Bárbara Coelho, da Globo, diz que motorista de app tentou dopá-la
Apresentadora do Esporte Espetacular relatou que tudo aconteceu na quarta-feira (10)
Publicado em 12/08/2022 às 16:19,
atualizado em 15/08/2022 às 14:04
Bárbara Coelho, apresentadora do Esporte Espetacular, disse que um motorista da Uber tentou dopá-la na última quarta-feira (10), enquanto ela seguia para uma consulta médica. No Encontro desta sexta (12), a jornalista relatou o ocorrido e disse que, apesar de entrar no carro sem prestar muita atenção, logo percebeu que havia algo errado.
"Quando entrei no carro eu não senti nada, eu percebi que o carro tava com um aspecto muito ruim, sujo, mas eu entrei já distraída, a gente fica muito no telefone hoje em dia", iniciou ela, que faria um trajeto curto, de cerca de 10 minutos.
A apresentadora seguiu contando o que houve. "Em menos de 2 minutos eu senti um cheiro forte", lembrou, dizendo que compartilhou sua localização com uma amiga como forma de segurança.
"Muito pouco tempo depois eu comecei a passar mal. Durante esse período, o motorista mandou um áudio estranho pra alguém pedindo cesta básica. Me pareceu uma necessidade de mostrar que era do bem, que tava tudo certo. Foi muito aleatório aquele pedido de cesta básica durante a corrida, primeiro que nem se usa o telefone, ou não deveria usar."
Na sequência, o mal-estar de Bárbara aumentou. "Eu comecei a ficar muito mal, comecei a perder os sentidos, falta de ar e com dificuldade até de falar. Aí eu mandei um áudio para o meu marido e falei 'me espera na porta porque eu tô chegando'. Aí ele [motorista] me olhou muito feio pelo retrovisor, muito assustado, me encarando", detalhou.
Foi nesse momento que a jornalista pediu que o motorista parasse o carro. Ele chegou a argumentar, mas estacionou e Bárbara desceu. A apresentadora contou que entrou em uma banca e começou a chorar, pedindo ajuda.
O que diz a Uber
O Encontro ouviu um toxicologista e o profissional explicou que, de acordo com as informações passadas por Bárbara, o cheiro forte que ela sentiu pode ser de um solvente orgânico que se dispersa rapidamente no ambiente.
"O solvente entra rápido no organismo por meio da respiração, atinge rapidamente o cérebro e gera esses sintomas: sonolência, sensação de desmaio, enjoo e confusão mental", explicou, dizendo que o cheiro talvez não tenha afetado o motorista pela janela dele estar aberta ou pelo líquido ter sido borrifado na área onde fica o passageiro.
Bárbara relatou que fez uma denúncia na Uber e a empresa respondeu que está realizando uma investigação interna. Em nota enviada ao matinal da Globo, a Uber declarou "que trata todas as denúncias com a maior seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis"
"A empresa disse que até o momento não teve o conhecimento de nenhum inquérito concluído comprovando o uso de quaisquer substâncias com o proposito de dopagem ou indiciamento do suposto motorista agressor", completou Patrícia Poeta.
Após a publicação deste texto, a Uber entrou em contato com a reportagem e solicitou a inclusão do seguinte posicionamento:
Com relação ao que vem sendo chamado de "golpe do cheiro", as únicas denúncias dessa natureza relativas a viagens no aplicativo da Uber que já tiveram a investigação concluída pela Polícia Civil, até onde temos conhecimento, ocorreram em Canoas (RS), no Rio de Janeiro e em Florianópolis.
Nos três casos as autoridades pediram o arquivamento após o inquérito policial, já que, de acordo com as investigações, não houve elementos de prática de crime. Especificamente no caso do Rio de Janeiro, o laudo pericial do líquido borrifado no veículo atestou se tratar de álcool 70% - e não foram encontradas outras substâncias de natureza tóxica, perigosa ou nociva.
Além disso, uma decisão judicial em Santos (SP) condenou usuárias a pagarem indenização por danos morais ao motorista após ficar comprovado que a substância em questão era álcool com essência de canela para higienização das mãos.
Nas demais denúncias mencionadas até o momento, muitas das quais surgem nas mídias sociais e são reverberadas pela imprensa sem se checar o que apurou a investigação conduzida pelas autoridades policiais, não temos conhecimento de nenhum inquérito que tenha sido concluído identificando elementos que comprovem o uso de quaisquer substâncias com o propósito de dopagem ou com o indiciamento do suposto motorista agressor.
De qualquer forma, a Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei.
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