Memórias da Telinha

Há 20 anos, Angélica estreava Bambuluá como superprodução para bater Pokémon

Bambuluá também apostou em desenhos japoneses na guerra da audiência

No ano 2000, Globo apostava em Angélica com Bambuluá - Divulgação/TV Globo
Por Thiago Forato

Publicado em 03/10/2020 às 10:43:10

Em 9 de outubro de 2000, Angélica estreava Bambuluá, atração infantil para rivalizar contra Eliana & Alegria (1998-2003) na Record, que fazia grande sucesso com Pokémon, e Jackeline Petkovic no SBT, que gozava das animações de Warner e Disney. A Globo apostou na loira para tentar abocanhar de vez o primeiro lugar, que mudava de mãos frequentemente nas manhãs diárias da televisão. Bambuluá, que foi o último infantil de Angélica,  saiu do ar pouco mais de um ano depois, sem consolidar a liderança.

Na época, Angélica, que tinha 26 anos, estava há dois meses sem apresentar um programa na Globo, desde que o Angel Mix saiu do ar. Batizada de Bambuluá, a Cidade dos Sonhos, a Globo não economizou e o programa começou a ser rodado numa mega cidade cenográfica de três mil metros quadrados nos Estúdios Globo. A área foi usada até para erguer o shopping da novela Torre de Babel (1998).

Para enfrentar a Record e o SBT, a rede carioca também resolveu apostar em um filão que estava em alta no canal do bispo Edir Macedo: os desenhos japoneses. Ela passou a mostrar Monster Rancher e Digimon, que já vinha sendo exibido.

À Revista Isto É Gente na época, a loira comemorou a oportunidade: "Estarei atuando e apresentando ao mesmo tempo. E as gravações serão todas externas, o que é bem melhor. Fiquei 15 anos dentro dos estúdios, fazendo programa de auditório para as crianças. Cheguei a conclusão que o público gosta mais de ao ar livre".

Para Angélica, fazer um programa de qualidade era a chave do sucesso. E opinou: "Não dá para ter o mesmo formato de antigamente. As crianças estão vivendo a era do computador, estão mais espertas, e consequentemente, exigem algo mais dinâmico".

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Na trama, Angélica era convocada pelos sete atores mirins, cada vez que a segurança de Bambuluá era ameaçada. Havia também vilões e embates entre os dois lados. Os cavaleiros, aliás, como eram chamados, andavam com um anel com o qual acionava um arma, eram alunos da mesma escola e programadores da TV Globinho (2000-2015) .

Com o pretexto de ser uma âncora da TV, Angélica introduzia os desenhos e quadros do infantil. Nascia ali, então, o embrião do infantil que deu lugar ao Encontro com Fátima Bernardes em 2012 e ao É de Casa em 2015.

No primeiro episódio, Bambuluá registrou média de 6 pontos na Grande São Paulo, empatando com o SBT. O pico foi justamente com os desenhos japoneses, quando a intenção da Globo era, ao longo do tempo, diminuir o número de animações e aumentar o de dramaturgia.

Ao longo dos meses, Bambuluá se mostrou uma aposta equivocada, e em junho de 2001, quando seu contrato estava prestes a vencer, Angélica queria emplacar um novo programa. As disputas com o SBT e a Record eram acirradas e a liderança se alternava com grande frequência.

Fim de Bambuluá e nova era com Vídeo Game

O término do infantil era iminente. Bambuluá foi encerrado em dezembro de 2001, quando Angélica já comandava simultaneamente o Vídeo Game (2001-2011), quadro que encerrava o Vídeo Show (1983-2019).

No ano seguinte, comandou a primeira temporada do reality show musical Fama nas tardes de sábado, horário que se firmaria a partir de 2006 com o Estrelas, permanecendo até 2018. A loira também esteve à frente da segunda temporada do Fama em 2002 e por um curto período na volta do Vídeo Game em 2018. Agora, Angélica se prepara para estrear o Simples Assim, no próximo sábado (10), antecedendo o Caldeirão do Huck.

Confira um trecho da estreia de Bambuluá:

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