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Público reprova "Programa da Tarde", que prefere novelas

A coluna "Enfoque NT" analisa fim do "Programa da Tarde" e as tentativas da Record em salvar a atração


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Programa que começou com Ana Hickmann jamais se firmou na vice-liderança - Divulgação/TV Record

O “Programa da Tarde” termina nesta sexta-feira (10) para abrir espaço aos Jogos Pan-Americanos de Toronto e, depois, dar lugar às reprises de telenovelas, fazendo com que a Record possa finalmente brigar pela vice-liderança do horário (14h40-17h00), coisa que a atração pouco conseguiu fazer.

Quando o programa estreou em 2012 repaginado com Britto Jr. e Ana Hickmann à frente, o objetivo era claro: conquistar o público vespertino, que na ocasião Britto chegou a declarar que era tido como “alienígena” e que sua missão, juntamente com a equipe, era de descobrir quem eram essas pessoas.

A ideia embrionária de uma revista eletrônica surgiu em 2010, mas foi implantada apenas dois anos depois com um título já bastante surrado. Afinal, “Programa da Tarde” foi muito utilizado como tapa-buraco apresentando reprises com matérias de outros programas da casa, além de pegadinhas.

Não dá para dizer que a Record não tentou ou não investiu no “Programa da Tarde”. É claro que só os apresentadores não bastam para alavancar os índices do Ibope, mas a ideia de resgatar nomes de quem fez as manhãs da emissora fosse competitiva é válida. Não o bastante.

Formatos internacionais foram acoplados à atração, e uma das que se destacaram foi o “Além do Peso”, que deu uma sobrevida ao programa, que nunca foi uma unanimidade e sempre esteve balançado na grade de programação, já que as expectativas do Ibope não foram jamais atendidas.

Celso Russumanno com seu “Patrulha do Consumidor” também não consegue segurar um programa com quase duas horas e meia de duração. Mas, o quadro será aproveitado e remanejado para o “Hoje em Dia”.

A culpa é de quem? Não é de ninguém. A Record já fez testes suficientes para descobrir que não é um programa de variedades que o telespectador quer ver no horário. O que mais fez sucesso nos últimos anos na faixa vespertina foram novelas, tanto que o “Programa da Tarde” perdeu para elas nesses três anos por mais esforços que fizessem. Não dá para brigar contra o telespectador.

A Globo teve acertos pontuais como “O Rei do Gado”, que vem atingindo até 20 pontos de audiência, e o SBT, surpreendentemente, devido ao maior número de novelas à tarde - atualmente são três na sequência, das 14h30 às 18h30 -, também tem acertado a mão, com transmissões de folhetins inéditos da Televisa como “Cuidado com o Anjo”, “Meu Pecado”, “Coração Indomável” ou reprises como “Esmeralda” e “A Usurpadora”.

Mas, historicamente, é o que o público quer assistir à tarde. Novelas. Sempre elas. Paixão do telespectador e mania do brasileiro. É cultural. Detalhe: Marcelo Rezende já cantou essa bola pedindo reprises de novelas à tarde, especialmente “A Escrava Isaura”, e agora foi parcialmente atendido.
 

Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há dez anos e assina a coluna Enfoque NT há quatro, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter e Instagram: @tforatto

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