Publicado em 06/12/2019 às 15:17:02
Novo diretor executivo do TV Fama, Leo Dias ainda não assinou contrato com a RedeTV!, mas já está com as ideias borbulhando para colocar em prática no programa de celebridades que está há 19 anos no ar.
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha nesta sexta-feira (06), o ex-Fofocalizando contou que pretende transformar o TV Fama, aliando humor, entretenimento e jornalismo, explicando a função projetada para Gracyanne Barbosa. E descartou demissões na equipe da atração: "Em nenhum momento falei disso".
"A RedeTV! sabe que eu falo demais e é engraçado que eles em nenhum momento vieram me criticar em nada sobre o que falei no Pânico e tal. Nenhum momento, impressionante. Eles falam assim: 'Ah, é o Leo. Deixa. É o Leo'. Falei pouco com a Gracyanne e eu ainda não assinei contrato, acredita? Eu vou pra lá [Osasco] assinar na semana que vem. Como eu não assinei, não dá pra ninguém assinar", começou o jornalista.
"Eu tenho várias outras ideias, mas não vai achando que você vai ver a Gracyanne Barbosa olhando para câmera lendo um TP (teleprompter) não. Não vai pensando isso", garantiu. Na sequência, avisou que não pretende trocar Flávia Noronha pela mulher de Belo. "Eu acho que ela até continua, mas a Gracyanne é outro papel. Quero trazer humor para o TV Fama", revelou.
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E detalhou: "Vai ter humor, tiradas, acidez, sabe? Vai ter um roteiro. Não vai ser a Gracyanne falando pela cabeça da Gracyanne. Não, vai ter um roteiro. Quero contratar um roteirista, um dos melhores do mercado. Já entrei em contato com ele e que vai escrever o roteiro da Gracyanne e do parceiro da Gracyanne. Vai ter toques de humor, toques de acidez... Se eu parar pra pensar, o Fofocalizando tinha humor, as pessoas riam do Fofocalizando. Eu quero dar mais leveza ao TV Fama, a intenção é dar leveza ao TV Fama e não parecer um noticiário".
"Não quero mais que o TV Fama pareça um noticiário, não quero que os repórteres se comportem como se estivessem no Jornal Nacional. Aquilo ali dá pra contar histórias de várias maneiras e eu quero que eles contem da maneira mais leve possível. Eu quero que o TV Fama deixe de ser um programa jornalístico e vire um programa de entretenimento. E a gente vai fazer uma crítica geral da TV brasileira, desde a TV Aparecida até a GloboNews. Não esperem apenas matérias, quero reduzir o número de matérias chatas. Se tem 12, 11, 100, vou derrubar pra 4, 5, mas interessantes, que sejam discutidas, sendo analisadas, que serão criticadas, serão motivos de risadas, é isso. TV Fama será um programa de entretenimento, esqueça aquele programa que fica lendo teleprompter, esqueça", completou.
Confira outros momentos da entrevista:
Achei que receberia um "não" da Gracyanne. A Gracyanne não está contratada, porque não depende só de mim. Detalhe: eu sei que ela tem rejeição, mas você acha que ela ficará sozinha? Você acha que [o parceiro] vai ser o cordeirinho da Gracyanne? Ele vai estar lá pra contrapor a Gracyanne e aí não posso falar mais nada.
A Gracyanne pode ter rejeição, mas até que não gosta da Gracyanne vai assistir, porque ela não vai ta ali pra ler TP. Ela vai ter o personagem Gracyanne Barbosa e eu vou usar essa personagem.
Eu tentei ver alguma coisa, mas não consegui. Eu tentei colocar isso desse jeito no Fofocalizando, mas não tive oportunidade, sabe? Até porque eu não tinha muita voz lá. Eu não vi isso em lugar nenhum, misturar um pouco de roteiro com jornalismo. Dá pra você juntar. Sabe no que me inspirei? Num pouco do roteiro do Lady Night, sabe? É um texto ácido, mas não deixa de ter uma entrevista ali. É possível fazer um texto ácido e ter uma matéria ali. Se tem um programa que me inspirou, esse programa foi o Lady Night, mas não é um programa de entrevista. É um programa com entrevista, mas não de entrevista.
Em janeiro já recebo salário referente ao trabalho da semana passada, porque já estou em contato com o Amilcare Dallevo Jr e o Kaká [Marques, gerente artístico e de produção da RedeTV!] trocando as ideias. A ideia está andando, mas isso não significa que essas ligações minhas com o Kaka e o Amilcare não sejam trabalho. Eles já consideram trabalho e é trabalho.
