autores. Escrevi outros quinze, dos quais treze foram aprovados e serão apresentados entre os dezoito que compõem a série. Estou feliz com a oportunidade e grato pela confiança que a Record está depositando em mim.

 
NaTelinha - Você conta com o suporte de colaboradores ou de algum supervisor de texto?
 
RM - Não, neste projeto escrevi os episódios sozinho.

 
NaTelinha - Você vem de trabalhos na dramaturgia, tanto como autor como quanto ator, na literatura, teatro... Já havia trabalhado diretamente com a religião? Como é buscar inspiração e escrever sobre um assunto que tende a ser tão polêmico dependendo da forma que é abordado?
 
RM - Já havia trabalhado com o tema no teatro e na literatura e ele me agrada muito. Tenho bastante fé em Deus e considero uma honra escrever sobre Jesus. A Bíblia é um livro extremamente rico em termos de temas, alegorias e ensinamentos, um manancial de histórias altamente inspiradoras para a adaptação dramatúrgica. Procuro tratar do assunto da forma mais abrangente e respeitosa possível. 

 
NaTelinha - Como encara a inevitável associação dos investimentos da Record em minisséries bíblicas ao fato de a emissora pertencer a Edir Macedo, líder da Igreja Universal?
 
RM - As séries bíblicas são um diferencial da Record, uma marca da emissora, realizadas com um alto padrão de qualidade.

 
NaTelinha - "Milagres de Jesus" é uma produção feita com a parceria da Academia de Filmes. Muito foi dito sobre problemas de orçamento estourado, paralisação nas gravações e até mesmo no rompimento com a produtora. Até que ponto o que é dito é verdade? Qual é a sua análise acerca das parcerias para a realização de trabalhos como estes e da extensão dela para as novelas?
 
RM - A data de estreia da série está confirmada e os episódios já gravados estão maravilhosos, tanto em termos técnicos quanto artísticos. Quanto às parcerias da Record com produtoras independentes, estou otimista. Acho que este sistema trará maior diversificação e inovação para a programação da emissora.  

 
NaTelinha - Falando sobre novelas, como você viu a saída de Lauro César Muniz, com quem trabalhou em "Máscaras", da Record? Acredita que ele possa voltar à Globo ou emplacar um novo trabalho em outra concorrente?
 
RM - Tenho imensa admiração e respeito por Lauro César Muniz. Sua contribuição para a teledramaturgia brasileira, tanto na Globo quanto na Record, é de um valor inquestionável. Não posso saber como será seu futuro profissional, mas desejo que ele continue sendo o artista inovador que sempre foi e que esteja sempre acompanhado do sucesso que merece. 

 
NaTelinha - Lauro César Muniz admitiu vários problemas na estrutura de “Máscaras”, tanto técnica quanto em relação ao texto. Mesmo em meio às críticas dele, da imprensa e da baixa audiência, quais profissionais ou pontos positivos que você destaca?
 
RM - Apesar das dificuldades que enfrentou, "Máscaras" teve o mérito de ser ousada, de tratar de temas polêmicos, de fugir ao padrão e mostrar que é possível inovar e provocar questionamentos, mesmo dentro de um formato tão tradicional como a telenovela.

 
NaTelinha - Existe algum projeto de novela solo na Record ou alguma promessa em relação a isso? Como é a sua relação com a alta cúpula diante destas possibilidades?
 
RM - Tenho alguns projetos e estou à disposição da Record para assinar os programas que forem mais convenientes para a emissora.

 
NaTelinha - A Record vem atravessando dificuldades em sua dramaturgia. Autores como Lauro César Muniz, Gisele Joras e Carlos Lombardi vêm tendo grandes dificuldades para emplacar. Na Globo, projetos como “Saramandaia”, “Joia Rara” e “Além do Horizonte” também não empolgam. Qual é sua análise diante deste panorama? Acredita que o setor saturou?
 
RM - Acredito que essa situação se deve ao fato de que, hoje em dia, o público tem mais opções como a Internet e os canais fechados com seus filmes e séries. Com a audiência mais pulverizada, é impossível conquistar os altíssimos números de antigamente. De qualquer modo, as novelas continuam atingindo milhões de espectadores, seguem como um produto televisivo adorado pelo público e devem continuar assim por muitos anos.
 

Milena Toscano foi a protagonista de "Araguaia" (2010), último trabalho de Renato Modesto na Globo
Divulgação/Globo
 
NaTelinha - Você trabalhou por muitos anos ao lado de Walther Negrão. O que te motivou a sair de uma posição relativamente confortável na Globo, onde há forte investimentos em novos autores, para se aventurar na Record?
 
RM - Walther Negrão foi meu grande mestre em teledramaturgia e sempre serei grato por tudo que aprendi trabalhando com ele. Mas, depois de treze anos de Globo, eu já estava com vontade de desenvolver meus próprios projetos. Foi nessa época que acertei minha ida para a Record.

 
NaTelinha - Alguns profissionais que trabalharam junto com você e com Walther na Globo, como Jackie Vellego, Fausto Galvão e Julio Fischer, entregaram sinopses para projetos solo e ainda não conseguiram. Outros nomes, como Patrícia Moretzsohn, também buscam espaço no concorrido horário nobre há vários anos. Como você enxerga esta movimentação e esta dificuldade de novos roteiristas emplacarem? Esta possível demora contribuiu para sua ida para a Record, onde poderia ter trabalhos maiores em um prazo menor de tempo?
 
RM - Foi o que ocorreu. Eu já estava na Globo há muitos anos, queria escrever meus projetos, mas outros colaboradores estavam nessa situação há mais tempo do que eu. Fui para a Record e estou bastante feliz e otimista nesta nova fase da minha carreira.  

 
NaTelinha - O que o telespectador da Record pode esperar em "Milagres de Jesus"?
 
RM - Histórias comoventes e transformadoras que ilustram a força da fé e a beleza do amor incondicional de Jesus.
 
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