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"Sol Nascente" só causa indiferença ao telespectador

Direto da Telinha


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Fotos: Divulgação/TV Globo
Talvez o maior dos temores para um autor de novela não seja a rejeição ou baixa audiência, e sim a indiferença. E é isso que “Sol Nascente”, atual novela das 18h da Globo, vem causando a quem assiste. A trama toda não tem o principal: uma história contada de forma que chame a atenção do espectador.
 
Não, ela não é um fracasso de audiência. Acumula média geral parcial de 20 pontos na Grande São Paulo, e está dentro do que a faixa costuma dar há pelo menos cinco anos, com exceção de “Êta Mundo Bom” que foi um fenômeno à parte. Também não é um fracasso artístico, já que a direção, apesar de não ter nenhum diferencial, não compromete ou danifica a história. 
 
Não condiz culpar o elenco, já que quando uma trama é boa, o público topa viajar, ainda que com ressalvas, em episódios esquisitos, como a Marjorie Estiano entrando no lugar de Drica Moraes para viver a Cora de “Império”. 
 
No caso de “Sol Nascente”, a novela não empolga. O trio principal, vivido por Alice (Giovanna Antonelli), Mário (Bruno Gagliasso) e César (Rafael Cardoso), não traz sensação alguma a quem assiste - nem ódio, nem amor. O casal de mocinhos não traz aquela química que os telespectadores e os “shippers” de internet gostam. E o vilão, ainda que apronte - recentemente deu uma facada em seu comparsa - não gera fúria.
 
 
As outras tramas paralelas também são mornas. Mais de dois meses que está no ar e não disse a que veio. E se disse, pelo visto trouxe uma mensagem que ninguém está disposto a ouvir. A trilha sonora não é ruim, mas é mais do mesmo. A abertura, apesar das belas imagens, mais parece aqueles vídeos de demonstração de televisores em lojas de eletrônicos.  
 
Glória Perez, parafraseando Janete Clair, costuma dizer que novela tem que “mobilizar o público”, seja gerando paixão, ansiedade, raiva, ódio, curiosidade e diversos outros sentimentos, só não vale indiferença. Já Sílvio de Abreu sempre cita que novela tem que ser igual à catapora: “tem que pegar”. 
 
Com todo respeito à equipe de “Sol Nascente”, a novela nem “pegou” e tampouco gera qualquer sentimento que não seja apatia ou indiferença. E isso é péssimo. Não parecem ser os mesmos que fizeram “Flor do Caribe” em 2013, que mesmo sendo uma novela clássica, sem nada de novo, chamava atenção. Algo precisa mudar.
 

Diogo Cavalcante é formando em jornalismo. Amante de televisão e apaixonado por novelas, fala sobre o assunto desde 2013. É um dos maiores especialistas sobre Classificação Indicativa na internet.
 
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