Coluna do Sandro

"Caldeirão" virou uma versão global do "Hora do Faro"


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Reprodução/ TV Globo - Luciano Huck no Morro do Alemão

Existem muitas críticas em relação aos programas assistencialistas que invadem, diariamente, a programação de todas as TVs.

A questão sempre gira em torno de: será que este formato baseado no chororô e a exposição da pobreza, teria o mesmo destaque entre os programas de auditório se não fosse um capitalizador, de baixo custo, de audiência? Ou não convertesse as temáticas em uma imagem positiva para seus apresentadores? São alguns dos questionamentos que rondam o tema.

Esse fenômeno no Ibope não é nenhuma novidade na história da televisão. Globo, SBT, Record TV utilizam destas armas de forma explícita ou embalada numa caixa luxuosa, que é o caso do "Caldeirão do Huck".

Hoje, o programa vespertino global transformou o sentimentalismo e assistencialismo em elementos principais na disputa pela audiência no horário. Isso já não é de agora. Utilizando dos mesmos recursos que o "Domingo Show", "Hora do Faro" e "Eliana". Mas lá, ganhou a conotação de "histórias inspiradoras".

Tudo é pensado e formatado com a intenção de tirar lágrimas do telespectador, mas no seu recheio, tem a exceção, o game de perguntas "Quem Quer ser um Milionário?".

Neste sábado (28), durante quase 38 minutos, contou a trajetória de dificuldade de um líder comunitário do Complexo do Alemão e seu projeto social. Como toda boa história, a pauta teve o seu final feliz, mas foi costurada em torno da pobreza do personagem.

Antes, a atração já tinha exibido uma outra história, a menina que não tinha o que comer e decidiu participar de um projeto circense porque lá servia três refeições diárias.

\"Caldeirão\" virou uma versão global do \"Hora do Faro\"

Somando a isso, no programa anterior, houve a estreia da nova temporada do quadro "Um por todos e todos por um", e por quase 80 minutos, quase um filme, exibiu a história de Nildete e sua ONG para pessoas carentes em Salvador. O estilo "pobreza show" da edição estava lá, com choro em closes, crianças enfrentando problemas sociais e a fome.

Por tudo isso, lamentavelmente, a falta de criatividade e a busca pela audiência fácil, que norteia todas as TVs, demorou, mas também chegou às atrações da Globo. O "Caldeirão" tem a grife da emissora carioca, mas não difere em nada de qualquer outro programa dominical, como o "Hora do Faro".

Curioso, que como consequência dos 18 anos à frente da atração, Luciano Huck quase se candidatou a presidente. Mas a intenção era só ajudar.

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