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Quem foi bem e quem foi mal na cobertura dos Jogos Olímpicos da TV


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Divulgação

A maior cobertura da história da TV brasileira, inegavelmente, chegou ao fim na noite deste domingo (21), com a cerimônia de encerramento das Olimpíadas do Rio. A grande maioria fez um trabalho incrível - quase todas, na verdade - mas claro que teve alguns erros.

Diferente do texto que fiz há uma semana, agora vou apontar quem foi bem, quem foi mal, a surpresa, a decepção e a certeza entre Globo, Record, Band, SporTV, ESPN Brasil, Fox Sports e Band Sports, canais que fizeram a transmissão dos Jogos Olímpicos.

Quem foi bem

No geral, todas as emissoras fizeram um trabalho de qualidade. Cada uma do seu jeito. Porém, não dá para não dizer que houve algumas que ficaram um passo à frente do resto.

Na TV aberta, a Globo fez um trabalho muito bom. De VTs ao estúdio, ao tempo correto de transmissões... Na TV aberta, ela prometeu e cumpriu.

A Band também foi bem, derrubando quase toda a grade e mostrando o que pôde - mas teve problemas, que vamos falar mais abaixo. De profissionais, Álvaro José foi um monstro como sempre, e Larissa Erthal, entre os apresentadores, voltou a ir muito bem, como já havia feito na Eurocopa.

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A Record teve uma equipe bem aguerrida, com destaque para Marcos Leandro e Adriana Araújo, mas teve mais defeitos do que qualidade, muito por escolhas da direção.

Na TV paga, o SporTV foi fantástico. 60 sinais é algo nunca visto. Em termos de estrutura, pessoal e qualidade, não teve pra ninguém realmente. Foi a melhor da TV paga e da TV brasileira em si - vencendo até a Globo. Como já disse em outros textos, o grande destaque da emissora foi o "Madruga SporTV", que deveria ser efetivado. Também vale citar o excelente "É Campeão", com André Rizek e quatro mega campeões olímpicos.

Na ESPN, o principal acerto foi Rômulo Mendonça. Escalá-lo para o vôlei foi uma sacada genial e mostrou a qualidade que o jornalista já tinha nos esportes americanos. Outro bom destaque foram as comentaristas de natação, Flávia Delaroli, e de futebol, Juliana Cabral.

Debutando, o Fox Sports fez um bom trabalho. A contratação do Porta dos Fundos para transmitirem duas horas diárias e manter o bom humor que já tinha na Copa no Fox Sports 2 foi algo importante. Outra contratação cirúrgica e que deu muito certo foi a do "PVC Olímpico", o jornalista João Antônio de Carvalho.

Por fim, o Band Sports precisa se orgulhar, de toda a sua equipe. Tiraram leite de pedra, mesmo com apenas um canal, e fizeram algo impressionante. Entre os profissionais, destaque para Maria Paula Limah e William Lopes, apresentadores do "Maratona" matinal.

Quem foi mal

Na Globo, quase não dá para apontar defeitos, mas o mais evidente foi a vontade de arrancar lágrimas do telespectador. Em algumas matérias - não todas, lógico - havia-se o claro objetivo de fazer o telespectador chorar. Não sei até que ponto isso é bom.

Na Record, o grande mal foram os executivos. Extremamente preocupados em Ibope, o espaço para as Olimpíadas foi mínimo e alguns eventos importantíssimos foram perdidos. Se não fosse a equipe aguerrida, não se sabe o que seria da cobertura. Com tão pouco tempo, ficou a impressão de que fizeram apenas para não jogar dinheiro fora.

Na Band, o grande defeito foram os cortes para a programação local. Eram bruscos e aconteciam quase sempre quando um evento importante iria começar - quem não tinha outra opção, ficava na mão.

No SporTV, é difícil falar quem foi mal. A cobertura foi quase impecável. Mas alguns repórteres pareciam estar despreparados para tocar o esporte, pareciam estar ali porque não tinha outra opção.

Na ESPN, a crítica fica para o primeiro fim de semana de Olimpíada, onde três "Bate-Bola" para falar de Campeonato Brasileiro na ESPN Brasil tomaram a grade que deveria ser priorizada para eventos.

No Fox Sports, no fim das contas, a contratação de Adriane Galisteu foi mesmo inoperante. Foi figurante no que fez e dá pra dizer que passou despercebida. O buzz gerado no início se apagou rapidamente.

Por fim, no Band Sports, Mônica Apor foi o ponto fraco. Ela pode ser ótima no entretenimento, mas o esporte definitivamente não é com ela.

A surpresa: Band Sports

Para quem tem apenas um canal, o Band Sports deu um banho, principalmente em esportes nada populares, como luta olímpica e judô por exemplo.

Além disso, a equipe toda precisa ser exaltada. Mesmo com estrutura enxuta, foram aguerridos e entregaram, em qualidade jornalística, uma cobertura melhor do que a Band mãe.

Que investimentos cheguem e o potencial que a emissora tem se amplie. A Band não pode deixar tanta gente boa de lado e sem o apoio devido.

A decepção: Record

Tudo bem que não se esperava lá muita coisa, mas mesmo assim, a Record passou do ponto. Perder um resultado histórico nas Olimpíadas - medalha dupla na ginástica - para exibir o "Domingo Show" foi bizarro.

Outro erro, também de grade, foi manter o "Balanço Geral" em detrimento à exibição da decisão do terceiro lugar no futebol feminino. Não cortar reprises de novelas da tarde para eventos foi outro erro feio.

Ou seja, todas essas falhas foram por conta de decisões do executivo, não exatamente da equipe. Felizmente, pelo visto, vão deixar os grandes eventos. Se é para não valorizar, realmente, é melhor não fazer.

A certeza: SporTV

Prometer a maior cobertura da história da TV nacional e uma das maiores do mundo é de uma pretensão absurda. Ouvi de muita gente que o SporTV estava sendo exagerado ou algo do tipo. Nada.

Tudo o que foi prometido foi cumprido. Exibição de tudo, a grande maioria da equipe de qualidade e o canal com informações 24 horas foi algo genial.

É para ficar na história e se estudar daqui há alguns anos em faculdades de jornalismo. O SporTV ensinou como se faz algo grandioso. E inegavelmente, merece todos os louros por isso.

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