Difícil

Selic a 15%: Como a alta dos juros impacta telespectadores, TV e streaming no Brasil

Aumento da taxa básica de juros pressiona o bolso do consumidor e desafia o setor de mídia


Banco Central, que aumentou a Selic, em foto
Banco Central aumentou a Selic em 15% - Foto: Reprodução/Internet
Por Daniel César

Publicado em 18/06/2025 às 19:57,
atualizado em 18/06/2025 às 20:28

O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (18), que o Copom (Comitê da Política Monetária) decidiu, em mais uma reunião, aumentar pela sétima vez consecutiva a taxa básica de juros no Brasil. Embora o assunto seja sobre economia, o anúncio pode afetar diretamente os interessados no audiovisual.

Com a taxa Selic atingindo 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, o cenário econômico brasileiro se torna mais desafiador para consumidores e empresas do setor audiovisual. A elevação dos juros, medida adotada pelo Banco Central para conter a inflação, tem efeitos diretos no orçamento das famílias e na operação das emissoras de TV, serviços de TV por assinatura e plataformas de streaming.

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Selic: O que muda para o telespectador?

Para o consumidor brasileiro, a alta da Selic significa, em primeiro lugar, crédito mais caro. Empréstimos, financiamentos e o uso do cartão de crédito ficam mais onerosos, reduzindo o poder de compra das famílias. Com menos dinheiro disponível, muitos passam a enxugar gastos considerados supérfluos, como assinaturas de TV paga e pacotes de streaming.

Além disso, o aumento dos custos financeiros para as empresas do setor tende a ser repassado ao consumidor, elevando o preço das mensalidades. Dados recentes apontam que, em fevereiro, o preço da TV por assinatura subiu 4,02%, enquanto o combo de telefone, internet e TV aumentou 3,29%, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.

Essa combinação de fatores leva a uma tendência de cancelamento ou downgrade de serviços, com consumidores buscando opções mais acessíveis ou até mesmo abrindo mão de pacotes de entretenimento.

"Com a Selic em 15%, o custo do crédito fica mais elevado, e o brasileiro precisará ajustar seu consumo, priorizando gastos essenciais e reavaliando assinaturas e serviços de entretenimento", afirma especialista em renda variável Alexandre Pletes, da Faz Capital, ao Infomoney.

Selic: Impactos para as empresas de TV e streaming

Do lado das empresas, a Selic alta encarece o custo do capital. Muitas emissoras e plataformas dependem de crédito para financiar investimentos em tecnologia, expansão de infraestrutura e inovação. Com juros mais elevados, o custo para captar recursos aumenta, o que pode levar ao adiamento ou cancelamento de projetos.

Além disso, a retração no consumo impacta diretamente a receita dessas empresas. Menos assinantes significam queda na receita de assinaturas e também na venda de espaços publicitários, já que anunciantes tendem a reduzir investimentos em períodos de menor consumo.

A pressão sobre as margens de lucro é ainda maior para empresas com altos níveis de endividamento, que enfrentam despesas financeiras crescentes. Pequenas e médias empresas do setor, com menor capacidade de absorver esses impactos, podem sentir efeitos ainda mais severos.

Para o consumidor, o momento exige planejamento financeiro e avaliação cuidadosa dos gastos com entretenimento. Já para as empresas, o desafio é equilibrar custos e receita, mantendo a qualidade dos serviços em um ambiente de maior restrição econômica.

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