Filme completa 25 anos

Titanic por trás das câmeras: Sopa alucinógena, atriz doente e promessas quebradas

O clássico voltará aos cinemas no início de 2023 em uma versão remasterizada


James Cameron dando instruções para Kate Winslet e Leonardo DiCaprio em piscina
James Cameron dando instruções para Kate Winslet e Leonardo DiCaprio - Reprodução/Bright Side
Por Jéssica Alexandrino

Publicado em 01/07/2022 às 04:39,
atualizado em 01/07/2022 às 09:59

Titanic, clássico de 1997, completa 25 anos em 2022 e, para comemorar a data, uma versão remasterizada em 3D 4K do filme chegará aos cinemas em 10 de fevereiro de 2023. Essa foi a estreia definida pela Disney, que tem os direitos de lançamentos internacionais, incluindo o Brasil. Nos Estados Unidos quem cuida dessa parte é a Paramount, que ainda não bateu o martelo sobre o dia em que o longa será disponibilizado. Vale destacar que, em 2012, pelo centenário do naufrágio do navio, o longa foi relançado em 3D.

Para a versão disponibilizada em 2012, apenas uma cena foi refeita inteiramente: a tomada em que Rose (Kate Winslet) olha para o céu noturno em 15 de abril de 1912. O astrofísico Neil deGrasse Tyson criticou a cena original porque, de acordo com ele, não mostrava a posição correta em que as estrelas estariam naquele ponto do oceano naquela época do ano. James Cameron, diretor do longa, desafiou o profissional a enviar a posição certa do céu naquele momento e, ao receber o material, refilmou a cena, que foi inserida na versão 3D.

Cameron tem seu nome envolvido em muitas curiosidades de bastidores do filme. O elenco do longa contou que o diretor, muito perfeccionista, estava estressado o tempo inteiro e chegou a proibir os atores de deixarem o set até mesmo para ir ao banheiro durante as filmagens do naufrágio. Segundo relatos, o chefão dizia que quem saísse perderia o emprego. Kate Winslet havia conseguido o primeiro papel de destaque de sua carreira, mas já confessou que estava “genuinamente com medo dele”. Outros integrantes da equipe apelidaram Cameron de "tirano".

Talvez a impaciência passada por James Cameron fosse fruto de toda a pressão gerada pelo projeto. Para conseguir a autorização para a produção do longa, o diretor teve que aceitar três condições impostas por Peter Chernin, presidente da Fox: um orçamento de no máximo US$ 110 milhões, lançar o filme no dia 4 de julho de 1997 e com uma duração máxima de três horas. Nenhuma das três promessas foi cumprida, pois o filme custou US$ 200 milhões, estreou somente em 19 de dezembro daquele ano e passou 14 minutos da duração máxima estipulada anteriormente.

Titanic por trás das câmeras: Sopa alucinógena, atriz doente e promessas quebradas
James Cameron em cena em que o interior do navio é destruído - Reprodução/Bright Side

O orçamento também envolve um fato curioso porque o filme custou mais do que o próprio navio. O RMS Titanic, construído entre 1910 e 1912, saiu por US$ 7,5 milhões que, em 1997, dariam cerca de US$ 150 milhões, US$ 50 milhões a menos que o filme. Porém, se o orçamento ficou alto, a bilheteria não decepcionou, arrecadando um total de US$ 2,2 bilhões. Titanic foi o primeiro filme a angariar mais de um bilhão de dólares mundialmente e permaneceu como a produção de maior arrecadação da história até 2009, quando foi ultrapassado por Avatar que, curiosamente, também foi dirigido por James Cameron.

Não é à toa que Titanic é considerado uma das maiores produções de todos os tempos. A cena em que a água invade o navio e destrói todo o seu interior, por exemplo, não foi feita com computação gráfica. O diretor quis inundar e destruir o próprio cenário, o que fez com que a cena precisasse dar certo de primeira, como realmente aconteceu. Cenário esse que James Cameron queria tornar o mais parecido possível com o original, tanto que encomendou o tapete que aparece na réplica do Titanic com a mesma empresa que fez o artigo que cobria o chão do navio original.

Kate Winslet teve hipotermia e quase desistiu de Titanic

Titanic por trás das câmeras: Sopa alucinógena, atriz doente e promessas quebradas
Leonardo DiCaprio e Kate Winslet sofreram para gravar uma das cenas mais icônicas de Titanic - Divulgação

Kate Winslet quase desistiu de viver Rose em Titanic, mas engana-se quem pensa que ela cogitou fazer isso por conta do estresse de James Cameron. Em entrevista ao The Late Show with Stephen Colbert, a atriz revelou que teve hipotermia na hora de gravar suas últimas cenas, quando a personagem está no mar, por conta da baixa temperatura da água, que não estava congelante como a do Oceano Atlântico na época do naufrágio, mas foi mantida bem fria. Também existem informações de que ela se recusou a usar uma roupa de neoprene oferecida ao elenco e, por ter ficado doente, acabou criando sentimentos negativos pelo longa, mas foi convencida a continuar pelo diretor.

Winslet não foi a única a passar por maus bocados nos bastidores de Titanic. No fim das gravações em Halifax, no Canadá, a equipe do filme, incluindo elenco e direção, comeu uma sopa de ostras misturada com PCP, que é uma substância altamente alucinógena. Acredita-se que 80 pessoas tenham ingerido o "caldo batizado" e algumas tiveram que ser hospitalizadas, mas nenhuma sofreu danos graves. Marilyn McAvoy, pintora de plantão no set, foi uma das profissionais que ingeriram a sopa e contou alguns detalhes à revista Vice.

"Não havia pistas de que tinha algo estranho acontecendo, até aquela refeição. Depois que voltamos do almoço, uns 30 minutos depois, começamos a notar que algo estava errado. Todo mundo parecia confuso. A equipe estava com problemas para trabalhar. Enquanto eu tentava descobrir o que estava acontecendo, parecia que todo mundo estava indo para fora. As pessoas se juntaram perto das portas enormes do prédio onde estávamos trabalhando. Ouvi falar mais tarde que quando James Cameron percebeu que tinham colocado alguma coisa na sopa, ele correu para o escritório dele e forçou o vômito", lembrou, dizendo que os médicos lhes deram uma substância com carvão para ajudar a remover as toxinas e somente na manhã do outro dia as pessoas começaram a recuperar a sobriedade.

“Foi muito estranho. Eles fizeram investigações, mas nada foi determinado oficialmente, pelo que eu sei. Entre a equipe, ouvi rumores de que tinha sido um chef descontente que foi demitido, mas nada saiu disso”, completou a pintora.


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