Você ameaçar os meios de comunicação com verba publicitária é mais grave ainda. Primeiro que a verba não é dele, a verba é pública. Então, ele não pode direcionar a verba de quem fala bem dele.
Publicado em 08/11/2018 às 06:00:33
Jornalista e ex-diretor da Globo e Band, Alberto Luchetti decidiu criar uma campanha na internet em defesa à Folha de S.Paulo, após o presidente eleito Jair Bolsonaro declarar que poderia cortar toda a verba pública destinado ao jornal.
Em entrevista ao NaTelinha, Luchetti, que entre 1998 e 2002 passou pela direção geral do "Domingão do Faustão" e diretor de núcleo da TV Globo, explicou que sua maior preocupação é que a fala de Bolsonaro possa ser uma forma de ameaçar a liberdade de imprensa no país.
"Durante a campanha política, o candidato atacou a mídia e os jornalistas, e em especial a Folha de S.Paulo, por algumas reportagens que ele considerou prejudicial a campanha dele. Eu não vou discutir quem estava certo ou errado, é uma campanha política e a Folha criticou ele do mesmo jeito que criticou os outros candidatos. Mas a reação dele foi forte contra a jornal", diz o jornalista, que já trabalhou nas redações da Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, rádio Jovem Pan e, no Grupo Bandeirantes, foi executivo da rádio, TV e Canal 21.
Você ameaçar os meios de comunicação com verba publicitária é mais grave ainda. Primeiro que a verba não é dele, a verba é pública. Então, ele não pode direcionar a verba de quem fala bem dele.
Alberto Luchetti sobre Bolsonarocontinua depois da publicidade
"Quando acaba a eleição, e ele é eleito presidente, ele virou uma instituição, não é mais o candidato Bolsonaro, é o presidente da República. Aí o que ele faz? Ele ameaça a Folha de S.Paulo. 'Vou tirar verba publicitária, esse jornal tem que fechar...'. Essa intimidação depois que terminou o processo eleitoral não é aceitável, porque está cultivando o rancor e sentimento de vingança. E o cara que foi eleito democraticamente pelo voto popular passou a ser o presidente de todos nós, não só de quem votou nele. A Folha, uma empresa que vai completar 100 anos, prega a livre imprensa, a democracia e que tinha no seu jovem editor que morreu, o Otávio Frias Filho, um profissional de respeito e aclamado por toda a empresa brasileira", destaca Alberto Luchetti.
No dia 29 de outubro, em sua primeira entrevista como presidente da República ao "Jornal Nacional", Jair Bolsonaro fez as seguintes declarações: "não quero que ela (Folha) acabe, mas no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal".
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Para o ex-diretor do "Domingão do Faustão", que descobriu talentos como Frank Aguiar, Fat Family, Padre Marcelo, Pepê e Neném, Bruno e Marrone, Vanessa Jackson, Shaolin, dentre outros, os ataques do novo presidente parece ser "expectorante e preocupante", e justifica: "você ameaçar os meios de comunicação com verba publicitária é mais grave ainda. Primeiro que a verba não é dele, a verba é pública. Então, ele não pode direcionar a verba de quem fala bem dele. Aí é uma compra editorial. Isso não existe".
"Eu resumiria minha indignação de seguinte forma: a intimidação e a retaliação de qualquer natureza a um veículo de comunicação é uma grave ofensa a liberdade de imprensa", completa Alberto. Buscando a defesa do jornal, explica Luchetti, ele pensou em divulgar a hashtag #FolhaSim em todas as mídias sociais da All TV, televisão de sua propriedade que é formatada para a web.
”Essa campanha em apoio a Folha, quem quiser participar, por exemplo no WhatsApp, pode mandar vídeo. Quem quiser participar no Instagram com uma foto, também pode. É uma iniciativa de apoio a Folha de S.Paulo porque ela precisa permanecer entre nós. Ela tem um papel importante na democratização do país desde as Diretas Já, até hoje. E não pode ser desclassificada por três ou quatro matérias que ela fez e não agradou o presidente, que na época era candidato", explica.
Questionado sobre ter algum temor em criticar abertamente as declaração de Bolsonaro, Alberto Luchetti é direto: "não tenho temor nenhum", e continua: "eu acho que como jornalista eu tenho que me posicionar. E a minha posição é de defesa a liberdade de imprensa. Então, se amanhã ele cometer algum ato não satisfatório ou irregular e alguém noticiar, ele pune esse veículo de comunicação que noticiou? Não tá certo. Repito, no calor da campanha você pode até ponderar alguns deslizes do candidato, mas como presidente da República, não. Ele é uma instituição. E como uma instituição ele deve agir em defesa da democracia que colocou ele lá. Uma das maneiras de defender a democracia é defender a liberdade de imprensa. Ele não precisa concordar com a Folha, o que não pode é agredir e retaliar a Folha", enfatiza.
Assista ao teaser idealizado por Alberto Luchetti anunciando a campanha em defesa ao jornal Folha de S.Paulo:
Para quem deseja aderir a campanha #FolhaSim, deve acessar os seguintes os endereços:
Facebook: allTVBrasil
Youtube: alltvtube
Instagram: alltv_tvdainternet
Twitter: allTV#TVdainternet
Site: alltv.com.br
WhatsApp: (11) 99180-7664
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