Publicado em 13/02/2023 às 06:30:00
Boris Casoy completa 82 anos de idade nesta segunda-feira (13) e se orgulha da extensa carreira. Como jornalista, conta em entrevista exclusiva ao NaTelinha que se sente plenamente realizado. "Realizei um ciclo completo", diz ele, que criou a figura do âncora brasileiro no extinto TJ Brasil (1988-1997) no SBT.
Para ele, a televisão vive um momento de transformação e admite que não sabe para onde ela vai. "Sofre uma crise econômica sem precedentes que atinge todo o setor de Comunicação. A evolução técnica nestes anos foi incontestável, mas o conteúdo é cada vez mais comprometido por uma suposta popularização", acrescenta.
Atualmente, Boris mantém um canal no YouTube e diz que seu contrato com a CNN Brasil terminou no dia 10 de janeiro. "Mas, se houver uma oportunidade, volto com prazer à TV", revela o veterano, que também recorda o "cancelamento" que sofreu em 2009 ao ter um áudio vazado no Jornal da Band referente aos garis.
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NaTelinha - Boris, completando 82 anos de idade, tendo trabalhado nas mais diversas emissoras, sendo pioneiro e lembrado até hoje, o que falta? Há algo que você olhe pra trás mas não tenha tido oportunidade de fazer profissionalmente falando?
Boris Casoy - Como jornalista me sinto plenamente realizado. Realizei um ciclo completo, rádio, jornal, televisão e agora Internet. Penso que me dei bem com todas essas formas de comunicação. Fui editor da Folha num momento muito difícil do governo militar. Meu objetivo era fazer a travessia, conduzir o jornal para um porto seguro; a Folha estava ameaçada pela ditadura. Consegui! E isso - confesso - me dá muita satisfação pessoal e psicológica.
Também inovei em televisão, criando a figura do âncora brasileiro. Comentar em TV era considerado quase um pecado. Minha única frustração é não ter completado o curso de Medicina Veterinária. Tive que interrompê-lo ao ser contratado pela CNN. Mas estou tomando fôlego para , talvez, voltar ao mundo animal. Espero ter tempo....
NaTelinha - Como você enxerga a evolução do veículo televisão desde que você estreou, em 1961, até hoje, 2023? O que mais mudou, mas o que também permanece inalterado?
Boris Casoy - A TV vive um momento de transformação. Não sei para onde vai. Sofre uma crise econômica sem precedentes que atinge todo o setor de Comunicação. A evolução técnica nestes anos foi incontestável, mas o conteúdo é cada vez mais comprometido por uma suposta popularização. O positivo é que já há uma segmentação maior permitindo um bom nível para aqueles que podem pagar uma TV por assinatura. Tem gente quebrando a cabeça para melhorar esse quadro, mas grande parte ainda vê o telespectador como um idiota.
NaTelinha - É um veículo que você sente falta de estar diariamente e presencialmente? Existe o desejo de retornar?
Boris Casoy - Ainda não sinto falta. Meu contrato com a CNN terminou dia 10 do mês passado e não renovamos. Todas as manhãs faço o Jornal do Boris, na internet, o que me dá muita satisfação. Mas se houver oportunidade volto com prazer à TV.
NaTelinha - Ainda hoje você é lembrado por ter inaugurado a figura do âncora no telejornalismo. Sei que você já falou diversas vezes sobre, mas nunca é demais lembrar: como aconteceu essa "inauguração"?
Boris Casoy - O SBT resolveu fazer um jornal que seguisse o exemplo do âncora americano. E assim começamos o TJ Brasil. Fui sentindo a necessidade de esclarecer alguns fatos. E aí foi se amalgamando o comentário no telejornal, coisa a que o Brasil não estava acostumado. Além disso, eu tinha autonomia editorial para tomar as decisões necessárias. Acho que foi um choque positivo, além de um avanço no exercício da liberdade de opinião.
NaTelinha - Hoje na internet, você acredita ter se reencontrado no seu canal? Depois de algum tempo na ativa, já deu pra dizer que se habituou de vez?
Boris Casoy - O meu canal é um "algo mais" que me dá muito prazer. Não tenho patrão para encher o saco, falo o que quero e procuro fazer um jornalismo correto. Já me disseram que eu sou o Roberto Marinho de mim mesmo... o jornal vai bem com um número crescente de inscritos. A grande dificuldade é acordar às cinco e meia da manhã.
NaTelinha - Acredita que o telejornalismo ainda é um grande pilar da TV aberta e que assim será por algum tempo? Qual sua opinião sobre isso?
Boris Casoy - Acredito sim. Mas temo que grande parte desse jornalismo possa perder sua independência ante a tentação das verbas oficiais, que desde sempre tentam conseguir a boa vontade dos órgãos de comunicação. É preciso combater essa vertente. Sou contra a propaganda. Governo tem de governar e não fazer propaganda, muitas vezes enganosa, com dinheiro do contribuinte.
NaTelinha - Já faz 14 anos que você tenha sofrido, talvez, o maior "cancelamento" público da sua vida ao ter o áudio vazando falando sobre os garis desejando um Feliz Natal, na Band. Depois de uma década e meia, qual sua reflexão sobre aquilo que você falou e as consequências que você sofreu?
Boris Casoy - O episódio, produto de um acidente técnico, foi muito desagradável. Projetou uma imagem de elitista que não sou. Como ainda sou um ser humano, senti a barra. A direção da Band me prestigiou, tanto o Johnny Saad como o Mitre, meu diretor. Naquela época não se usava a expressão cancelamento. Aliás essa ignomínia chamada cancelamento pertence ao mundo das sombras e da ignorância. A surpresa foi que a consequência dessa história foi o aumento da audiência do jornal.
NaTelinha - Após ter passado por tantas empresas diferentes, existe alguma que tenha guardado mágoa?
Boris Casoy - Não tenho mágoa de nada e de ninguém. Só aprendi o que todo mundo sabe: a televisão visa lucro, apenas lucro e está longe de ser uma Santa Casa de Misericórdia.
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