Futuro da Band em xeque: Ou vai ou racha
Diferente do passado, atualmente, a Band não consegue produzir sucessos de Ibope
Publicado em 30/05/2019 às 05:00
A Band já teve artistas do padrão de Hebe Camargo, Chacrinha, Flávio Cavalcanti, Maria Thereza Gregory, Xênia Bier, Ofélia, Luciano Huck, Fausto Silva, Golias, Moacir Franco, Marília Gabriela, Bolinha e Gilberto Barros.
Todos com excelentes audiências porque cumpriam a missão da TV aberta que é entretenimento ao povo.
O meio, que se iniciou em 1950, sempre teve uma audiência popular e que fez com que os artistas se preocupassem em dar entretenimento às famílias.
Desde o começo, a TV aberta sempre teve a audiência das famílias conservadoras que formavam a classe que trabalha e consome no país, tanto classe média, quanto classe menos abastada que também consome os produtos populares anunciantes.
Quem comanda a escolha de programas das emissoras de sinal aberto, como no início, hoje, são as senhoras conhecidas como donas de casa e que são uma maioria de audiência com cabeça conservadora. Quem não souber fazer programas para elas ficará estacionado no traço do Ibope.
E é neste cenário de hoje que encontramos o canal do Grupo Bandeirantes, que no passado fazia televisão com sucesso, mas que por uma razão, estranha à própria razão, deixou ir embora os grandes artistas e não soube refazer seu casting, até agora.
Hoje, temos uma Band que perde em audiência todas as noites para a RedeTV!. e enfrenta uma crise financeira inédita em sua história. As suas maiores apostas no primeiro semestre não aconteceram: "O Aprendiz" e " qui na Band". O primeiro é uma grande decepção de audiência, o segundo, nos três primeiros programas exibidos, ainda não chegou a 1 ponto de média. O pico vem ocorrendo sempre na espera do "Jogo Aberto".
Diante desta situação, essa semana, o diretor da emissora, Juca Silveira, responsável por toda programação, foi afastado.
Resta agora que o presidente da TV do Grupo Bandeirantes, Johnny Saad, pense e repense algumas noites no recesso de seu lar sobre o futuro do canal que ele herdou do grande empresário João Saad.
Que Johnny entenda que sua emissora aberta não sobreviverá sem programas populares de sucesso. Estratégia de grade pra nicho de público para nada servirá, num cenário que por uma ninharia, as pessoas têm acesso ao Netflix e toda uma programação fantástica de filmes e séries.
Globo mais popular
Até a Globo, referência pra todas os outros canais, entendeu esse movimento de mercado e formatou sua programação para uma linha cada vez mais popular.
Curiosamente, as maiores audiências da Band, hoje, são destinadas ao público que até a Globo deseja angariar: "Brasil Urgente" e "Jogo Aberto".
Johnny Saad tem que deixar de lado, neste momento, o conforto da sua casa, suas roupas caras e seus ternos bem cortados, além de suas obras de arte particulares para entrar no espírito da antiga TV Bandeirantes popular e salvar por este caminho seu império.
Não é pelo Johhny Saad que pedimos isto. É pelos milhares de funcionários que alimentam suas famílias e dependem do emprego da Band. É pelas milhões de donas de casa que já conheceram uma TV Bandeirantes à altura de seu nome.
É pela dignidade de uma das maiores redes de comunicação de TVs aberta e fechadas, rádios e imprensa que este país tem. Agora a bola está com você, Johnny. Inspire-se em teu pai e saiba salvar o grupo e aumentar os empregos que este país tanto necessita. A TV aberta precisa continuar a existir.