Coluna do Sandro

Fábio Porchat deixa a Record TV pela porta dos fundos


Fábio Porchat
Divulgação

A impetuosidade de Fábio Porchat com suas convicções em buscar caminhos artísticos para seu talk-show, fará com que ele perca o status de ser apresentador da segunda maior TV aberta do país para se resumir ao universo da TV paga, no GNT, provável novo destino para seu talento na telinha. Pelo menos por enquanto.

Sua saída da Record TV poderia ter encontrado portas menos traumáticas para todos. A melhor escolha poderia ser o da frente, mas diante de tudo, Porchat deixa o canal pela porta dos fundos.

Tudo consequência de ousadias pouco indicadas para buscar uma renovação de contrato na televisão. E todo jogo não foi bem visto dentro da Record TV.

Entre uma conversa e outra, o titular do "Programa do Porchat" estaria se lamuriando sobre uma eventual censura da emissora e buscava uma maior independência editorial.

Mas é um engano tudo isso. Não existe independência total de ninguém em nenhuma rede de TV. Nem os donos e nem os artistas. Tudo está interligado a alguma dependência ou a alguma situação.

Quando Silvio Santos, durante seu programa no SBT, indicou a Danilo Gentili que não poderia se posicionar politicamente dentro do "The Noite", o humorista acatou. Hoje, Gentili se expressa de forma contundente em suas redes sociais. Manda quem pode e obedece quem tem juízo.

Uma emissora, por mais que seja democrática e liberal, tem alguns parâmetros. Quer queira ou não, a Record TV pertence a Edir Macedo que é um dos maiores líderes religiosos do país. Um canal de sua propriedade tem a necessidade de se ater a determinadas limitações em um programa de entrevistas. Diferente dos barracos de "A Fazenda", que algumas vezes parecem obedecer um roteiro de novelas, menos vida real. Um programa de entrevistas é algo sério.

Porchat tinha limitações morais dentro da Record TV, muito provavelmente. Em compensação, tinha um status na televisão aberta cobiçado por muitos artistas. O peso de cada vantagem e desvantagem deveria ter sido melhor avaliado.

Ele ainda não é o Jô Soares, mas possui um talento que pode chegar bem próximo ao seu mentor, nos próximos anos. Em 2019, as noites da televisão aberta ficarão sem o humor jovial de Porchat e um projeto vitorioso se encerra, como um ciclo. Infelizmente.

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