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O Observador: Pior do que ser criticada, é quando uma novela não é notada


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Divulgação/TV Globo

Com a chegada de “Salve Jorge” e seus polêmicos erros de roteiro, o público vem acompanhando uma das maiores perseguições a um autor de novela dos últimos tempos. Glória Perez vem, semana após semana sendo metralhada pela crítica e se expondo nas redes sociais de uma forma assustadora. A última foi tentando explicar o porquê de Theo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa) terem visitado uma igreja altas horas da noite.

Ainda assim, “Salve Jorge” vem conseguindo transformar a imensa repercussão nas redes sociais e nos noticiários, ainda que uma parte dela seja negativa, em números do Ibope: a novela vem cada vez mais se consolidando na meta de audiência, que é de 40 pontos.
 
Aquela máxima “falem mal, mas falem de mim”, nesse caso, está dando certo.
 
Agora, um desafio: qual é a novela que está em exibição no horário das 19h? Se você demorou um pouco pra responder, há um grande problema em “Guerra dos Sexos”: a repercussão – ou a falta dela. O remake de Silvio de Abreu não consegue ser comentado nem tão pouco lembrado pelo público.
 
A falta de repercussão – e até de críticas – em relação a “Guerra dos Sexos” não é obra do acaso. Vários personagens, inclusive os principais, exageram na dose de caricatura. Passam do ponto.
 
Além disso, se “Salve Jorge” apresenta situações que fogem do bom senso humano, “Guerra dos Sexos” também não fica muito atrás.
 
No capítulo do último sábado (30), por exemplo, Roberta (Glória Pires) esqueceu o celular na Positano e Dino (Fernando Eiras), ao perceber que o aparelho esquecido estava tocando, em vez de sair correndo da sala e devolver para a dona, que certamente estava a poucos metros dali, resolveu atender, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Não tinha se passado nem 30 segundos que a empresária havia saído da sala. Assim fica difícil voar, como diz Glória Perez.
 
Não é possível que haja espaço para cenas tão infantis em uma novela das 19h, hoje em dia. O público mudou e alguns autores relutam a aceitar isso.
 
Mas fatos como esse podem acontecer à vontade em “Guerra dos Sexos”. Ninguém vê e, se vê, não comenta. 
 
 
Breno Cunha escreve sobre mídia e televisão há quatro anos e sempre foi conhecido por grandes discussões provocadas por suas críticas. No NaTelinha não é diferente.
 
Comente o texto no final da página. E converse com o colunista: brenocunha@natelinha.com.br / Twitter @cunhabreno
 
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