Tônia Carrero completaria 100 anos nesta terça-feira, 23 de agosto. Estrela da TV, do teatro e do cinema, ela morreu aos 95, em 2018, vítima de uma parada cardíaca durante uma cirurgia. Uma de suas personagens mais lembradas em novelas foi a divertida socialite Stella Simpson de Água Viva (1980), na Globo. Na época, a artista chocou o público conservador que acompanhava uma gravação da trama, em um momento que marcou a história da televisão.
De acordo com o site Teledramaturgia, as atrizes Glória Pires, Maria Padilha, Maria Zilda e Tônia Carrero foram repreendidas pelo público durante a gravação de uma externa de Água Viva na praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Elas simulavam um topless, mas usavam um par de adesivos para cobrir os seios.
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Quando os curiosos perceberam que as atrizes fariam topless, as quatro foram expulsas do local, atingidas por latas e areias, segundo Maria Padilha. Na época, elas tinham entre 17 e 29 anos; só Tônia era mais velha, com 58. As cenas tiveram de ser gravadas em outro local, no bairro de São Conrado.
Na trama, Stella desafia um guarda que, ao se deparar com a cena, exige que a ricaça coloque a parte de cima do biquíni. O ato era encarado pela personagem como um ato de libertação feminina. Na época, o costume vinha se popularizando em algumas praias cariocas. No bate-boca, a socialite acaba dando uma bofetada no policial e vai presa.
Em entrevista à revista IstoÉ, na época, o autor Gilberto Braga fugiu de uma relação da abordagem na novela com o período de abertura política na ditadura militar. “O topless não tem nada a ver com a abertura. Não entrou em outra novela simplesmente porque só agora começou a aparecer”, resumiu o escritor.
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Tônia Carrero quase ficou sem seu melhor papel na TV
A reação dos presentes na praia, entretanto, foi inversamente proporcional à popularidade conquistada pela veterana com o papel. Stella Simpson foi um dos tipos mais lembrados de sua carreira e rendeu a ela, no ano seguinte, o prêmio de melhor atriz da TV pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
O papel da milionária excêntrica que colecionava jovens namorados, inicialmente, não seria entregue a Tônia Carrero. Ela faria a vilã da história, Lourdes Mesquita, papel que acabou defendido por Beatriz Segall. Na época, contudo, o diretor artístico da Globo, Boni, e um dos diretores da novela, Paulo Ubiratan, concordaram em trocá-la de papel.
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Tônia Carrero deu origem a uma família de artistas. Ela era mãe de Cécil Thiré (1943-2020), avó de Luísa Thiré, Miguel Thiré, Carlos Thiré e bisavó de Vitor Thiré, todos atores. A estreia em novelas, na década de 1960, veio quando ela já tinha uma carreira consolidada nos palcos e na telona.
Ao todo, Tônia atuou em 19 filmes, fez 15 novelas e 54 peças. Seu último papel foi em Senhora do Destino (2004), com uma participação especial. Entre os destaques, ela também atuou em Cara a Cara (1979), Sassaricando (1987), Kananga do Japão (1989) e nas duas versões de Sangue do meu Sangue, em 1967 na Excelsion e em 1995 no SBT.
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