Publicado em 18/11/2022 às 06:35:00,
atualizado em 18/11/2022 às 09:16:46
Desde que entrou no ar, em 27 de outubro de 2021, a Jovem Pan News vem colecionando uma série de barracos que foram transmitidos ao vivo para os telespectadores do canal. Um deles, que aconteceu no dia da estreia, fez com que Jair Bolsonaro (PL) se levantasse e abandonasse uma entrevista, enquanto os comentaristas gritavam uns com os outros e trocavam ofensas.
Em sua grande maioria, as discussões exibidas pela emissora se dão por conta de divergência de opiniões políticas entre os próprios funcionários, que não se seguram quando algum colega fala algo que não os agrada. Na última semana, por exemplo, Paulo Figueiredo acusou um dos repórteres do Morning Show de só se informar por veículos de esquerda e levar informações mentirosas para o público.
Poucos dias depois, Cesar Calejon detonou Rodrigo Constantino após ver o economista defendendo os atos antidemocráticos que estão acontecendo por todo o país após o resultado das eleições de outubro, chegando a chamar o comentarista de "cínico".
Confira cinco bate-bocas que já rolaram ao vivo na Jovem Pan News:
No Três em Um da última segunda-feira (14), dois comentaristas da Jovem Pan News tiveram um bate-boca sobre os atos antidemocráticos que estão sendo realizados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
Rodrigo Constantino incentivou as manifestações e chamou os ministros da Suprema Corte de "humoristas", o que deixou Cesar Calejon indignado. "Você está em Miami, se isso estourar, não é você que vai ter que lidar com as consequências. Se você quer fomentar o caos no país, eu acho justo que você pegue um voo e venha para o Brasil. Porque fazer isso via televisão, morando em Miami, eu acho que é, no mínimo, é cínico demais", disparou ele.
"É óbvio que, ou você não entende bem o que você tá fazendo aqui, ou você faz deliberadamente, querendo botar fogo na República. E você pode fazer isso de um ponto muito mais confortável porque você fala de Miami, então pegue um voo, venha pro Brasil, vai pra porta do quartel dormir em barraca, tomar chuva, e utilizar banheiro químico. Aí você pode falar com propriedade. Caso contrário, negativo", criticou, em outro trecho de sua fala, que foi interrompida por Constantino diversas vezes.
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Na última terça-feira (8), durante o Morning Show, o correspondente internacional Tiago Américo fez uma matéria diretamente dos Estados Unidos para comentar as eleições locais e destacou o fato de os republicanos ainda questionarem o resultado das eleições de 2020, apesar de as autoridades terem confirmado que a vitória de Joe Biden foi limpa.
Paulo Figueiredo não gostou das informações passadas pelo repórter e detonou o trabalho do colega de emissora. "Esse VT do Tiago Américo, você me desculpe, que vergonha. É o segundo que ele faz que é uma vergonha, absolutamente vergonhoso. Não dá pra gente ter um correspondente que fica lendo o The New York Times", reclamou ele, sugerindo que o jornalista só se informa por veículos "de esquerda e de militância".
Apresentador do programa, Paulo Mathias repreendeu a atitude de Figueiredo e disse que ele não precisava fazer isso ao vivo, já que poderia procurar a direção da emissora e reportar suas críticas. "Acho que o golaço da Jovem Pan é justamente isso... Eu poder falar o que eu penso. O dia em que eu não puder mais, eu pego meu boné e vou fazer outra coisa", argumentou o colunista.
Em maio deste ano, no Jornal da Manhã, o ex-ministro Ricardo Salles atacou a jornalista Amanda Klein depois que ela rebateu uma declaração dele, que disse que Lula usa escolta como ex-presidente para atacar o "cidadão de bem".
"São militares pagos pelo governo, pela União, porque todos os ex-presidentes têm, direito, sim, a segurança, a uma escolta armada", rebateu ela, que foi interrompida por Salles. "O que eu disse diferente disso?", questionou ele.
"Eu não sugiro nada. A escolta do Lula estava de metralhadora e fuzil pra cima do cidadão de bem. Você não corrige verdade nenhuma, fica na sua aí. Nunca vimos isso na história do Brasil", se exaltou ele, irritando a comunicadora, que não gostou de ele ter falado enquanto ela ainda estava dando sua explicação.
Em 29 de outubro de 2021, no terceiro dia em que a Jovem Pan News estava no ar, os telespectadores do Morning Show assistiram uma discussão entre a própria equipe do programa, que não conseguiu chegar a um consenso quando o assunto era a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de punir políticos que realizaram disparo em massa de fake news nas redes sociais.
"Quantos jornais jogam fake news todos os dias? O que acontece com esses jornais? Nada", ironizou Zoe Martinez, que não concordava com a regra do Supremo. "Mostre. Você não mostrou nenhuma", desafiou Joel Pinheiro.
O comentarista disse que a colega estava distorcendo o tema e eles foram interrompidos por Paulo Mathias. "Quem manda aqui sou eu, só um minutinho. Vocês tão muito nervosos. Eu mando prender se vocês não calarem a boca", disparou o apresentador.
Logo na estreia do canal, em 27 de outubro de 2021, Bolsonaro concedeu duas entrevistas à emissora: uma no Jornal da Manhã e uma no Pânico. A segunda, porém, ele não chegou a finalizar porque o programa se tornou um caos.
Na ocasião, André Marinho perguntou ao presidente se rachar o salário dos funcionários deveria ser motivo para prisão e acusou o chefe do governo de só querer responder questões de bajuladores. Adrilles Jorge, então, tomou as dores de Bolsonaro e interrompeu a fala do colega.
"Me respeita, rapaz. Bajulador é teu pai, que bajulava o presidente e não recebia ministério. Você se transformou em oposição porque o seu pai não recebia ministério. Cara de pau", gritou ele, apontando o dedo para Marinho e o chamando de "vagabundo". Nesse momento, a câmera mostrou o político do Partido Liberal se levantando e indo embora.
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