Sem tabaco

Netflix quer banir uso de cigarros em seus programas

Segundo organização, jovens são influenciados por cenas envolvendo tabaco


Netflix
Cigarro está presente em "Stranger Things" - Divulgação/Netflix

A Netflix anunciou que tem planos para excluir o uso de tabaco de qualquer um de seus programas, séries e filmes que visem o público mais jovem, especialmente aqueles com menos de 15 anos.

"Apoiamos fortemente a expressão artística", anunciou um porta-voz da empresa em um comunicado. "Reconhecemos que fumar é prejudicial e quando retratado positivamente na tela pode influenciar os jovens", garante.

A decisão se deve à pressão de um grupo de Washington DC chamado "Truth Initiative", uma grande organização sem fins lucrativos dedicada a erradicar o tabaco.

O objetivo da Netflix é ajudar isso e eliminar a presença de vícios de programas. A organização defende que é da natureza humana imitar o que é glamourizado ou glorificado.

Segundo estudo realizado pela The Truth Initiative, os personagens de séries da Netflix fumam três vezes mais que os shows produzidos pelas redes abertas do país, como a ABC, CBS e NBC. Foram comparados sete séries entre as plataformas.

A organização argumenta que isso pode levar adolescentes e jovens adultos a fumar. "Houve uma revolução na televisão que agora abrange um universo complexo, incluindo Hulu e Netflix", disse Robin Koval, CEO da Iniciativa da Verdade.

"Enquanto todos estão assistindo, ninguém presta atenção, mas estamos vendo um ressurgimento generalizado da imagem da glamourização do fumo, um hábito mortal para milhões de jovens", disse Koval.

Netflix: liderança na publicidade do tabaco

O exemplo mais emblemático do levantamento é a série "Stranger Things". O programa continha 182 cenas com uso de cigarro.

Na era de ouro de Hollywood, entre as décadas de 1940 e 1950, os cigarros eram recorrentes. Estrelas como Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Gary Grant, James Dean e Marilyn Monroe raramente filmavam uma cena sem o cigarro na boca.

Obviamente, isso não foi coincidência. A indústria do tabaco é quem usava os filmes como um veículo para anunciar seus produtos. O Jornal The New York Times chegou a apresentar uma reportagem em que Sylvester Stallone recebeu US$ 500 mil para apresentador os cigarros Brown & Williamson em cinco de seus filmes, incluindo "Rambo" e "Rocky IV".

Para as autoridades americanas, a presença do cigarro em cena impacta diretamente o uso dele no futuro de um jovem.

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