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Bilhões de pessoas viverão em terras áridas, inclusive no Brasil, diz ONU

Áreas desérticas vão ganhar espaço no mundo e no Brasil

Clima Árido pode tomar parte do Brasil - Foto: Reprodução/Internet
Por Redação NT

Publicado em 09/12/2024 às 22:00:00

A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório que examina os impactos das mudanças climáticas nas condições do solo e dos biomas globais ao longo dos últimos 30 anos. O documento, intitulado The Global Threat of Drying Lands, foi apresentado durante a COP16 da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) e alerta para a expansão de áreas áridas e os impactos permanentes dessa transformação.

Entre 1990 e 2020, mais de três quartos da superfície terrestre registraram condições climáticas mais secas em comparação com os 30 anos anteriores. Além disso, as terras áridas, caracterizadas por mudanças irreversíveis nas condições de umidade do solo, agora representam 7,6% da área global. A diferença entre aridez e secas é destacada no relatório, que define a aridez como uma transformação definitiva, enquanto as secas representam eventos temporários.

O relatório aponta que a elevação contínua das temperaturas, tanto na superfície terrestre quanto nos oceanos, é um dos fatores centrais para o agravamento das condições. Anos consecutivos, como 2023 e 2024, têm registrado recordes históricos de calor, intensificando a transformação do clima. Projeções indicam que até 5 bilhões de pessoas poderão viver em áreas áridas até o final do século, em comparação com os 2,3 bilhões registrados em 2020.

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As áreas mais impactadas incluem o oeste dos Estados Unidos e o Brasil, onde a escassez de água e os incêndios florestais tornaram-se problemas permanentes. No Mediterrâneo e no sul da Europa, antes regiões férteis, as condições semiáridas estão se expandindo. Em partes da África Central e da Ásia, a degradação do ecossistema e a desertificação estão colocando espécies e biodiversidade em risco.

No Brasil, uma transformação significativa foi registrada em 2024, com a identificação da primeira região de clima árido no centro-norte da Bahia. Segundo o relatório, as condições mais secas observadas globalmente são permanentes e redefinem a capacidade das áreas afetadas de retornar às condições anteriores.

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O relatório também apresenta recomendações para mitigar os efeitos dessas mudanças. Entre as medidas sugeridas estão a integração de sistemas de monitoramento de aridez com ferramentas de acompanhamento de secas, a adoção de práticas sustentáveis de uso da terra e o investimento em tecnologias de eficiência hídrica, como irrigação por gotejamento, coleta de água da chuva e reciclagem de águas residuais.

Segundo Barron Orr, cientista-chefe da UNCCD, a adaptação a essas mudanças deixou de ser opcional. As ações sugeridas no relatório visam reduzir os impactos permanentes da aridez e preservar os recursos naturais e ecossistemas diante da intensificação das condições climáticas extremas.

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