Opinião

Kardashians seguem como grande sucesso no Canal E! com bizarrices e muito champanhe

Em sua 16ª temporada, a vida de Kim Kardashian se tornou um alento à realidade da vida real


Kardashians
Divulgação/ Canal E!

Há 12 anos no ar, a vida das Kardashians continua sendo o carro-chefe da programação do Canal E!. A 16ª temporada estreou em maio e junto com as outras edições, são exaustivamente reprisadas ao longo do dia.

Como estratégia de grade, se não obtivesse audiência, não estaria há tanto tempo sendo transmitido. Mas fica a pergunta: o que faz "Keeping Up With The Kardashians" ter um público tão assíduo?

O reality tem como linha principal mostrar a vida milionária da família Kardashian com a mãe, pai, filhas e genros no seu cotidiano. Das situações mais simples até as mais complexas psicologicamente. A cada episódio são emitidos conceitos dos mais distintos até os mais ingênuos que permeiam a vida dessa família.

No Brasil, no ano passado, houve um tentativa fracassada do Multishow fazer o mesmo com Gretchen. Porém, faltou um roteiro mais convincente de que a história contada, de fato, era realidade.

Voltando às Kardashians, existe uma tese na TV de que o público não gosta de assistir pobreza nas novelas. Em algum momento essa ideia pode ser aplicada numa tentativa de explicar o êxito desse reality americano, que tem uma narrativa que se aproxima de um folhetim. 

Existem duas situações muito contínuas em "Keeping Up With The Kardashians". A primeira é que a palavra trabalho e a demonstração de um trabalho, dentro de um escritório, indústria ou comércio, é raramente encontrada. A sensação que o telespectador tem é que ali ninguém trabalha. E essa é uma realidade idealizada por inúmeras telespectadores.

Em alguns momentos, um genro aparece fazendo um vago comentário sobre algum trabalho. Coisa mais rara ainda é Kim Kardashian ou sua mãe, Kris Jenner, tratando deste assunto. Então a gente lembra que o próprio reality é um trabalho delas.

"Keeping Up With The Kardashians" fatura R$ 495 milhões

Aliás, um trabalho muito bem remunerado. São milhões de dólares que a família recebe ao mês, tudo supervisionado e administrado pela mãe. Em 2017, de acordo com a revista Glamour, para renovar mais cinco temporadas do reality, a família embolsou cerca de R$ 495 milhões.

Aliás, Kris Jenner está longe de ser a dona de casa desavisada que às vezes demonstra ser na TV. Ela é uma arguta empresária de sua família, produtora do programa e lida com feroz eficiência em toda fortuna do clã, avaliada em mais de US$ 1 bilhão de dólares.

Kardashians seguem como grande sucesso no Canal E! com bizarrices e muito champanhe

A segunda situação é que não aparece no reality a preocupação com a  palavra dinheiro. Em nenhum momento do programa as pessoas compram coisas, sem questionar o quanto custa. Isso vai desde um simples sapato, passando por uma limousine e mansão. Tudo é comprado como se fosse um shopping popular a preços de banana nanica.

Claro que a produção possui parte do mérito do sucesso. Mas o reality das Kardashians que mostra uma vida de luxo, faz cada telespectador, em todo mundo, assistindo a fábrica de sonhos que é a televisão, esquecer seus problemas do dia a dia e se transportar nessa fantasia da vida de milionário. 

Com uma nova linguagem e estética,  será que "Keeping Up With The Kardashians" foi o caminho encontrado pela televisão americana de reproduzir o sucesso da história das famílias ricas retratadas na icônica série "Dallas"? A produção ficou por 13 anos no ar na CBS e exibida em diversos países, inclusive no Brasil pela Globo.

Nessa moda da ostentação nas redes sociais em troca de likes, se depender de nós, com todas as suas bizarrices e extravagâncias regadas a champanhe, o interesse pela rotina das Kardashians ainda terá fôlego para muitas outras temporadas na TV e com muita audiência.

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