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Sorria, você está sendo filmado

Roda o VT


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Silvio Santos caiu durante sorteio da Telesena neste domingo (29)

Qualquer pessoa que aparece na TV pode ser ou se transformar em notícia. Não é preciso participar do "Big Brother" para ser vigiado; basta colocar seu rosto na telinha.

Há pelo menos três décadas, quando o telespectador descobriu que poderia gravar a televisão com o videocassete, que erros, falhas e gafes começaram a alcançar repercussão. Antes disso, passavam despercebidas, exceto, claro, as muito evidentes. Evidentemente, Silvio Santos tomar um tombo, por exemplo, sempre se tornaria assunto, como tudo que gira em torno do animador.

Muitas vezes as gafes se transformavam em assunto na própria TV, em programas de "cassetadas" ou quadros como o "Falha Nossa", do "Video Show", da Rede Globo, no qual as gravações malsucedidas eram levadas na esportiva. Nos Estados Unidos, esse tipo de mico é conhecido por "blooper", e apresentado em programas especiais que compilam erros de jornais, novelas e seriados.

Mas somente com o surgimento da internet, dos sites de compartilhamento de vídeos, das redes sociais e, claro, dos gravadores modernos, netos dos videocassetes, é que a vigilância do público aos erros e micos da tevê se tornou completa e permanente.

Não há mais como um vexame, seja ele de que tamanho for, captado por câmeras e não cortado a tempo por um diretor de TV atento, quando ao vivo, ou não editado corretamente, quando gravado, que não se transforme em notícia, instantaneamente. E, geralmente, se torna viral.

Falhas que antes se tornariam assunto efêmero, ou que passariam despercebidas pela maioria das pessoas, agora se tornam assuntos discutidos e comentados durante muitos dias. Como quando Sandra Annemberg derrubou sua caneta, no "Jornal Hoje", ou quando Patricia Poeta foi flagrada "bufando" durante o "Jornal Nacional". Em outros tempos, somente algum colunista publicaria em jornais ou revistas alguma nota sobre tal fato, e isto se ele tivesse visto a situação com os próprios olhos.

Tempos atrás, apresentadores igualmente globais foram punidos ao serem pegos escovando os cabelos ou ingerindo alimentos durante um jornal. E mesmo sem que nada disso tivesse sido registrado em vídeo e publicado, como hoje.

Claro que era outra época e, atualmente, a televisão é menos sisuda e mais aberta a situações espontâneas, até mesmo no jornalismo. E até mesmo na Globo.

Os tempos mudaram, mas não por simples opção das emissoras. Trata-se de uma necessidade, ligada a este implacável monitoramento dos erros e micos da TV. Já que ninguém é perfeito e errar é humano, como dizem os ditados, então que se assumam as falhas e se siga em frente.



Hamilton Kenji é titular dos blogs obaudosilvio.blogspot.com, letrasdotrem.blogspot.com e transcendentes.blogspot.com

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