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Band acerta ao quebrar bairrismo e diversificar a grade esportiva

Território da TV


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Fotos: Divulgação

As principais emissoras do país costumam apresentarem retratos de suas sedes. E como 4 das 5 principais estão em São Paulo ou na Região Metropolitana da capital paulista, um certo bairrismo acaba sendo inevitável.

Por exemplo, para boa parte dos telespectadores, acompanhar perseguições policiais com nomes detalhados de bairros e avenidas paulistanas da qual não se há ideia sobre a localização é uma rotina em programas como “Cidade Alerta” e “Brasil Urgente”.

Única carioca da lista, a Globo também é a única que busca certo equilíbrio. Isso fica evidente na divisão dos seus telejornais de rede. Dois ficam sediados na redação do Rio e dois na de SP.

Mas pelo menos no âmbito jornalístico não há dúvida sobre a maior relevância da cidade mais populosa do país sobre as demais. O problema no hábito das demais emissoras aparece quando se sai das avenidas para os gramados.

Os times cariocas possuem um alcance nacional bem maior, tendo suas torcidas pulverizadas pelo país, enquanto os paulistas concentram grandes números dominando a totalidade do próprio estado.

Mas isso não impede que telejornais de Record e SBT tenham um recorte quase local enquanto dedicam tempo para programação esportiva. Mas a situação fica mais clara na Band, já que o canal possui uma grade bem mais segmentada para o ramo.

Isso garante bons números em São Paulo, onde o canal acumula cerca de 30% do Ibope da Globo enquanto ambas transmitem os mesmos jogos simultaneamente, mas mina o potencial em outras localidades, onde esse índice não costuma superar os 10%.

Tentando combater essa questão e finalmente nacionalizar sua grade esportiva, o canal apostou na regionalização. Pode soar incoerente, mas o espalhamento da edição do “Jogo Aberto” criada para o Rio de Janeiro já mostra certo sucesso na estratégia.

Explica-se: ao trocar Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos por Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo nas pautas, o “JA” passa a coincidir com a realidade local das praças de exibição da nova versão e compete diretamente com a Globo, que gera o “Globo Esporte” do Rio para os estados sem edição própria.

Obviamente, definir os temas abordados não é garantia de sucesso. Mas a Band caprichou na nova aposta, seja com o cenário idêntico ao da rede ou com apresentadora e comentaristas de alto nível.

Larissa Erthal, que ganhou destaque para todo o país no “Band na Copa”, não deve em nada para Renata Fan. Os ex-jogadores e comentaristas Djalminha e Pedrinho também são equivalentes ou até superiores a Denílson na postura diante das câmeras.

O trio do Rio vai ao ar até agora também no Distrito Federal, Amazonas, Maranhão e Rio Grande do Norte, mas com potencial de expansão ainda para praticamente todas as praças do Norte e Nordeste e o Espírito Santo.

Os estados citados acima são os que tradicionalmente seguem as partidas cariocas no Campeonato Brasileiro pela Globo e assim, consequentemente, também na Band, que é obrigada contratualmente a exibir o mesmo jogo.

Enquanto isso, os demais estados do Centro-Oeste e o Sul devem seguir com Renata Fan e companhia. Afinal, não se trata de trocar um excesso por outro, mas sim de suprir as expectativas específicas de cada região.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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