Enfoque NT: O tempo dos telebarracos na televisão
Publicado em 08/11/2013 às 17:20
Quem viveu a década de 90 se lembra dos programas de telebarraco. Nomes como Márcia Goldschmidt, Ratinho e Gilberto Barros estavam em plena evidência e criavam uma nova tendência a ser seguida, que fez sucesso num certo período da história da televisão brasileira.
O programa “Márcia” estreou no SBT em 1997 sob o comando de Márcia Goldschmidt. O cenário era brega, megacolorido e com um carpete rosa-choque. Mas o que realmente chamava atenção era a capacidade de uma atração de televisão tornar a desgraça alheia em um show para o público.
Resultados vieram. E com ele, a proliferação dos programas do gênero, como o “Programa do Ratinho” (ou “Ratinho Livre”, na Record), “Leão Livre”, “Hora da Verdade” e o rei, João Kléber com o “Teste de Fidelidade”, que dava uma audiência fora do comum às segundas-feiras. Aliás, todos fizeram um sucesso estrondoso no seu auge. Para muitos, “avacalhando” a qualidade da televisão, enquanto outros creem que não passa apenas de puro entretenimento.
Outros tempos
“Esses programas perderam a graça, como tudo perde. Os programas policiais também entraram no lugar. Eu gostava de assistir, ver a desgraça dos outros. Ninguém quer ver outra pessoa se dando bem, nem na televisão”, contou a estudante Jessica Cantareli.
O radialista André Coutinho enfatiza que esses programas se deram bem e marcaram uma época. “O povo gosta de besteira. Nada me levaria a ver esse tipo de coisa. É ridículo expor as pessoas dessa forma”, diz.
De fato, os tempos são outros e já não cabe mais toda aquela balbúrdia na televisão. O ouvido do telespectador não é pinico.
Armações
Denúncias de armações nunca faltaram, em todos os programas do tipo. O telespectador é suficientemente inteligente pra saber o que é real, e o que não é.
Pós-era
Em 2009, o SBT reformulou o “Casos de Família” e no lugar de Regina Volpato, entrou Christina Rocha. O motivo? Volpato não teria aceitado o pedido da direção pra dar uma cara mais “popular” à atração. O nível caiu, mas a audiência, na época, teve uma ligeira melhora, a princípio.
Pessoas berrando, ninguém se entendendo, e a apresentadora também perdendo a linha viraram ingredientes do “Casos”. Uma falta de respeito absurda com o público.
João Kléber voltou ao batente neste ano, após quase 10 anos fora do Brasil. O “Você na TV” não passa de 1 ponto no Ibope e o “Teste de Fidelidade” já viveu dias melhores.
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