Acho que é só depois do Carnaval. Já começo a trabalhar dia 15 de janeiro. É importante frisar: Eu posso estar trabalhando por telefone, posso trabalhar do Rio, posso trabalhar de São Paulo. Eu não vou morar necessariamente em São Paulo. Uma coisa que é importante frisar é o seguinte: o Kaká talvez seja uma das pessoas que mais me conhecem profissionalmente e ele falou: "Eu não quero o Leo preso, o Leo é bicho solto. O Leo tem que ser criado solto. Então que ele venha pra São Paulo uma vez na semana, mas morar em São Paulo...". Então não sei se eles querem que eu moro em São Paulo também não.
Vou participar independente da onde eu estiver. A RedeTV! [no Rio de Janeiro] fica a 100 metros da minha casa. Tem qualidade de vida melhor que isso? Então assim, é muito prematuro a gente falar isso, mas se você quer falar, OK! O máximo que eu posso falar: é esqueça o que é o TV Fama. A gente vai precisar mudar a mentalidade dos repórteres. Os repórteres precisam mudar de cabeça. E eu já fiz muita noite e eu convivi muito com os repórteres do TV Fama, lado a lado, e eu via os desesperos deles, coitados. "Aí, aí, eu fiz 15 entrevistas". Eu parava e pensava "pra que fazer 15 entrevistas? Eu prefiro fazer 1 interessante". A cabeça precisa mudar, a cabeça do repórter da noite precisa mudar.
Eu quero que o repórter me passe o que ele observou e o que ele viu do lugar, da pessoa, de tudo. Eu quero que o repórter conte para o telespectador da RedeTV!, talvez, raramente, ele estará naquele lugar que o repórter esteve, como é estar ali. Não apenas aquela entrevista clichê, barata, com as mesmas perguntas. Mudar a maneira de se contar a história, eu quero a opinião do repórter. Eu quero que o repórter me dê a impressão do lugar e mesmo que ele traga uma aspas x, quero que ele conquiste aquelas aspas. Eu não quero um cordeirinho, eu quero que o repórter seja um cérebro, porque eu sei que eles têm potencial e eu confio naquela equipe.
Você não sabe como ficaram as minhas redes sociais. É só pedido de emprego, tô falando sério. E o meu WhatsApp? É tanta mensagem no meu Whats. É gente que nunca ouvi falar. Tenho a sensação que meu telefone está em algum centro do Rio de Janeiro, porque, na boa, é tanta mensagem. Mas tem muita gente me dando parabéns. Eu tava com medo das pessoas acharem que minha ida para RedeTV! fosse uma caída.
Hoje falei com a Deborah Secco e ela falou "eu to louca para saber o que você vai fazer com aquele programa". Se a Deborah Secco quer saber o que vou fazer com o programa...
Em nenhum momento falei demissão com o Kaká. Falei algumas coisas do tipo "mudar mentalidade de fazer reportagem". Como é que vou demitir uma Andrea Corazza, amor, desculpa. Andrea Corazza é o balo arte do jornalismo de celebridades, entendeu? Aquela ali já entrevistou Deus e o mundo. Só quero mudar um pouquinho a cabeça da Andrea, porque quero a opinião da Andrea. Ela é interessantíssima. Mas uma coisa que não tolero é erro de português. Quem falar errado, meu amor... Não quero ninguém fale igual Camões escrevia, só quero o português correto.
Quero que o Nelson fique. A gente vai mudar um pouco. Como não consigo imaginar o Nelson Rubens fazendo humor, não dá, o Nelson Rubens quero usar como chave, como abertura, chamada de bloco, chamada de matérias especiais. Acho que o Nelson Rubens vai ter essa função especial do programa, porque ele é o Nelson Rubens, só isso.
E o mais importante: não posso ignorar a audiência do TV Fama, não posso perder das pessoas que gostam do TV Fama de hoje, porque há quem goste. Então quero que essas pessoas continuem, porque tudo no início gera uma estranheza e essa estranheza não pode afastar o público. Eu tenho medo disso, tenho medo horrores de flopar.
Acho que o futuro de jornalismo da celebridade é pensar cada vez menos como jornalismo e pensar mais como entretenimento. Você acha que a Fabíola faz mais jornalismo? Assim como eu fazia no Fofocalizando, eu não contava uma história igual eu escrevo no UOL. Eu fazia uma interpretação com caras e bocas, aquilo ali é uma interpretação.
Peço aos telespectadores não criarem preconceito nem a Gracyanne, nem a mim, nem a outra pessoa, nem a Flávia e nem ao Nelson. Apenas fiquem abertos ao novo, o novo sempre vem, é inevitável. Eu quero apresentar ao novo.
* COLABOROU: Naian Lucas
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