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Antenado: "Rubi" e o preconceito contra novelas mexicanas


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Divulgação

Nesta última terça-feira (15), terminou mais uma reprise de “Rubi”. A novela já havia sido exibida duas vezes, mas nesta exibição a repercussão e a audiência foram maiores.

Muita gente não tinha acompanhado a trama da mulher de beleza estonteante que não tem bom caráter antes, parte por ela ter sido exibida durante a Copa de 2006, parte por ter sido mostrada em uma época difícil do SBT, onde se trocava de programação a todo o momento. "Rubi" era bastante elogiada, mas muita gente não sabia porquê. Inclusive eu.

Desta vez, pude ver que ela é merecedora de tamanha fama: “Rubi” foge muito dos padrões mexicanos. Maribel (Jacqueline Bracamontes) não é uma mocinha chorosa, como Paulina de “A Usurpadora” ou as Marias das novelas da Thalia. É forte, tenta bater de frente, mesmo com sua insegurança que a deixa extremamente tímida. Já Rubi (Bárbara Mori) é uma anti-heroína daquelas. Você sabe que ela é uma mau caráter, mas acaba torcendo para ela, já que várias vezes mostra que é humana e não apenas uma vilã fria. No último capítulo mesmo, Rubi dá essa mostra, quando não consegue matar Alessandro (Eduardo Santamarina) no seu casamento com Maribel.

O fim da trama foge muito dos padrões, afinal, normalmente no último capítulo temos um castigo brutal para a vilã. Ok, Rubi fica sem beleza e tem a perna amputada, se tornando “manca”, que nem Maribel no início da história, mas pense comigo: ela alicia a sobrinha, que vira uma cópia dela (literalmente, porque é a própria Bárbara Mori quem a interpreta) e acaba indo seduzir o amado de sua tia. Quando se viu um final assim em tramas mexicanas? Quase nunca.

Preconceito

Não dá pra negar que existe, sim, um enorme preconceito com novelas mexicanas no Brasil. De fato, a grande maioria é exagerada, principalmente as mais antigas, como “Ambição”, em que a vilã tem um tapa-olho, e “Rosa Selvagem”, que deve contar com a mocinha mais chorosa das novelas mundiais (sim, ultrapassa as de Thalia). A própria “Rubi” tem alguns clichês mexicanos. Poucos, mas tem.

O fato é que o gênero no Brasil poderia ter um futuro maior, caso os autores cucarachos não fossem tão repetitivos e cansativos. Reclamamos dos nossos, mas o que tem de trama que se repete e parece tudo igual no México, é algo absurdo.

Por sorte, o SBT escolheu para substituir “Rubi” outra novela que também foge um pouco dos padrões: “A Madrasta”, que tem um final tão surpreendente que... Não, isso eu deixo pra contar daqui a alguns meses.
 

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. Além do “Antenado”, é responsável pelo “Documento NaTelinha”. Converse com ele. Twitter: @bielvaquer
 

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