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Netflix prova força, tem lucro bilionário, mas analistas pedem calma

Netflix surpreendeu mercado com lucro bilionário, mas ainda assim, analistas estão cautelosos


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Netflix teve lucro bilionário - Foto: Reprodução/Internet
Por Daniel César

Publicado em 17/07/2025 às 19:26,
atualizado em 17/07/2025 às 19:27

A Netflix divulgou nesta quinta-feira (17) um resultado financeiro acima das previsões para o segundo trimestre de 2025, reforçando seu papel de líder absoluto no mercado de streaming. Mesmo assim, analistas pediram cautela sobre os dados apresentados.

O lucro líquido da empresa teve um salto expressivo, alcançando US$ 3,13 bilhões entre abril e junho, uma alta relevante diante dos US$ 2,15 bilhões do mesmo período do ano anterior e superando a expectativa oficial de US$ 2,98 bilhões. O lucro por ação também surpreendeu, chegando a US$ 7,19, superior aos US$ 7,08 projetados por analistas e bem acima dos US$ 4,88 vistos em 2024.

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A receita totalizou US$ 11,08 bilhões no trimestre, crescimento de 16% em relação ao ano passado e novamente batendo o consenso do mercado, que esperava US$ 11,06 bilhões. Embalada por esses números, a empresa revisou para cima seu guidance, projetando receita anual de US$ 44,8 bilhões a US$ 45,2 bilhões, uma faixa mais otimista em relação à meta anterior, impulsionada também pelo enfraquecimento do dólar frente a moedas estrangeiras, além do desempenho sólido no número de assinantes e maior receita vinda de publicidade.

Mesmo com resultados tão positivos, o entusiasmo do mercado foi moderado. Apesar de as ações da Netflix terem acumulado valorização de mais de 40% no ano e subido até 2% logo após a divulgação dos números, parte do otimismo já estava refletida nos preços dos papéis, o que gerou uma leve queda de cerca de 2% no pós-fechamento, numa reação cautelosa de investidores que preferem aguardar os próximos movimentos da companhia.

O principal motivo dessa prudência é o fato de que, pelo segundo trimestre consecutivo, a gigante do streaming não divulgou atualizações sobre o número de assinantes, tradicionalmente um dos indicadores mais acompanhados do setor. A empresa passou a enfatizar métricas financeiras, como receita e margem operacional, numa sinalização de que seu crescimento acelerado da base de clientes pode estar em fase de maturação.

Especula-se, no mercado, que a ausência desses dados indica um foco maior na monetização dos assinantes existentes e em novas fontes de receita — especialmente publicidade.

A força da Netflix

Entre os destaques que ajudaram a engajar o público e manter a receita em alta neste trimestre estão estreias de peso como a animação KPop Demon Hunters e o fenômeno musical Golden, que liderou rankings globais, pontos ressaltados pela própria Netflix no balanço.

Outro diferencial positivo foi o aumento das margens operacionais, atingindo 34,1%, resultado de crescimento sustentado em assinaturas, preços mais altos e recepção favorável dos conteúdos lançados. Analistas enxergam a empresa como resiliente mesmo diante de cenários econômicos mais adversos, destacando que o serviço de streaming entrega forte relação custo-benefício aos consumidores e que o início da operação publicitária representa um motor de crescimento de longo prazo.

No entanto, a cautela permanece porque parte significativa da performance já estava antecipada, e também por dúvidas sobre a capacidade de manter tais taxas de crescimento e engajamento, especialmente agora que a empresa passa a depender mais do desempenho financeiro do que de saltos expressivos de novos usuários.

O sucesso global do serviço é inegável — com receitas recordes, liderança isolada e valor de mercado acima de gigantes como Disney, Warner e Comcast somadas —, mas investidores querem ver como a companhia continuará inovando para seguir à frente do mercado, atraindo investimentos sem abrir mão de transparência e mantendo a rentabilidade em patamares elevados nos próximos trimestres.

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