Publicado em 24/01/2021 às 16:25:00
O ator Bemvindo Sequeira soltou o verbo sobre sua primeira experiência em novelas, marcada pelo estranhamento com o estrelismo do elenco e pelo sucesso na pele do bêbado Bafo de Bode, em Tieta (1989). Em vídeo publicado neste domingo (24), o veterano citou situações constrangedoras com Arlete Salles, Betty Faria e Yoná Magalhães (1935-2015), mas elogiou o colega Ary Fontoura.
Em seu canal no YouTube, Bemvindo Sequeira falou sobre a resistência em aceitar trabalhar na Globo, emissora que sempre considerou "reacionária" e que, segundo ele, apoiou a ditadura militar no Brasil. "Não aceitava de jeito nenhum trabalhar naquela porcaria, mas passei fome por ser um homem de teatro", disparou o veterano.
Após 22 anos de carreira no teatro e 42 de vida, ele decidiu investir na televisão, aceitando uma proposta da emissora no fim da década de 1980. O convite veio do famoso diretor Paulo Ubiratan, por telefonema. O nome de Sequeira havia sido uma sugestão de Otávio Augusto para substituir um ator que tinha sido inicialmente escalado para o elenco de Tieta, mas acabou deixando a trama.
"O salário não sustentava a minha vida. Os salários da Globo sempre foram baixos. Eram altos para as grandes estrelas, mas para o resto do povo, não. Com um detalhe muito difícil: exigiam tempo integral. Eu trabalhava menos do que precisava para me sustentar e não podia trabalhar em outro lugar", detalhou Bemvindo.
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Apesar das dificuldades, o artista aceitou passar pelo desafio e, dois dias depois após assinar o contrato, começaram suas gravações. A rejeição dos colegas foi notada logo na sala de atores da Globo, onde se surpreendeu ao ser ignorado, durante uma roda de conversa, por um grupo de atrizes composto por Arlete Salles e Yoná Magalhães. "Elas continuaram conversando com se eu não existisse", relatou.
O constrangimento foi visto por Ary Fontoura, que se solidarizou dizendo: "Não liga, não. Essa gente é assim mesmo. Todos têm o nariz pra cima". Grato ao amigo até hoje, Bemvindo disse que Ary compartilhou com ele suas experiências com outras estrelas da emissora, incluindo nomes como Glória Menezes e Tarcísio Meira.
"Eu estava lá pisando em cobras, escorpiões, serpentes, sem perceber o jogo desesperado de ganância por um lugar ao sol de cada um das pessoas em busca de glória. Todos queriam aproveitar ao máximo a novela, mas eu só queria fazer meu trabalho de ator", afirmou o veterano.
Segundo ele, todos foram pegos de surpresa com o sucesso de Bafo de Bode, que roubou a cena e despertou a inveja dos colegas de elenco. Por isso, atores passaram a desejar a morte do personagem. "No início, ele aparecia para nada, mas transformou-se num sucesso gigantesco, que praticamente tomou a novela."
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Um dos diretores chegou a exigir que ele "não interpretasse" na primeira cena em que contracenou com Betty Faria. Diante da guerra de egos, restou aos autores converterem o bêbado em um evangélico fervoroso na reta final da história. "Foi a forma que encontraram para acabar com o mito e o ícone que era o Bafo de Bode. Foi a forma de tirar a graça do personagem", avaliou.
Após Tieta, Bemvindo Sequeira chegou a fazer outras participações em novelas e séries da Globo, mas seguiu a carreira longe da emissora. Seus trabalhos mais recorrentes foram na Record, a exemplo da recente Topíssima (2019).
Assista ao desabafo do ator, na íntegra, em seu perfil no YouTube:
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