Publicado em 20/11/2020 às 07:13:00
O ano foi de reviravoltas na vida e na carreira de Babu Santana. Neste Dia da Consciência Negra, ele integra o elenco do especial Falas Negras, que vai ao ar na Globo, como o boxeador Muhammad Ali (1942-2016). É o primeiro trabalho do ator na TV desde o fim do Big Brother Brasil 20, em que não levou o prêmio de R$ 1,5 milhão, mas conquistou recordes e a simpatia do público.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Babu Santana faz um balanço de seu 2020. “Foi desafiador, mas também consigo sentir gratidão”, afirma. Na última semana, por conta do Dia Mundial do Diabetes, o carioca falou sobre a mudança na rotina desde que descobriu a doença, em junho, um mês após deixar o confinamento do reality show.
De volta à ativa, ele vive um personagem real seis anos após dar vida a Tim Maia (1942-1998) para o cinema e a TV. Em Falas Negras, Babu encarna Muhammad Ali, norte-americano considerado por muitos o maior pugilista de todos os tempos, ativista na luta pelos direitos dos negros e importante voz contra o racismo nos EUA a partir da década de 1960.
“Foi maravilhoso. A experiência de interpretar pessoas reais, que estiveram conosco, que sentiram emoções como nós, é indescritível. Muhammad Ali foi um dos lutadores mais importantes do mundo. Enfrentou circunstâncias muito desafiadoras e, ainda assim, se manteve um exemplo. É assim que o enxergo: como um ídolo e guerreiro”, define Babu.
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Com direção de Lázaro Ramos e concepção de Manuela Dias, Falas Negras também homenageia nomes como Martin Luther King (1929-1968) e Marielle Franco (1979-2018) – interpretados, respectivamente, pelos atores Guilherme Silva e Taís Araújo. Sobre o especial feito para exaltar o Dia da Consciência Negra, Babu Santana pontua: “É parte da luta antirracista. As vozes pretas e periféricas sempre estiveram entre nós, não é só agora, em 2020, que elas estão sendo ecoadas”.
“É bom lembrar que este caminho não começou ontem. Portanto, ver um programa como esse, com uma equipe preta, é algo que eu não pude conter a emoção. É arte e representatividade à flor da pele. Gratidão por estar em um projeto tão necessário e com um personagem tão marcante”, acrescenta o ator.
Artistas e público têm cobrado cada vez mais pela representatividade não só com atores, mas também com roteiristas, diretores e produtores pretos na TV. Em outubro, o próprio especial da Globo recebeu questionamentos nas redes sociais. Para Babu, toda a discussão em torno do assunto tem levado ao progresso.
“Estamos caminhando. As coisas podem sempre ser melhores, mas estamos falando também por um prisma estrutural, então é óbvio que as mudanças não vão acontecer de um dia para o outro. Mas as transformações estão acontecendo, e isso é louvável”, avalia.
No BBB20, Babu quebrou recordes. Encarou 10 paredões, a maior marca já alcançada por um participante. Em uma das berlindas, chegou a ter o menor percentual de rejeição das 20 edições: 0,44%. Favorito de uma grande parcela da audiência, foi eliminado a apenas dois dias da final, quando enfrentou a médica Thelma Assis e a influenciadora digital Rafa Kalimann.
Ele conta que não teve receio de perder oportunidades no meio artístico ao aceitar o convite para o reality show. Ao contrário, acreditou que a popularidade no programa potencializaria ao menos seus projetos musicais. Só não esperava que o público o abraçasse de tal maneira: no Instagram, já são mais de 6,5 milhões de seguidores.
“O BBB foi minha última esperança. As coisas estavam difíceis e vi ali a oportunidade de dar um gás na minha carreira. Pensei que, após o programa, iria ganhar mais destaque para fazer shows com minha banda, Babu e os Cabeças. Felizmente a repercussão foi muito melhor do que eu imaginava”, afirma.
Em 2021, Babu integra o elenco da novela Salve-se Quem Puder, interrompida em março pela pandemia do coronavírus. Ele já está gravando suas cenas na trama, em que será Nanico, policial federal encarregado de proteger o trio de protagonistas. Também segue com programação especial em seu canal no YouTube. “Neste mês, o conteúdo é todo voltado ao diabetes e consciência negra”, conta.
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