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Para driblar crise no pornô, canal da Playboy vai apostar no gosto do brasileiro


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Maurício Paletta é o diretor do grupo Playboy TV do Brasil

A crise econômica também afetou o números de assinantes dos canais pornôs no Brasil. De acordo com dados divulgados pelo jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, 1 em cada 5 brasileiros que consumiam canal adulto linear na TV paga, cancelou sua assinatura nos últimos quatro anos.

"É uma queda que estávamos esperando, pelos dados da economia e por sermos um produto premium, mas conseguimos controlar isso", explica Maurício Paletta, diretor do grupo Playboy do Brasil.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, o executivo faz um panorama da industria pornô. Ele conta que uma das ações para driblar a crise é apostar em mais produções brasileiras, buscando atender um gosto especifico dos assinantes do país. Além disso, na próxima semana vai estrear um novo site da marca Sexy Hot.

"Antigamente só comprávamos filmes, hoje não, agora tomamos conta das produções. Na nossa ideia, melhorando o produto, voltamos a ter um produto forte para venda. Só este ano, estamos produzindo entre abril e novembro, 36 filmes", conta Paletta, que em breve pretende oferecer aos assinantes 100% de conteúdo nacional.

Atualmente, o grupo Playboy oferece ao assinantes brasileiros os canais lineares Sexy Hot, Playboy TV, Vênus e Sextreme. No formato on demand, além destes,comercializa os conteúdos da ForMan, Private e Brazzers.

Um diferencial nosso é você acessar sexo de forma legal, no sentido da legalidade

Maurício Paletta sobre a concorrência na web

Segundo o diretor, o fim do único canal adulto linear gay, o ForMan, em 2015, que migrou para a plataforma on demand, foi um exercício para o futuro da indústria, e explica: "Como o ForMan era o mais nichado, e ao mesmo tempo a gente sabia que os assinantes do ForMan são mais fiéis... A gente tem uma curva de churn nos demais canais muito grande, entra muita gente, sai muita gente. Mas o Forman não, tem uma fidelidade maior, apesar do número de assinante ser menor. A gente aproveitou pra fazer este teste".

Confira a entrevista completa:

Base de assinantes em época de crise

A base dos adultos está acompanhando um pouco a base do mercado em si. Obviamente, com o país em crise, a base como um todo tá perdendo e a gente, proporcionalmente, cai desta mesma forma. É uma queda que estávamos esperando, pelos dados da economia e por sermos um produto premium, mas conseguimos controlar isso.

Enfrentando a crise

Tirando a parte passiva, que seria a economia novamente tomar força e as coisas voltarem a andar, estamos fazendo algumas ações. O Sexy Hot é o carro-chefe da empresa. Então, criamos a "Sexy Hot Produções", que é a gente passar a tomar conta das produções do que é exibido dentro do canal. Antigamente só comprávamos filmes, hoje não, agora tomamos conta das produções. O produtor nos apresenta um argumento, a gente aprova, ele apresenta o roteiro, a gente aprova, apresenta o cast, a gente aprova, figurino... Enfim, todas as fases da produção a gente aprova. Com isso, estamos produzindo um conteúdo melhorado e mais forte. Em troca, oferecemos ao produtor um orçamento melhor. Na nossa ideia, melhorando o produto, voltamos a ter um conteúdo forte para venda. Só este ano, estamos produzindo entre abril e novembro, 36 filmes.

A outra que vai ser lançado num prazo de uma semana, é o site reformulado. Que no primeiro momento, não contará ainda com alguns títulos, mas até setembro vai estar completo. O "sexyhot.com.br" ele já é um Netflix há mais de 10 anos. Sempre foi vendido fora de operadora de TV. Com isso tudo junto, é uma forma que a gente tem de segurar o assinante ou trazer gente nova pra casa.

Perfil dos assinantes

O curioso é que temos muitos casais assinando. Eu digo casais, casados, com filhos, é um percentual grande. Foi uma surpresa até pra mim. Na primeira vista eu não imaginava que tivesse tantos.

