Baixa audiência do Feriadão SBT também é má notícia para Globo e Record
No período da manhã, audiência do Feriadão SBT atingiu 1,75 ponto no Carnaval

Publicado em 06/03/2025 às 13:11
O SBT apostou no Feriadão SBT para fazer uma contraprogramação na última terça-feira (04), dia de Carnaval. De acordo com a medição da Kantar Ibope Media, a qual o NaTelinha teve acesso por terceiros, a atração que exibiu desenhos animados como Scooby-Doo, além do programa Parque Patati Patatá, alcançou uma média de 1,75 ponto na Grande São Paulo entre 09h e 13h45. Uma audiência baixa que também é uma má notícia para Globo e Record.
Essa pontuação indica que as crianças estão deixando de lado a TV aberta e preferindo vídeos nas redes sociais e jogos no celular como suas principais formas de entretenimento. Mesmo o SBT sendo a única emissora, entre as grandes redes comerciais, a dedicar parte da sua programação ao público infantil durante o Feriadão SBT, a batalha se mostra perdida.
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O principal problema é que, com isso, não está havendo uma renovação de público para manter forte o formato atual da TV aberta. A baixa performance do Feriadão SBT mostra que a Globo e a Record também devem sofrer com esse cenário daqui a 5 a 10 anos. A criança deixou de incluir a TV aberta em sua rotina diária.
Parte dessa migração para outras plataformas ocorre porque a TV aberta está sujeita a diversas regulamentações que tornam difícil competir com seus atuais concorrentes. As emissoras de TV aberta enfrentam restrições comerciais rigorosas, o que torna praticamente impossível criar conteúdos atraentes o suficiente para recuperar a audiência perdida.
Criança não tem opção na Globo, SBT e Record
Segundo dados do Ibope, o consumo de TV aberta entre jovens de 4 a 17 anos caiu cerca de 30% nos últimos cinco anos, enquanto o uso de plataformas de streaming e vídeos online cresceu exponencialmente. Essa mudança no comportamento do público cria um ciclo vicioso: com menos audiência desse público jovem, as emissoras produzem menos conteúdos voltados para essa faixa etária, o que compromete ainda mais a capacidade de manter esse público.
Não se trata apenas de má vontade das emissoras de TV. Existem tantas restrições comerciais para produzir um programa infantil de qualidade que as emissoras acabam evitando esse tipo de conteúdo e optam por programas que não geram tanta dor de cabeça.
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De acordo com a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), as regulamentações limitam a quantidade de publicidade que pode ser exibida durante programas infantis, o que torna financeiramente inviável para muitas emissoras investir nesse formato. Neste ponto, o SBT ainda é único que tenta emplacar produtos no segmento.
O SBT sempre investiu em conteúdos infantis ao longo de sua história, liderado por Silvio Santos (1930-2024). Diversas gerações cresceram assistindo à emissora, seja para acompanhar programas como Bozo (1980 - 1990), Show Maravilha (1987 - 1994), Oradukapeta (1987 - 1990) e Disney Cruj (2001 - 2003). Silvio Santos já compreendia a necessidade de renovar o público.
Esse é um problema que todas as emissoras, como Globo, Record e Band, também enfrentarão. Se algo não for feito, elas deixarão de formar novos telespectadores, resultando em um futuro incerto para a TV aberta.