A pedido do NaTelinha, o diretor enviou o perfil de quem assiste aos canais adultos na TV por assinatura. Confira:

Para driblar crise no pornô, canal da Playboy vai apostar no gosto do brasileiro

A saída do canal gay ForMan da programação linear

Todo nosso contexto já é um nicho. O ForMan já era o nicho do nicho. E a gente precisava exercitar, o que a gente acredita ser o futuro disso aqui, que é o video on demand, ainda mais para o conteúdo adulto? Não sei te precisar em quanto tempo, mas a gente imagina que o linear para o produto adulto, principalmente, vai ter uma vida curta.

A gente precisava se mexer em relação a isso. Como o ForMan era o mais nichado, e ao mesmo tempo a gente sabia que os assinantes do ForMan são mais fiéis... A gente tem uma curva de churn nos demais canais muito grande, entra muita gente, sai muita gente. Mas o ForMan não, tem uma fidelidade maior, apesar do número de assinante ser menor. A gente aproveitou pra fazer este teste. Você encontra ele hoje no Now.

Concorrência de sites pornôs gratuitos

Primeiro tem essa história do Sexy Hot Produções, que eu já contei um pouco. Outro diferencial nosso, é você acessar sexo de forma legal, legal no sentido da legalidade. Aqui você não tem problemas de vírus, de receber spam, de cair num site que acaba levando para um escatologia. Aqui você tem segurança e temos conteúdo mais premium também.

O comportamento dos assinantes brasileiros para o resto do mundo

O Sexy Hot é nosso carro-chefe, exatamente por ser um canal com produções brasileiras, nosso acervo deve ter hoje 80% a 85% de produções nacionais. Estamos trabalhando pra virar 100%. Baseado em pesquisas, descobrimos que o brasileiro se identifica mais com a mulher brasileira, com o estereótipo, com o perfil. Até com as situações mais fetichistas, do imaginário, ele que com sua realidade, com o formato de corpo de brasileira. Ele não quer imaginar a secretária com o peitão americano e de lábios gigantes. O produto brasileiro vende mais, porque é mais próximo dele.

Novos canais e nichos

Não. Estamos bem aparados já. Temos uma oferta muita grande. Temos as principais marcas do mercado. No próprio Now, temos mais 600 filmes expostos lá. Estamos bem cercados.

Os campeões de audiência

Dentro do Sexy Hot Produções, temos um filme que se chama "Índia Naíme", que é um dos mais procurados. No geral, normalmente quando o título tem algo relacionado a sexo anal e ninfeta faz sucesso. Tem outro filme que tem um pegada mais para mulher, que se chama "O Encontro", que faz sucesso também.

Filmes com famosas

Isso foi há uns 10 anos, foi muito bom até. Conseguimos trazer umas globais, foi aquela época do Alexandre Frota, Rita Cadillac, Vivi Fernandes, Gretchen... Mas isso acabou. O mercado não permite mais esses contratos com esses cachês, que eram muito altos. Não é possível. Hoje tem a celebridade da própria indústria. Mas são atrizes que ficam famosas exclusivamente no mercado adulto. Como a Fabiane Thompson, por exemplo.

O preço do canais

Quem faz o preço é a operadora. Eles são soberanos no valor. Obviamente eu dou um preço mínimo que eu quero receber.

O futuro

Eu imagino que a gente vai dar a volta por cima. Todos esses investimentos que eu te falei, principalmente do Sexy Hot Produções, que eu acredito piamente. O "Prêmio Sexy Hot", que é o Oscar do pornô brasileiro, que acontece este ano em outubro, é uma ação que estamos fazendo pra poder incentivar essa indústria e tirar um pouco da escuridão. Outro passo, é o Sexy Hot Produções. Estamos dando um passo atrás do outro, fomentando essa indústria. Acho que a partir do ano que vem começamos a colher mais os frutos.

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